ISALTINO MORAIS ENTREGA CASAS A JOVENS COM «SABOR» A POESIA E A RISO DE CRIANÇAS

Após uma sessão de leitura de poesia de Walter Hugo Mãe, o presidente da Câmara de Oeiras entregou, no Salão Nobre do Palácio Marquês de Pombal, 9 casas a jovens que se candidataram ao programa Habitação Jovem, recordando que esta pode ser uma forma de aumentar a natalidade no concelho e voltarem-se a ouvir os risos das crianças em algumas zonas históricas.

«Até 2030, prevemos construir 2.000 fogos habitacionais, num investimento global de cerca de 131 milhões de euros, aproveitando os dinheiros da bazuca (Plano de Recuperação e Resiliência) e do programa 1º Direito», revelou sexta-feira, 18 de março, o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, durante a cerimónia de entrega de nove (9) casas a jovens, com tipologias T0 e T2, na Travessa do Villalonga e Rua Costa Pinto, em Paço de Arcos, e na Rua Marquês de Pombal, em Oeiras.

Antes da cerimónia propriamente dita de entrega de casas, houve tempo para um momento de poesia. Susana Serrano, diretora das bibliotecas municipais, antecipando o Dia Mundial da Poesia, que se comemora na próxima segunda-feira (21 de março), leu um enxerto de um conto do escritor Walter Hugo Mãe, do livro «As mais belas coisas do mundo», lembrando a importância que significa para um jovem receber a chave da sua primeira casa.

O mesmo defendeu Isaltino Morais que, após tecer alguns comentários sobre a importância de juntar um evento cultural a uma cerimónia de entrega de chaves de casas a jovens, considerou que «ter casa é o fator mais importante de desenvolvimento, porque a casa é tudo: acolhimento, segurança, conforto e privacidade».

Assim, com na entrega de habitação jovem, o município «está a criar, ao facilitar a vida familiar, um ambiente propicio ao aumento da natalidade no concelho», referiu o autarca, lembrando que «à medida que os edifícios envelhecem, as pessoas também envelhecem» e, por isso, a presença de jovens nos centros históricos é «importante para os revitalizar», revelando que «estão a ser criadas as condições para acolher as crianças» que venham a ser geradas pelos beneficiário do programa Habitação Jovem.

Por outro lado, o edil falou sobre a estratégia habitacional seguida pelo município de Oeiras, revelando que «já estão negociadas com o governo 500 casas, algumas delas destinadas a residência seniores, idênticas à Residência Madre Teresa, e que vão começar as negociações para a construção de mais 150. Portanto, nos próximos anos vamos disponibilizar 2000 habitações, o que vai minimizar os problemas habitacionais no concelho».

Depois de explicar as diferenças existentes entre os programas de renda acessível e apoiada, o autarca anunciou, por outro lado, que «vão ser construídos em Linda-a-Velha 770 fogos destinados a habitação. «Alguns desses fogos vão ser de renda acessível e os restantes para a renda apoiada (social)», salientou.


Revitalização de centros históricos

Mas, voltando ao programa Habitação Jovem, que foi considerado por Isaltino Morais como um caso único em Portugal, porque para além de promover a revitalização dos centros históricos, através da reabilitação do seu património arquitetónico, atrai e fixa uma população mais jovem, evitando-se assim a desertificação.

«A nossa politica de habitação jovem é única no país, na medida que, já há alguns anos, estamos a adquirir edifícios degradados nas zonas históricas, recuperamos esse património e depois colocámos no programa de arrendamento jovem. Desta forma, evitamos a desertificação dessas zonas, com população muito idosa, criamos condições para os jovens e, ao mesmo tempo, estamos a reabilitar e a revitalizar as zonas históricas», adiantou o autarca.

Segundo Isaltino Morais, que fez questão de sublinhar que a habitação jovem não tem nada a ver com renda social ou apoiada, explicou que se podem candidatar a uma habitação todos os jovens residentes ou trabalhadores no concelho, há pelo menos 3 anos, com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos.

Mas, como referiu, «não é qualquer jovem que se pode candidatar a estas casas. O candidato tem que ter um rendimento mínimo que garanta o pagamento da renda, que pode variar entre os 200 e os 600 euros, dependendo da tipologia».

Este programa é totalmente financiado pelo Município de Oeiras, prevendo a inclusão no mercado de arrendamento de cerca de 300 fogos. Estima-se que o investimento neste programa ascenda aos de 32 milhões de euros, entre a aquisição e reabilitação dos edifícios.

Atualmente o programa contempla 110 fogos recuperados e em condições de utilização, estando em fase de projeto/aquisição mais 86 fogos.

Em 2021, foram concluídos mais 2 projetos de reabilitação, em Oeiras e Paço de Arcos, que abriram as portas a 42 novos agregados familiares, permitindo a estes jovens o início de um novo ciclo nas suas vidas.

O plano municipal de habitação do concelho de Oeiras prevê a construção até 2030 de perto de 2.000 fogos, num investimento global de cerca de 131 milhões de euros, anunciou hoje a autarquia.

«A erradicação das barracas, que era realmente uma chaga visível no território, não resolveu as necessidades de toda a gente. Por vezes, por detrás de um prédio muito bonito pode estar um anexo ou uma garagem onde viva uma família em condições degradantes», afirmou o presidente da Câmara Municipal de Oeiras.

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