CARRIS VAI TER MAIS 100 AUTOCARROS

A Carris vai comprar mais cem autocarros. O anúncio foi feito na AML por Fernando Medina. Os partidos pediram-lhe que pressione o Governo para fazer investimentos noutros meios de transporte.A Carris vai lançar dois concursos para a aquisição de 100 novos autocarros, 70 dos quais a gás natural e 30 elétricos, anunciou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.

Falando na apresentação da informação escrita do presidente, na Assembleia Municipal de Lisboa, onde também foi debatido o projeto para o quarteirão da cervejaria Portugália, que tem gerado muita contestação por incluir a construção de um edifício de 60 metros, Fernando Medina avançou que a Carris vai lançar «ainda durante o mês de julho um novo concurso” para a aquisição de «70 novos autocarros que se somarão à aquisição dos 200 em fase de entrega», estando também prevista a contratação de 216 trabalhadores este ano

O chefe do executivo municipal adiantou que, em setembro, será lançado outro concurso para adquirir «30 novos autocarros elétricos», acrescentando que, em 2021, a Carris contará com «45 elétricos numa frota de 720» veículos e «metade da frota da Carris com menos de três anos de idade».

O presidente da autarquia, cuja intervenção se baseou essencialmente na mobilidade da capital, destacou que foram vendidos mais de 750 mil passes sociais únicos em maio, face aos 570 mil vendidos no mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 180 mil passes. Relativamente ao pedido de cartões, Fernando Medina notou que foram pedidos 60 mil em maio, mais 35 mil relativamente aos 25 mil registados no mesmo mês de 2018, salientando que foram vendidos 675 mil passes únicos na área metropolitana entre 26 de março e 25 de abril, mais 160 mil face ao mesmo período do ano passado.

No entanto, apesar de reconhecerem os benefícios económicos dos novos títulos de transportes, os deputados municipais da oposição defenderam que a medida de redução do preço dos passes não tem sido acompanhada de um reforço da oferta, dando como exemplo um conjunto de problemas relacionados com os transportes públicos.

Os novos Navegantes, que entraram em vigor em 01 de abril, passaram a ter as tipologias municipal, para todos os transportes em cada um dos 18 municípios (por 30 euros), metropolitano, em todos os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (40 euros), o Navegante 12, gratuito para a crianças até aos 12 anos, o Navegante +65, destinado a maiores de 65 anos, reformados e pensionistas (20 euros). A partir de julho serão criados os Navegante municipal e metropolitano “família”, destinado a agregados familiares (60 e 80 euros). A Área Metropolitana de Lisboa é formada pelos concelhos de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

Projetos para a Portugália


Por outro lado, a deputada do Partido Ecologista Os Verdes, Cláudia Madeira, questionou a autarquia por não incluir, na informação escrita, qualquer referência ao projeto existente para o quarteirão da Portugália.

A deputada pretende debater com os promotores e arquitetos o projeto para o quarteirão da cervejaria Portugália, que tem gerado muita contestação por incluir a construção de um edifício de 60 metros – desadequado para a zona, dizem os seus críticos.

Na resposta, Fernando Medina sublinhou que a câmara não tomou ainda qualquer decisão sobre o projeto, que necessitará de ser votado pelo executivo

Segundo o presidente da Câmara, já foi acordado com a assembleia municipal a realização de um debate com os promotores e arquitetos do projeto.

«Foi acordado com a assembleia municipal algo que ainda não se realizou, mas que eu espero que se realize, um debate na própria AML com os promotores do projeto para os senhores deputados debaterem da forma que entenderem. Foi-me pedido pelo senhor presidente da assembleia municipal em substituição, Rui Paulo Figueiredo, a que acedi de imediato», disse o autarca.

Para o quarteirão da Portugália está prevista a construção de um empreendimento composto por cinco blocos, um deles com um prédio de 60 metros, que é o objeto da discórdia. De acordo com os promotores, este será um projeto sobretudo habitacional, estando prevista a construção de 85 apartamentos com tipologias entre o T0 e o T4. Terá ainda escritórios e espaços de coworking e uma zona comercial no piso térreo que rodeará as duas praças interiores que serão criadas e pelas quais será possível circular entre a Av. Almirante Reis e a Rua António Pedro. Estão previstos ainda cinco pisos subterrâneos que incluem estacionamento público.

«Os créditos de construção são um erro. Os promotores podiam construir 18 mil metros quadrados, mas apresentando algumas contrapartidas podem ir até aos 29 mil metros quadrados. É uma moeda de troca para que possam construir mais», criticou Cláudia Madeira, uma vez que os promotores vão ter acesso a créditos de construção de cerca de 11 mil metros quadrados, por se comprometerem a criar mais oferta de estacionamento para os residentes, integrar conceitos bioclimáticos e de eficiência energética ou criar e infraestruturas ou espaço público.

«Não percebo como é que há uma hiper-adjectivação de intenção e modo do município que não tomou nenhuma decisão sobre o projeto», respondeu Medina, afirmando ainda que no final desse debate este será incluído no relatório de consulta pública que depois a câmara analisará para os vereadores tomarem a sua posição.

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