CONCELHO DE LOURES JÁ TEM UNIDADE DE SAÚDE MENTAL A FUNCIONAR

Espaço contará com uma equipa multidisciplinar

A Unidade de Saúde Mental Comunitária de Loures foi inaugurada esta segunda-feira, dia 17 de abril. O espaço situa-se nas instalações do Centro de Saúde de Loures, na Rua Professor Egas Moniz e pretende facultar consultas de psiquiatria e de enfermagem na comunidade, integrando estas respostas nos cuidados de saúde primários.

A inauguração da Unidade de Saúde Mental Comunitária de Loures contou com a presença do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, do Presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, da Vice-Presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Laura Silveira e da Presidente do Conselho de Administração do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), Rosário Sepúlveda.

O objetivo desta unidade é ainda alargar as consultas de saúde mental que estão sob responsabilidade do HBA à comunidade. O objetivo é permitir uma intervenção mais precoce e facilitar a acessibilidade a estas consultas. Para o futuro, prevê-se que esta unidade preste consultas de Psicologia, Terapia Ocupacional, Psicomotricidade e Grupos terapêuticos. Segundo Rosário Sepúlveda, esta é a primeira unidade de saúde mental comunitária do HBA.

Espaço contará com uma equipa multidisciplinar

Por outro lado, realçou que, desde que passou para a esfera do Estado, que uma das prioridades deste hospital “é o desenvolvimento da resposta no apoio à saúde mental”. Esta Unidade de Saúde Mental Comunitária de Loures resulta de um acordo afirmado, em outubro de 2022, entre a administração do HBA, a Câmara Municipal e a ARSLVT. Ao mesmo tempo, conta com uma equipa multidisciplinar de saúde mental, que iniciou funções no dia 11 de abril.

Esta unidade deverá abranger um universo de 111 564 habitantes, residentes nas freguesias de Bucelas, Fanhões, Loures, e Lousa, Camarate, Unhos e Apelação, Santo António dos Cavaleiros e Frielas e Santo Antão do Tojal e São Julião do Tojal.

O espaço foi remodelado pela autarquia. Segundo Rosário Sepúlveda, “é agora essencial que a equipa possa ser formalmente reconhecida, de acordo com o previsto no PRR”. Esta equipa multidisciplinar conta com médicos, psiquiatras, enfermeiros, assistentes psicólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais de saúde mental. Por outro lado, reforçou a responsável do HBA, haverá ainda uma articulação com as equipas afetas aos centros de saúde e instituições do munícipio.

Promover a saúde mental no concelho de Loures

“Estamos empenhados na promoção da saúde mental”, acrescentou Rosário Sepúlveda. A responsável sublinhou ainda que se prevê que se realizem, nesta unidade, “cerca de quatro mil consultas médicas, 1800 consultas de psicologia e ainda 1500 consultas de enfermagem”.

No mesmo sentido, estima-se ainda que se promovam “duas mil sessões de hospital de dia”, a que se junta o serviço social e visitas domiciliárias aos utentes que delas necessitem. “Todas estas novas dinâmicas e atividades diversas visam também reduzir internamentos potencialmente evitáveis e reduzir a necessidade de recurso ao serviço de urgência”, concluiu a presidente do Conselho de Administração do HBA. Rosário Sepúlveda reforçou que outro dos objetivos é ainda “reduzir o estigma em relação à doença mental e promover o bem-estar da população de Loures”.


Por sua vez, Laura Silveira sublinhou que esta unidade de saúde mental só foi possível graças ao trabalho conjunto da ARSLVT e da autarquia. “É com muito gosto que aqui estamos hoje”, acrescentou a vice-presidente do Conselho Diretivo da ARSLVT. Para a mesma, a aposta na saúde mental e nestas equipas multidisciplinares “é extraordinariamente importante na melhoria dos cuidados da saúde mental na região e no país”.

Quebrar o estigma da saúde mental

Também o presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, reforçou que esta unidade é o resultado de uma parceria em diversas áreas. “A parceria é fundamental nos dias de hoje”, disse o autarca. Para ele, a prioridade do munícipio é ser “parte da solução”, independentemente de quem seja a responsabilidade. “É nesse sentido que a Câmara Municipal de Loures se empenhou para que conseguíssemos ter esta resposta”, acrescentou Leão.

