ESPAÇO JÚLIA GANHA NOVA VALÊNCIA

O Espaço Júlia, situado na Alameda de Santo António dos Capuchos, junto ao Hospital, já tem, desde esta terça-feira, dia 15 de novembro, um espaço imediato de apoio e retaguarda para as vítimas de violência doméstica na cidade de Lisboa, e que funciona 365 dias por ano, 24 horas por dia.

A inauguração contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que entregou a chave deste novo espaço, que pretende funcionar como um sítio de acolhimento temporário para as vítimas que são acompanhadas pelo Espaço Júlia, inaugurado em 2015.

Segundo o presidente da Junta de Freguesia de Santo António, Vasco Morgado, à Agência Lusa, este novo espaço de acolhimento é um T2 composto por vários beliches num quarto, e ainda duas camas individuais num outro quarto e um sofá-cama, onde será possível acolher, adultos, crianças, recém-nascidos e animais. Este apoio pretender apoiar as vítimas de “risco elevado”, após uma avaliação dos técnicos do Espaço Júlia e da polícia, sem “dependerem de uma vaga na Santa Casa para aquele momento”, acrescentou o autarca.

O Espaço Júlia/RIAV (Resposta Integrada de Apoio à Vítima) oferece um atendimento especializado, contando com o apoio de técnicos de apoio à vítima e de agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP), durante 365 dias por ano, 24 horas por dia. Carlos Moedas foi o primeiro presidente da Câmara Municipal de Lisboa a visitar o espaço, e durante a inauguração da nova valência de apoio habitacional, salientou a importância da mesma, uma vez que “fornece um espaço de transição a estas vítimas, que tantas vezes não têm para onde ir”.

Na mesma visita, o autarca disponibilizou todo o seu apoio ao funcionamento do Espaço Júlia, que, a seu ver, “deve existir em todas as freguesias” da capital, e nesse sentido, Moedas afirmou a total disponibilidade da Câmara de Lisboa para aumentar o número de Espaços Júlia na cidade.

O Espaço Júlia tem como propósito intervir diretamente nas denúncias de Violência Doméstica em articulação com diversas entidades, tais como os serviços sociais de emergência, as autarquias locais, as unidades de saúde familiar, a segurança social e outras organizações da sociedade civil, assim como a promoção de atividades de carácter preventivo, informativo e de sensibilização na comunidade local.

Este projeto funciona num espaço cedido pela Câmara Municipal de Lisboa e está dotado com dois gabinetes e um espaço dedicado a crianças, sendo uma homenagem a Júlia, uma idosa que vivia na Alameda de Santo António dos Capuchos e que foi assassinada pelo marido, com quem estava casada há mais de 30 anos, no dia 25 de setembro de 2011, aos 77 anos, num ato de violência doméstica.


Este equipamento, que ajudou mais de 900 pessoas em 2021, conta com duas entradas independentes, assegurando a privacidade, o conforto e a segurança às vítimas de violência doméstica, permitindo ainda o acesso a pessoas com mobilidade reduzida, e abrange as quatro freguesias envolventes: Arroios, Santo António, Santa Maria Maior e Misericórdia.

Já de acordo com os dados do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis), entre 01 de janeiro e 30 de junho deste ano registaram-se, na Grande Lisboa, 2.888 crimes de violência doméstica (uma média de 16 por dia), dos quais 2.397 contra cônjuge ou análogos e 132 contra menores.

Fotos: JFSTO

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