ESTADO DEVIA DEIXAR DE COBRAR IMPOSTOS POR ALGUNS MESES

Se o Estado deixar de cobrar impostos por alguns meses, as empresas conseguem ultrapassar a situação de crise económica, gerada pela pandemia, defende Paulo Lima, gerente da empresa de ar condicionado e refrigeração PFLima.

O Estado deveria equacionar a hipótese de isentar as empresas de alguns impostos e contribuições para a Segurança Social, afirma Paulo Filipe Lima, gerente da «PFLima – Acessórios e Componentes AVAC», com sede em Carnaxide.

«Bastava não cobrarem impostos durante algum tempo para as empresas se manterem», defende este empresário, considerando «urgente ir mais longe na tomada de medidas por parte do Estado» para salvar as empresas da asfixia. Apesar desta solução radical, Paulo Lima reconhece «o esforço do Governo português na implementação de medidas de apoio à economia».

«O nosso tecido empresarial, constituído, essencialmente, por pequenas e médias empresas (PME), necessita de medidas que travem a sua asfixia financeira, por isso é fundamental: a isenção de pagamento de alguns impostos e Segurança Social; a concessão de empréstimos a fundo perdido ou mesmo a criação de um programa cheque empresa. Por outro lado, é fundamental aumentar as linhas de crédito à medida que o tempo for passando e garantir a sua verdadeira flexibilização», defende Paulo Lima, acrescentando que, de uma forma geral, os apoios têm estado centrados «nos ordenados». Todavia, numa empresa, «existem outras despesas fixas que tem de ser pagas, nomeadamente transportes e rendas».

As consequências da pandemia, que originou um confinamento geral, já estão a ser sentidas, afiança Paulo Lima, revelando que, em abril, «registou uma quebra de 80% da facturação habitual», esperando, este mês, atingir «os 50% da facturação».

Prevendo que seja necessário um período de 6 a mais de 12 meses para retomar a atividade normal, o empresário recorda que, ao longo dos último 10 anos a PFLima «registou um crescimento gradual da sua actividade». Mas, de um dia para outro, esta pequena empresa, que comercializa equipamento de ar condicionado, refrigeração e frio para instaladores, viu o crescimento «quebrar de uma forma abrupta e sem soluções à vista».

A partir do dia 15 de março, data em que as escolas fecharam, «começamos com o teletrabalho. Vínhamos à empresa uma vez por semana», afirma Paulo Lima, salientando que «nunca pararam a sua actividade e responderam, cabalmente, as necessidades de todos os clientes, alguns deles instaladores de ar condicionado em centros de saúde e hospitais».


Aliás, o tempo de resposta é uma das «armas principais» da PFLima que, num curto espaço de tempo consegue, corresponder às solicitações dos seus clientes.

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