Na sua visão, esta é, igualmente, “uma resposta muito importante”, não só por ser a primeira unidade de saúde mental no concelho, que vem recuperar uma resposta que já existiu há mais de uma década, mas também para acabar com o “estigma” associada a esta área, “e que afeta muitos milhares de pessoas”.

No mesmo sentido, Ricardo Leão salientou que esta unidade tem, acima de tudo, “a vantagem da proximidade”. Segundo o autarca, outra das prioridades da Câmara de Loures é ainda criar “serviços mais próximos das pessoas”. O presidente lembrou ainda que Loures tem cerca de 210 mil habitantes, sendo “um concelho muito heterogéneo”. Ao mesmo tempo, conta com 21 Balcões SNS 24”, sendo esta a rede mais extensa da Área Metropolitana de Lisboa e do país.

Ricardo Leão pede mais descentralização na área da saúde

“Agora faltam outros passos”, acrescentou o edil, sublinhando que esta nova Unidade de Saúde Mental Comunitária vai “aliviar o próprio Hospital Beatriz Ângelo”. No entanto, espera replicar esta resposta na zona oriental do concelho. Na perspectiva de Ricardo Leão, ainda “há muito caminho para trilhar” em Loures. Apelando ao Ministro da Saúde, o autarca pediu um reforço das valências prestadas pelos centros de saúde, para “aliviar a pressão do HBA”, recordando que está em curso a construção de novos quatro centros de saúde, no âmbito do PRR.

“É importante que os centros de saúde tenham as condições, a capacidade, os meios humanos para conseguirmos termos uma rede de saúde primária e dar mais dignidade e condições aos utentes”, reforçou Leão. O presidente da Câmara de Loures demonstrou toda a sua disponibilidade para colaborar com o Ministério da Saúde. Por outro lado, lembrou que, no concelho, “ainda existem cerca de 60 mil pessoas sem médico de família”. “É preciso que os munícipes possam ter, nos centros de saúde, a resposta que muitas vezes não há”, acrescentou Leão.

Integrar a saúde mental na comunidade

Já para o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, inaugurar esta nova unidade de saúde mental em Loures “é um momento muito importante e um momento de alegria”, porque ajuda a melhorar a resposta que é prestada aos utentes nesta matéria. “Nenhum de nós tem dúvidas sobre a importância da saúde mental para a vida das pessoas”, realçou o ministro.  Contudo, salientou que ainda existe um grande estigma associado a esta área.

“Ainda há a ideia de que a saúde mental é um assunto que tem que ser tratado um bocadinho à parte”, lamentou Manuel Pizarro. Na visão do ministro, a criação desta nova unidade em Loures vem provar o contrário e que esta área “deve ser tratada nos diferentes níveis de sistema de saúde e na comunidade”.

Neste sentido, o ministro ressalvou a importância de continuar a apostar na saúde mental. Por isso, reforça que é preciso continuar a criar em todo o país, várias equipas comunitárias. Ao mesmo tempo, Manuel Pizarro realçou ainda que a nova unidade em Loures “só foi possível graças à cooperação entre diferentes estruturas”.

Ainda na mesma intervenção, o ministro lembrou os profissionais que fizeram parte da equipa de saúde comunitária que existiu em Loures há mais de 10 anos, e que era oriunda do Hospital Júlio de Matos. Estas pessoas “tiveram um papel muito grande nesta atividade”, acrescentou Manuel Pizarro. Por sua vez, a nova equipa, composta por uma dezena de profissionais, atua em diversas valências, o que acaba por trazer uma nova imagem à resposta que é dada na saúde mental, considera.

Governo quer criar 40 equipas ligadas à saúde mental

“Isto não é assunto de uma profissão, somos mais eficazes se juntarmos todas as áreas do saber na saúde”, reforçou o Ministro da Saúde. Manuel Pizarro lembrou ainda a importância de criar novas respostas adaptadas “aos novos tempos”. No mesmo sentido, acrescentou ainda que, atualmente, a lei da saúde mental está na Assembleia da República, em fase final de aprovação.

