Estratégia Lisboa Inteligente deverá estar concluída em 2025

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) apresentou, esta terça-feira, 8 de outubro, a Estratégia Lisboa Inteligente 2030, que pretende melhorar a qualidade de vida dos cidadãos através de tecnologias inovadoras e deverá estar concluída no próximo ano. 

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a desenvolver a Estratégia Lisboa Inteligente, que pretende, até 2030, encontrar recursos para melhorar a vida dos cidadãos através de tecnologias inovadoras e que pretende responder aos desafios económicos, sociais e ambientais que se impõem nesta sociedade. A estratégia foi apresentada ao público esta terça-feira, durante a Conferência Autarquias, Empresas e Cidadãos, que aconteceu no Auditório da Fundação AIP, na FIL, e que contou com a presença da vereadora responsável pelo pelouro dos Sistemas de Informação e Cidade Inteligente da CML, Joana Almeida.

A vereadora esteve acompanhada pelos presidentes dos munícipios de Loulé e Leiria, Vítor Gonçalves Aleixo e Gonçalo Lopes, respetivamente, e ainda com o vereador da Câmara Municipal de Guimarães, Paulo Lopes. Os quatro autarcas debateram e discutiram, em conjunto, algumas soluções para melhorar a qualidade de vida nos seus territórios. De acordo com Joana Almeida, “Lisboa tem 10 mil trabalhadores e 26 unidades orgânicas. Por isso, é necessária uma estratégia que surge numa perspetiva de ‘arrumar a casa'”.

Ou seja, “primeiro olha-se para as pessoas que trabalham na CML, depois para a autarquia, que é uma organização complexa, e finalmente para a cidade”. O ponto de partida para a criação deste programa foi a definição destes três eixos estratégicos e de seis domínios de ação, ou seja, a Economia, o Ambiente, as Infraestruturas, a Governança, a Sociedade e a Mobilidade. De seguida, criou-se “um grupo de trabalho transversal à Câmara Municipal, que foi buscar as boas práticas das cidades europeias e que podem ser aplicadas em Lisboa”.

Definição da estratégia começou com inquéritos internos

Para desenvolver a Estratégia Lisboa Inteligente, em parceria com a IMS-Nova, a CML procedeu a um questionário interno aos dirigentes municipais, bem como a “15 sessões de trabalho dentro da CML”. Daqui, resultaram 115 iniciativas, explicou ainda a vereadora, sendo que, na fase seguinte, houve 12 entrevistas a especialistas, a criação de quatro grupos de discussão e duas sessões de cocriação, onde se encontram 340 ideias, e que deram origem a 101 sugestões de iniciativas a aplicar na cidade.

Das entrevistas, surgiram questões relacionadas com a transformação digital, a inteligência artificial e a necessidade de sensorização em domínios como a mobilidade, ambiente e energias renováveis, iluminação pública eficiente, reutilização da água, gestão de resíduos e reciclagem. Após a definição dos objetivos estratégicos, conseguiram-se definir 69 iniciativas, que estão atualmente em fase de validação e que, futuramente, irão integrar o Plano de Ação. Esta estratégia tem ainda definidos sete objetivos estratégicos, sendo o primeiro a “importância de termos uma cultura de gestão suportada em dados”.

Aqui, Joana Almeida deu como exemplo o objetivo de “reduzir os prazos do licenciamento urbanístico, mas havia uma ausência de dados”. Por isso, a CML teve de proceder a uma “mudança de cultura dentro da autarquia”, dando “capacitação” aos funcionários municipais “para trabalhar a gestão de dados”. Outro objetivo passa ainda pela organização, ou seja, “a articulação e integração de todos os sistemas de informação”, respondendo aos desafios da transição digital.

Utilizar a tecnologia e os dados para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos

A estratégia delineada pela autarquia pretende ainda efetuar uma abordagem aos dados com ênfase na partilha, bem como assegurar a interoperabilidade dos sistemas de informação. Aqui, Joana Almeida deu como exemplo a existência de sensores que permitem fazer a gestão do tráfego ou das cheias na cidade.  “Hoje em dia, temos um alerta precoce de tsunami instalado na cidade e queremos chegar também ao risco sísmico.

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Temos uma equipa específica que só trabalha na prevenção de risco sísmico”, referiu a vereadora. “Esta plataforma permite ter uma articulação dos vários domínios que hoje não existe”. Por fim, pretende-se ainda promover a transparência e a reutilização de dados, facilitando o acesso aos dados em formato aberto, bem como melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, através da prestação de serviços mais inovadores e mais sustentáveis, e ainda promover uma cultura de participação cívica e de inclusão social.

Estratégia deve estar concluída em 2025

“No âmbito da participação, já temos muitas medidas, e agora vamos trabalhá-las porque precisam de uma calendarização e de um orçamento”, referiu ainda Joana Almeida. A autarca referiu ainda que o objetivo desta estratégia será construir uma solução agregadora, orientada para um futuro mais sustentável, inclusivo, inovador e eficiente, e deverá estar concluída em 2025, após a validação do executivo municipal e subsequente consulta pública. Esta conferência está integrada no Portugal Smart Cities Summit 2024, que acontece até à próxima quinta-feira, 10 de outubro, na FIL.

Em paralelo, a CML estará presente neste certame com um stand localizado no Pavilhão 1. O objetivo é mostrar o que melhor se faz na autarquia ao nível da inteligência urbana. A Proteção Civil, a Higiene Urbana, o Centro de Gestão e Inteligência Urbana de Lisboa (CGIUL) são alguns dos serviços presentes no stand e que vão disponibilizar ao público informação diversa sobre as tecnologias inteligentes que suportam as diversas áreas de atuação do município. Igualmente, também haverá espaço para a demonstração de uma metodologia participativa, aplicada ao tema das cidades inteligentes, desenvolvida pelo Laboratório de Experimentação Municipal.

Contudo, está ainda marcada uma mesa-redonda, onde estarão professores universitários, e que vão ajudar a discutir como garantir uma oferta de habitação acessível para todos, a partir dos dados disponíveis na Plataforma de Gestão Inteligente de Lisboa (PGIL). Esta iniciativa acontece no stand da CML esta quarta-feira, 9 de outubro, a partir das 15h.

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