Teatro, música e a exibição de um documentário sobre o espaço Rock Rendez-Vous fazem parte do programa de abertura do Espaço Avenidas, no bairro de Santos ao Rego, em Lisboa, que sábado foi inaugurado pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, cumprindo assim uma promessa que realizou durante a campanha eleitoral de abrir teatros nos bairros lisboetas.
Avenidas é o primeiro espaço do programa Um Teatro em Cada Bairro, que fará nascer, pela cidade de Lisboa, uma rede de espaços culturais de proximidade e de encontro com as comunidades e com os agentes culturais locais. Segue-se o Teatro Turim, em Benfica, que irá ficar também integrado nesta rede municipal, de forma a responder às necessidades dos artistas e entidades culturais e melhorar o acesso e fruição cultural na cidade de Lisboa, anunciou Carlos Moedas, no decorrer da cerimónia de inauguração do primeiro equipamento do programa Um Teatro em Cada Bairro.
Na cerimónia de abertura estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, o presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, Daniel Gonçalves, o Vereador da Cultura, Diogo Moura e o Diretor Municipal de Cultura, Carlos Moura Carvalho.
Localizado no bairro de Santos ao Rego, abriu ao público no sábado, dia 17, com uma exposição de fotografia pela Agência Calipo e uma instalação de Carolina Caldeira, uma oficina para crianças, um concerto da banda Farra Fanfarra e a leitura da peça As Presidentes, de Werner Schwab, integrada no ciclo Esta Noite Grita-se, da Companhia Cepa Torta
O Espaço Avenidas, como fez questão de salientar Daniel Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, “é a concretização de um sonho que saiu do papel e vai dar corpo às várias atividades sociais, artísticas e culturais”. A mesma posição foi assumida pelo vereador da Cultura, Diogo Moura, que foi o cicerone da primeira visita guiada às instalações deste novo equipamento cultural da cidade de Lisboa.
O espaço Avenidas foi o primeiro a abrir na capital no âmbito do programa ‘Um teatro em cada bairro’, ao abrigo do qual a autarquia promete que irá nascer, em Lisboa, “uma rede de centros culturais de proximidade e de encontro das artes com as comunidades locais”, afirma Carlos Moedas, que se confessou emocionado por estar a cumprir uma das suas promessas eleitorais
Carlos Moedas, que considera que a cultura “tem que estar no centro da cidade”, adiantou que a nova rede de espaços é uma das medidas prioritárias do programa cultural da Câmara Municipal de Lisboa, que procura consolidar a estrutura de equipamentos culturais e o ecossistema cultural e artístico da cidade.
O autarca, após recordar que “a democracia e o teatro nasceram na Grécia antiga”, defendeu que a cidade “precisa destes espaços” e que a autarquia pretende apoiar os artistas e agentes culturais, combater as assimetrias existentes no acesso à fruição cultural entre diferentes bairros da cidade, incentivar a multidisciplinariedade entre áreas artísticas, e melhorar a itinerância de programação cultural.
O espaço Avenidas – Um Teatro em Cada Bairro vai dispor de várias valências, contando com uma galeria de exposições, um auditório e um espaço multiusos.
Artistas e moradores a “mesma luta”…
Mas, porque os bairros “são criadores e guardiões da sua história” e cada um tem “um mundo dentro, inteiro para quem lá mora, e uma descoberta para quem vem de fora”, o Avenidas convidou um conjunto de artistas a trabalhar com moradores do bairro.
Em conjunto criaram obras e intervenções artísticas, mobilizando as comunidades e os moradores e que agora estão acessíveis a todos nas galerias e no exterior deste novo espaço cultural, revela a Câmara Municipal de Lisboa.
Oficinas com o título ‘Se te faz feliz, diz’, no sábado de manhã, a atuação da banda de sopros e percussão Farra, Fanfarra, foram as primeiras propostas daquele espaço, cuja abertura oficial ocorreu a meio da tarde, seguindo-se a inauguração de uma exposição de fotografia com o título ‘O meu bairro sou eu’.
‘Mural feli.cidade’, uma instalação a expor uma recolha de “reflexões de felicidade partilhadas pelos moradores do bairro” em locais como o mercado, a farmácia ou cafés, é outra das propostas para sábado, seguindo-se a leitura interpretada de ‘As presidentes’, do dramaturgo e artista plástico austríaco Werner Schwab (1958-1994), pela companhia Cepa Torta.
Cucha Carvalheiro, Filipe Abreu, Lídia Franco e Luciana Ribeiro inauguram o auditório do Avenidas com a leitura interpretada do texto “estranhamente divertido — uma comédia negra, crua e surreal”, do dramaturgo e artista plástico austríaco, num momento que faz parte do programa ‘Esta noite grita-se’.
Para a tarde de domingo (18 de dezembro), a proposta do novo espaço alia cinema e música através da exibição do documentário ‘Rock Rendez Vous — A revolução do rock’, de Ricardo Espírito Santo, sobre o “mais icónico clube de rock” do país no dia em que passam 42 anos sobre a abertura deste, acrescenta a nota da autarquia.
O documentário, um “retrato fiel das mudanças comportamentais, culturais e sociais dos anos 80”, conta com testemunhos de músicos e artistas que “marcaram a história” daquele espaço da rua da Beneficência, entre os quais Zé Pedro (Xutos & Pontapés), Rui Pregal da Cunha (Heróis do Mar), Rui Veloso, Rui Reininho, Xana (Rádio Macau).
