FERNANDO MEDINA APRESENTOU PRIORIDADES PARA LISBOA

Os anúncios de obras realizadas e a concretizar pela autarquia feitos por Fernando Medina, durante o debate do «estado da cidade», estiveram longe de convencer os deputados municipais da oposição.Os 40 minutos que a Assembleia Municipal de Lisboa disponibilizou para o presidente da câmara, Fernando Medina, falar de todas as políticas realizadas pelo executivo autárquico. Perante todos os deputados municipais reunidos na Assembleia Municipal, o presidente da câmara falou das diferentes prioridades do executivo e identificou alguns dos problemas a que é preciso dar solução.

Para Fernando Medina é necessário “aumentar significativamente o número de escritórios na cidade”, porque “as empresas querem instalar-se na cidade “e não há espaço suficiente para o fazerem. Adiantou que as obras a decorrer na Hub do Beato, vão permitir aumentar o espaço disponível para escritórios, além das obras que estão a decorrer em Entrecampos no antigo espaço da Feira Popular.

Outra das “frentes de batalha” da autarquia é a falta de residências para os estudantes universitários deslocadas na cidade. Fernando Medina recordou que “estão a ser reconvertidos os edifícios da segurança social, com lugar para 350 estudantes”. Vão também ser criadas mais vagas junto ao polo universitário da Ajuda, referiu o autarca.

Câmara mantém Parque Mayer

Também a reconversão do Parque Mayer foi apontada como uma das prioridades pelo presidente da autarquia, que aproveitou a ocasião para anunciar que irá “em breve, submeter à câmara e também à Assembleia Municipal uma proposta relativamente ao futuro do Parque Mayer”.

Neste anúncio, adiantou também que os terrenos do Parque Mayer se irão manter sob propriedade municipal, sendo o futuro espaço utilizado “para fruição cultural para servir todos os habitantes de Lisboa e, também, quem nos visita”.

Fernando Medina abordou a situação dos processos de licenciamento no departamento de urbanismo da câmara, apontando como o principal objetivo “a redução dos prazos na apreciação dos processos de licenciamento”, sublinhando que já foram contratados mais recursos humanos para este departamento e que “já se encontram a trabalhar”.


Uma das principais medidas a implementar pela autarquia num futuro próximo, é o investimento nos estabelecimentos de 2º e 3º ciclo e secundário, referiu o presidente da câmara. Para tal, foi “pedido levantamento ao LNEC do estado destas escolas e priorizar as intervenções” nestes estabelecimentos de ensino.

Fernando Medina recordou mais uma vez o concurso público lançado para a aquisição de novos elétricos e a extensão da linha do elétrico 15 até ao Jamor, Linda-a-Velha e Miraflores para ocidente e o prolongamento até Loures para oriente da cidade.

Cenário das ilusões

Os deputados municipais da oposição estiveram longe de traçar um cenário tão cor-de-rosa da cidade. Como Luís Newton, deputado do PSD, que assentou a sua intervenção a acusar o executivo de Fernando Medina de criar “ilusões” aos lisboetas e de fazer “um mandato assente em promessas que não veem a luz do dia ou, quando veem, não passam de uma mera ilusão”.  E exemplos não lhe faltaram, como o Programa de Renda Acessível ou os centros de saúde. Apontou baterias ao departamento de Urbanismo, que acusou de ser “aleatório, casuístico, desnorteado, opaco, lento, sem rei nem roque”.

Habitação e educação alvos de críticas

O também presidente da junta de freguesia da Estrela referiu-se ainda “bullying ao morador automobilista”, porque, acrescentou, os transportes ainda não são suficientes para satisfazerem a procura.

A habitação, o parque escolar e o estacionamento, foram outros temas alvos de crítica pelos deputados da oposição. Natacha Amaro, pelo PCP, sublinhou que a câmara “opta por uma política que concentra os meios e o investimento na manutenção de algumas zonas nobres da cidade para a promoção do turismo como único eixo de desenvolvimento económico”.

O anúncio do presidente da câmara sobre o investimento nas escolas sob a alçada da autarquia, não comoveu a deputada do PCP, tendo-se referido ao anúncio de obras nas escolas do 2º e 3º ciclos é “totalmente desfasado da falta de capacidade da câmara demonstrada no estado e funcionamento das escolas que já estavam sob a sua gestão.”

O deputado do CDS Diogo Moura sublinhou a importância da existência de mais contentores de compostagem e mais casas de banho públicas, tendo afirmado não ser possível compreender “o adiar de algumas soluções” para problemas há muito tempo identificados.

Para Isabel Pires, do BE, “É urgente ter uma política de Urbanismo que deixe de depender de uma empresa municipal como a SRU e que responda a uma visão de cidade para as pessoas e não para investimentos que tantas vezes têm o efeito oposto naquilo que se diz querer resolver”. Porque, referiu a deputada bloquista, só assim se pode querer começar a inverter a tal tendência estruturante que continua a expulsar pessoas para fora da cidade”.

JOSÉ LEITÃO SUBSTITUI HELENA ROSETA

 O Partido Socialista propôs o nome do deputado municipal José Leitão para novo presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, em substituição da arquiteta Helena Roseta.

O PS indicou o deputado municipal socialista José Leitão para substituir Helena Roseta na presidência da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), disse à Lusa fonte da autarquia.

Helena Roseta anunciou na quinta-feira, num jantar marcado com os Cidadãos Por Lisboa, que fundou em 2007, que vai renunciar aos cargos de deputada municipal e de presidente da AML no final deste mês.

“O deputado municipal do PS, José Leitão, atual líder do grupo municipal do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Lisboa é o nome indicado pelo partido para preencher o lugar deixado vago com a saída de Helena Roseta da presidência daquele órgão autárquico”, avançou fonte oficial da autarquia da capital, numa nota enviada à agência Lusa.

Citado na mesma nota, o socialista defende que a AML “deverá continuar a ser a casa da cidadania e prosseguir com o seu papel fiscalizador da atividade municipal”.

A nomeação de José Leitão “será em breve objeto de votação pelo plenário do parlamento da cidade”, adianta ainda a Câmara de Lisboa, liderada pelo PS.

O advogado de 69 anos foi um dos fundadores do PS, tendo sido secretário-coordenador da Juventude Socialista e deputado à Assembleia da República em várias legislaturas.

 

 

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