DOIS CAMIÕES TIR PARTIRAM DE LISBOA COM 30 TONELADAS DE AJUDA PARA A UCRÂNIA

A Câmara Municipal de Lisboa enviou hoje para a cidade de Lviv, na Ucrânia, 30 toneladas de donativos obtidos através da solidariedade dos munícipes. Segundo a autarquia, são 14 mil caixas de produtos alimentares, vestuário, produtos de higiene pessoal, berços, camas, cadeiras e produtos de higiene para bebés, brinquedos, medicamentos e material hospitalar e de primeiros socorros.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, esteve presente no Complexo Municipal da Boavista, Rua D Luís I, na partida de 30 toneladas de donativos obtidos através da solidariedade dos lisboetas para com o povo da Ucrânia. São 14 mil caixas de ajuda diversa que partiram de Lisboa, esta sexta-feira, com destino a Lviv, na Ucrânia.

Câmara Municipal de Lisboa e juntas de freguesias juntaram-se a privados no envio de ajuda para a Ucrânia. São no total 30 toneladas. Cedidos pelo grupo Jerónimo Martins, cuja representante Filipa Pimentel, diretora da sustentabilidade e Impacto Local, foi chamada por Carlos Moedas «para ajudar a embarcar a mercadoria, os dois camiões TIR partiram esta manhã de Lisboa em direção a Lviv, na Ucrânia. Na bagagem, inúmeras caixas com todo o tipo de produtos: alimentos, vestuário, berços, camas, cadeiras, brinquedos, medicamentos e material hospitalar e de primeiros socorros, bem como produtos de higiene pessoal. Resultado de milhares de doações feitas nas últimas semanas pelos habitantes de Lisboa, destinadas às centenas de ucranianos fugidos da guerra que a autarquia da capital está a acolher.

Mas, perante «uma onda de solidariedade sem precedentes», o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, rapidamente percebeu, como o próprio confessou, que era possível enviar, também, ajuda para a Ucrânia. «Nós estamos a receber os ucranianos e a acolhe-los de braços abertos, mas temos também que ajudar aqueles que lá estão na Ucrânia», afirma Moedas.

A carga é transportada em dois camiões TIR conduzidos por pai e filho ucranianos, Anatoly e Anton, funcionários da Jerónimo Martins, que vivem em Portugal há vários anos e são ambos motoristas de profissão. Foram eles que se ofereceram para fazer esta viagem com destino à cidade de Lviv, onde esperam chegar dentro de três dias e meio para descarregar as 14 mil caixas de ajuda humanitária.

Carlos Moedas, ao lado da embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, colocou simbolicamente a última caixa num dos camiões.

Carlos Moedas, após realçar a solidariedade dos lisboetas, sublinhou que Lisboa é uma cidade aberta ao acolhimento de refugiados, lembrando que pelo «centro de acolhimento temporário de refugiados de Lisboa já passaram mais de 400 pessoas deslocadas da guerra e que, ainda hoje são esperadas mais».


«Estamos a ajudar aqueles que chegam a encontrar desde o seu número de segurança social ou número de identificação fiscal, e tudo isso está a ser feito para depois encontrarmos soluções, que são temporárias ao princípio, seja o hotel, seja em casa de pessoas – a solidariedade aí também a funcionar», realçou o autarca.

Carlos Moedas precisou que, «neste momento existem pontos de encontro para a sociedade civil, aquela que traz pessoas e que vai buscar pessoas à Ucrânia, para poderem, quando chegam, também ter um ponto de encontro».

«E, portanto, esses pontos de encontro ficam em vários sítios da cidade, estamos a organizá-los e ainda hoje sabemos que vão chegar mais pessoas», afirmou.

Carlos Moedas destacou ainda que a Câmara de Lisboa recebeu mais de 3.000 contactos de pessoas que querem ajudar com casas ou ofertas de emprego e está a juntar a oferta com a procura.

Por seu turno, a embaixadora ucraniana em Lisboa, Inna Ohnivets, agradeceu as parcerias e a solidariedade dos lisboetas e dos portugueses, destacando que, agora, «o que é mais necessário são alimentos não perecíveis e água para a população civil e para o exército ucraniano que está a lutar contra o exército russo».

A representante de Kiev em Lisboa realça o «apoio real aos ucranianos» por parte da Câmara de Lisboa, apelando para que esta ajuda se mantenha «porque a guerra não pára e só assim a podemos vencer».

«Estamos a lutar contra os ocupantes russos e estas ajudas são importantes», adiantou a diplomata ucraniana, salientando «a solidariedade do povo português com a Ucrânia, que luta pela democracia e pela liberdade».

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