TEJO VAI TER TÁXIS FLUVIAIS E UBERS

A rede cais do Tejo vai criar mais pontos de acostagem nas margens do rio e implementar uma rede que permita ampliar o sistema de transportes fluviais públicos ou privados, turísticos, coletivos ou individuais no Tejo. Lisboa vai ter táxis fluviais e UBERS a operarem entre as duas margens do Tejo, a partir deste verão, anunciou hoje, de manhã, na Gare Marítima de Alcântara, durante a apresentação do projeto da Rede de Cais do Tejo, a vereadora Teresa Leal Coelho que espera, ainda em 2020, «apanhar um táxi fluvial em Belém para ir jantar a Porto Brandão».

Segundo a vereadora, uma das mentoras deste projeto, a Câmara de Lisboa, a Associação de Turismo de Lisboa e Administração do Porto de Lisboa vão recuperar vários postos de acostagem para barcos para permitir a criação destes serviços, mas as embarcações também vão poder usar os terminais da Transtejo/Soflusa.

De acordo com este responsável autárquica, o projeto Rede Cais do Tejo, hoje apresentado, vai recuperar e reabilitar vários postos de acostagem dos dois lados do rio, devendo ficar disponíveis 13 locais. Em Lisboa vão ser utilizados espaços como a Marina do Parque das Nações, Cais da Matinha, Terreiro do Paço, Cais do Sodré, Cais Gás, Alcântara e Belém e na Margem Sul, o Cais do Ginjal será recuperado ficando também disponíveis Cacilhas, Trafaria, Porto Brandão, Barreiro, Seixal e Montijo.

O protocolo, assinado pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e pelo presidente-adjunto e o diretor geral da Associação Turismo de Lisboa, José Luís Arnaut e Vítor Costa, respetivamente, tem como objetivo o estudo e a implementação de um projeto de requalificação de pontos e cais na margem sul e norte do Tejo para possibilitar uma mobilidade mais alargada de pessoas no rio e complementar a rede de transportes públicos já existente.

Segundo foi afirmado pelos diferentes intervenientes neste projeto, a Câmara de Lisboa e a ATL vão implementar, progressivamente, «uma rede de infraestruturas de dinamização do transporte fluvial no Tejo que permita ampliar o sistema de transportes fluviais, públicos ou privados, turísticos e de lazer, coletivos ou individuais, ao longo da frente ribeirinha do rio Tejo, na ligação entre margens e na conexão entre centros urbanos na margem sul».

Desta forma, vão ser construídos e requalificados marinas, docas, ancoradouros e pontões nas margens do rio Tejo, tendo já sido identificadas algumas possibilidades de novos cais, nomeadamente na estação sul sueste, no Terreiro do Paço, no Parque das Nações, em Belém e no cais da Matinha, pertencente ao Porto de Lisboa e atualmente sem utilização.

O município e a associação de turismo – conforme revelou Vítor Costa, diretor geral da ATL – têm ainda identificadas zonas para a instalação ou aproveitamento de pontões, como Alcântara, Belém, Cais do Sodré, Algés e Parque das Nações, sendo que a identificação de infraestruturas na margem sul do rio Tejo está a ser feita com a Administração do Porto de Lisboa e os respetivos municípios.

As obras de construção e reabilitação da primeira fase da rede de infraestruturas de acostagem deverão estar concluídas até ao final do primeiro semestre de 2021, defendeu a vereadora Teresa Leal Coelho que, após ter referido o «bom que é apanhar um táxi fluvial e ir jantar à margem sul», adiantou que «tráfego fluvial atualmente existente permite o transporte de passageiros e de mercadorias entre as duas margens do estuário do Tejo, bem como ao longo de uma parte significativa do rio, um potencial que não foi suficientemente explorado, seja para fins turísticos e de lazer, seja para transporte de passageiros, seja para outras formas de transporte fluvial, como embarcações tradicionais, ‘táxis boats’ ou ‘uber boats’».

Mais mobilidade

Para o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, assim como para a vereadora Teresa Leal Coelho, «a ampliação através do rio Tejo de novas opções de mobilidade, seja ao longo das margens, seja entre margens, permite simultaneamente potenciar novas oportunidades de negócio de iniciativa privada, dinamizar a economia real, permitindo alternativas de transporte mais flexíveis e diversificadas, passíveis de aproximar as margens entre si e os centros urbanos em cada margem, e promover o desenvolvimento económico e social e coesão territorial».

Do ponto de vista de Fernando Medina, «este acordo permite dar mais um passo na união entre as duas margens e representa também um incentivo para a navegação no rio Tejo», salientando que «este projeto se insere na estratégia de aproximação e de devolução do rio às pessoas».

Recordando que foi «a Expo 98 que iniciou o processo de requalificação do Tejo», Fernando Medina fez questão de realçar que o «desenvolvimento económico de Lisboa» «não pode «estar dissociado do desenvolvimento da Área Metropolitana de Lisboa (AML)», sublinhando a «diversificação da oferta da AML».

O autarca lisboeta realçou, por várias vezes, que Lisboa é a «cidade das duas margens e que o rio é uma marca identitária de Lisboa». Mas, numa «piscadela de olhos» aos municípios da margem sul (Almada, Seixal, Barreiro e Montijo), salientou a importância estratégica deste investimento na criação de «uma maior mobilidade entre as duas margens do rio», considerando que «este é uma nova forma de viver e utilizar o Tejo».

Na perspetiva de Fernando Medina, «a rede Cais do Tejo resulta do desafio à criação de novas formas de mobilidade e atividade económica. Este é um projeto que potencia as valências do rio em benefício dos lisboetas e dos turistas, numa clara aproximação das duas margens do rio e da valorização da oferta e serviços disponíveis».

A mesma posição foi assumida por José Luis Arnaut, da administração da Associação de Turismo de Lisboa, que afirmou: «este projeto está a devolver o Tejo às cidades, sendo o princípio de uma grande viagem para a navegabilidade do Tejo».

O administrador da ATL adiantou ainda que «o desenvolvimento da rede Cais do Tejo prevê a instalação, reabilitação e utilização progressiva de pontos e cais de acostagem para uma mobilidade mais alargada de pessoas no rio».

O protocolo, agora assinado, refere que a ATL tem de apresentar ao município, até ao final do primeiro trimestre, uma proposta para a concretização do projeto, com plano de negócios e uma proposta de financiamento e calendarização.

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