CÂMARA DE LISBOA QUER CONTINUAR A APOSTAR NOS SAPADORES BOMBEIROS

O RSB de Lisboa é a corporação mais antiga do país

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, anunciou esta sexta-feira, dia 19 de maio, um investimento municipal de cinco milhões de euros em equipamentos para o Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB), e um reforço de mais 60 operacionais, ainda este ano.

O autarca adiantou a novidade durante a cerimónia comemorativa do Dia da Unidade do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa. Esta decorreu na Praça do Império, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém. Por outro lado, Moedas reforçou que é também sua prioridade a requalificação do quartel dos RSB em Benfica e a conclusão do futuro Quartel de Comando e Formação, em Marvila, “ainda durante este mandato”.

Estes investimentos, sublinhou o presidente da CML, são fundamentais para “melhorar as condições de trabalho” do RSB. Para além do seu trabalho diário ao serviço da cidade, serão ainda “o centro da ação na Jornada Mundial da Juventude (JMJ)”, que se realiza entre os dias 1 a 6 de agosto deste ano.

Neste aspeto, Moedas lembrou que este será um evento que vai trazer “mais de um milhão de jovens de todo o mundo”. Por isso, considera o autarca, o trabalho do RSB será fundamental para este evento. Para Tiago Lopes, comandante do RSB, a JMJ, a par com os Santos Populares, em junho, serão dois grandes desafios que o regimento irá enfrentar em breve, e para os quais “nos temos de preparar”.

Espírito de missão

Ainda na mesma intervenção, Carlos Moedas destacou “a coragem, o serviço e o sacrifício” dos Bombeiros. Por sua vez, estes fazem da sua profissão “uma missão”. Aqui, o autarca lembrou o exemplo do bombeiro Emanuel Cunha, do Quartel da Encarnação, que estava de férias quando salvou um menino de quatro anos que se estava a afogar na piscina do hotel onde estava hospedado.

Por outro lado, o edil lembrou também os 15 operacionais que estiveram recentemente nas operações de busca e salvamento na Turquia, após o sismo que assolou aquele país. Estes elementos foram agraciados, nesta cerimónia, com a Medalha Municipal de Bons Serviços da CML.

Esta homenagem pretende “distinguir exemplarmente pelo zelo, missão e espírito de iniciativa” dos homenageados. “Este é um reconhecimento dos lisboetas pelos vossos serviços”, reforçou Carlos Moedas. Ao mesmo tempo, salientou que o RSB terá sempre “o apoio incondicional” da autarquia. Na visão do presidente da CML, este regimento “é uma escola de valores, importante para a sociedade pelos valores que transmitem”.

Para o mesmo, os Bombeiros Sapadores de Lisboa são ainda “os guardiões da cidade”. Desta forma, deu como exemplo o incêndio no bairro da Mouraria no passado mês de fevereiro. “Quando há alguma ocorrência, eu sei que os Sapadores estão lá e por isso, sei que com eles estamos seguros”, acrescentou Moedas. Por isso, e para reforçar o serviço prestado na cidade, a Câmara de Lisboa vai ainda avançar com a contratação de 60 novos operacionais para o RSB, “para deixar uma cidade cada vez melhor”.


Humildade é fundamental

Por sua vez, Tiago Lopes, salientou a “dedicação, a humanidade e a humildade” dos operacionais do regimento. “A nossa conduta é pautada por estes valores, porque o socorro não se coaduna com egos”, sublinhou. Ainda na mesma intervenção, o comandante destacou o apoio de Carlos Moedas, em especial durante as cheias de dezembro do ano passado e nos incêndios urbanos.

“Isto mostra a sua preocupação pelos lisboetas e estamos gratos pela sua ação, pelo seu empenho e prioridade que dá à segurança e ao RSB”, acrescentou Tiago Lopes. Este agradeceu também ao vereador com o pelouro da Proteção Civil, Ângelo Pereira, “por todo o apoio que dá na resolução dos nossos desafios”.

Por outro lado, o comandante do RSB lembrou que “entrou no RSB há 10 anos”. Nesta altura, “não tínhamos bons carros, mas a vontade estava lá. Desde aí, muito trabalho foi feito”, sublinhou, acrescentando ainda que “a reorganização interna começou em 2017”. Tiago Lopes recordou ainda que entraram, recentemente, ao serviço, e pela primeira vez, “três adjuntos técnicos”, os quais vão “ajudar a melhorar a resposta do comando”.

Ainda existem algumas necessidades

No entanto, o comandante considera que “ainda há muito trabalho a fazer”. Neste sentido, revela que ainda existem algumas necessidades, como por exemplo o reforço de meios e a requalificação de alguns quartéis, entre outros. Ao mesmo tempo, Tiago Lopes apelou ainda ao Estado Central que proceda à renovação do estatuto de Bombeiro Sapador e ainda à definição desta profissão como sendo de desgaste rápido.

“Nunca dizemos ‘não’ aos desafios, e a abnegação dos nossos operacionais é o sinónimo da sua competência. A sua dedicação e profissionalismo são inquestionáveis. Devemos o socorro da cidade de Lisboa a estes homens e mulheres. A vossa humildade e preocupação com o próximo é o que me faz lutar pela nossa casa, que não nasceu hoje e cujo fim não existe”, reiterou.

Por fim, Tiago Lopes deixou ainda uma palavra de solidariedade com os antigos operacionais que atualmente “lutam contra doenças graves”. Aqui, recordou que esteve, há pouco tempo, com um antigo colega e que lhe disse “para ter força”. “É neste momento que relativizamos tudo e damos importância ao que realmente importa”, concluiu.

O RSB de Lisboa é a corporação mais antiga do país

Os Bombeiros Sapadores de Lisboa têm 628 anos de história. Por isso, são a corporação mais antiga do país e a maior em recursos humanos, meios e equipamentos. Desta forma, contam com mais de 150 veículos, 11 quartéis em Lisboa, e 1112 operacionais. Por ano, dão resposta a cerca de 20 mil intervenções, dos mais variados tipos. A cerimónia desta sexta-feira, para além da atribuição de medalhas, contou ainda com uma homenagem aos operacionais mortos em serviço, bem como um desfile de operacionais e meios.

Nesta cerimónia, para além de Carlos Moedas, estiveram ainda presentes a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Rosário Farmhouse, e o vice-presidente da CML, Filipe Anacoreta Correia. Também os vereadores Ângelo Pereira e Filipa Roseta, presidentes de junta, e ainda vários chefes militares estiveram presentes.

Foto: Arquivo OL

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