CENTRO DE SAÚDE DE ODIVELAS SERVE 41.800 UTENTES

O novo centro de saúde de Odivelas foi hoje oficialmente inaugurado pelo primeiro-ministro António Costa que, na ocasião, lembrou os seus tempos de vereador da Câmara Municipal de Loures.

A funcionar desde o dia 27 de dezembro do ano passado, mas só hoje inaugurada oficialmente, numa cerimónia em que participaram o primeiro ministro, António Costa, a ministra da Saúde, Marta Temido, e o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins, o novo centro de saúde integra duas Unidades de Saúde Familiar (USF), a do Mosteiro e a do Cruzeiro, e tem capacidade para servir 41.800 utentes, tendo representado um investimento de 1,4 milhões de euros, suportados pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Câmara Municipal de Odivelas (30%) e por fundos comunitários (50%).

Segundo Hugo Martins, presidente da edilidade, este novo equipamento permite a reorganização das unidades de saúde das freguesias de Odivelas, Ramada e Caneças, contando com uma equipa de 16 médicos, 16 enfermeiros, quatro assistentes técnicos e quatro assistentes operacionais.

As duas USF existentes no edifício contemplam 39 gabinetes de consulta médica e de enfermagem, seis salas de tratamento e um gabinete de saúde oral.

Mais de 30 milhões de consultas

No decorrer da cerimónia oficial de inauguração, o primeiro-ministro, António Costa, referiu que este centro já era uma reivindicação da população em 1993, quando era vereador na Câmara Municipal de Loures. Na altura, como salientou, já se sentia a necessidade desta unidade.

António Costa (que deveria estar a recordar as eleições de 1992 quando, como candidato à presidência da Câmara de Loures, protagonizou uma das estórias mais saborosas da nossa vida política: a corrida de um Ferrari contra um burro na Calçada de Carriche, ganha pelo burro) anunciou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) conta atualmente com mais nove mil profissionais, e defendeu que é necessário “oferecer melhores condições” para que seja competitivo face à concorrência.


O governante frisou que, no “ano passado, só nas unidades de saúde primárias, foram feitas 31 milhões de consultas, houve mais 589 mil do que tinha havido em 2015”.

“Mas não chega, como sabemos há pessoas que ainda estão à espera de consulta”, afirmou, apontando que “as necessidades são imensas e foram, entretanto, aumentando, porque se já faltava pessoal, há pessoal que, entretanto, foi atingindo a idade da reforma”, sendo necessário substituir mais.

António Costa defendeu então a continuidade do investimento “não só em novas instalações, mas também em mais pessoas”.

“Estamos a atender mais e estamos a atender melhor. Agora, que não chega, não chega, e por isso temos de continuar a fazer mais e a fazer melhor”, adiantou.

Atrair profissionais

“Para termos mais pessoas temos de oferecer melhores condições para que o Serviço Nacional de Saúde continue a ser competitivo na atração de profissionais, porque hoje temos uma grande concorrência, temos a concorrência de privados, temos a concorrência internacional, e, portanto, temos de ter essa capacidade”, considerou António Costa.

O chefe de Governo apontou que, “mesmo assim, as pessoas reivindicam mais, têm mais expectativas, e por outro lado também têm outras ofertas”.

“Temos de conseguir combinar de uma forma virtuosa estas diferentes necessidades para podermos continuar a fazer o que nos compete, que é continuar a melhorar o Serviço Nacional de Saúde”.

Negociações com enfermeiros

O primeiro-ministro, tendo ao seu lado da ministra Marta Temido, defendeu que, “relativamente às questões principais em causa” nas negociações com os enfermeiros, “estão umas resolvidas, outras em resolução”.

“Recordo que a primeira grande reivindicação – e era o compromisso que nós tínhamos – era a reposição do horário de trabalho das 35 horas. Está não só reforço para quem tinha perdido, como foi alargado para os enfermeiros que entraram no sistema com contrato individual de trabalho”, apontou António Costa.

“Em segundo lugar, já temos mais 4100 enfermeiros do que tínhamos no início da legislatura. Relativamente aos enfermeiros que exercem funções como enfermeiros especialistas, repusemos o subsídio próprio de enfermeiro especialista”, prosseguiu o primeiro-ministro.

“Neste momento, estamos a aguardar o fim do prazo que os sindicatos têm para se pronunciarem, no debate público que apresentámos, relativamente à carreira, no dia 28, para podermos aprovar a nova carreira, que prevê as categorias de enfermeiro especialista e enfermeiro gestor”, afirmou.

“O esforço que temos vindo a fazer e que temos de continuar a fazer é para continuarmos a contratar mais profissionais, podermos continuar a não aumentar as taxas moderadoras, podermos continuar a investir em equipamento, em novas instalações, que melhoram também as condições de quem trabalha. Portanto, se nós queremos fazer tudo isto, temos de conjugar as diferentes necessidades. É como a vida de uma família”, rematou o governante.

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