Esta legislação vem permitir “dar mais um passo decisivo no combate ao estigma” associado á saúde mental. Por outro lado, sublinhou que o Governo quer investir 88 milhões de euros na criação de 40 novas equipas de saúde mental comunitária. As primeiras 10 vão surgir ainda em 2023.

Por outro lado, Manuel Pizarro lembrou ainda que está também em curso a integração dos hospitais psiquiátricos em hospitais gerais, para acabar com a segregação dos doentes mentais. Esta integração deverá ficar concluída em 2023, e irá terminar com os hospitais psiquiátricos “como unidades autónomas”. Alguns exemplos são o Hospital Magalhães Lemos, no Porto, ou o Centro Hospitalar e Psiquiátrico de Lisboa, que integra o antigo Hospital Júlio de Matos, e que irá pertencer ao Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central.

Investimento na saúde mental também nas escolas e universidades

“Queremos dar um maior volume de respostas nesta matéria”, reforçou Manuel Pizarro. O ministro adiantou ainda que o Governo quer adquirir, com recurso ao PRR, viaturas elétricas. O objetivo é que os profissionais de saúde mental tenham “maior presença junto da população”. Contudo, o Ministro da Saúde reconhece que “ainda há muito para fazer” nesta área, sublinhando que a tutela está também empenhada “em dar resposta às novas gerações, que têm tido um papel decisivo no combate ao estigma sobre os problemas da saúde mental”.

Por isso, considera que esta aposta passa também por reforçar o número de profissionais de saúde mental nas escolas e universidades. Neste sentido, lembrou que o Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e do Ensino Superior, criou um grupo de trabalho que está a desenvolver um plano de intervenção nesta área, de forma a apoiar os estudantes académicos nas questões ligadas à saúde mental.

Abertura de mais vagas para médicos

No entanto, alertou Manuel Pizarro, estes profissionais de saúde “não vêm substituir os médicos de família”, mas sim ser um complemento dos mesmos. Sobre os médicos de família, o Ministro da Saúde salientou “que não há resultados de um dia para o outro”, mas comprometeu-se a mitigar o problema. Neste aspeto, o ministro avançou que, no início do ano, entraram, só na área de Lisboa e Vale do Tejo, sete médicos internos para a formação de especialidade. Nos próximos meses, deverão entrar ao serviço mais 168 novos médicos em toda a região, “o maior número de sempre”.

Também para breve, salientou Pizarro, o Ministério da Saúde irá abrir um novo concurso para os profissionais que terminaram a especialidade no final do ano. Este irá ter 978 vagas, mas “não deverão ser todas preenchidas, porque não há médicos suficientes”, lamentou o ministro.

“A verdade é que a abertura de todas as vagas mostra a disponibilidade do Governo para encontrar soluções para garantir bons cuidados de saúde primários a todas as pessoas”, concluiu Manuel Pizarro. Por fim, e para além da saúde mental, a tutela espera também reforçar a resposta que é dada no âmbito da saúde oral e de “outros serviços, para garantir uma boa cobertura às pessoas e permitir uma descentralização” das várias valências de saúde.

2 COMENTÁRIOS

  1. Por outro lado deixou de ter um hospital e um centro de saúde a funcionar , boa troca. Alg.se lembra dos SAP ou CATUS aqueles serviços de urgência q existiam para não irmos encher as urgências nos hospitais ? Pois , parece q desapareceram sob a ignorância e passividade e nós cidadãos.

  2. Gostei imenso de quem me agradeceu pela prestação que lhes permite para puderem continuar a enveredar pela sua vida profissional.O meu obrigado a quem me agradeceu.Fui despejar o que mais me preocupava.Vitimas ?Das suas própria fragilidades.Pretendo que me permitam ajudar a continuar a fazer retrospectivas.?!? Deixam uma nuvem no ar.Uma esperança.Um Amigo.Tudo de Bom!O meu obrigado e o da minha família.O meu obrigado a todos vós que me tem dado o seu apoio quando mais necessito .Discursos incoerentes e verborreia.

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