“LOURES INOVA” DÁ CARTAS NO SETOR PRODUTIVO

O “Loures Inova”, que foi impulsionado pela Divisão de Economia e Inovação, é um centro de negócios e de incubação fundado pelo MARL – Mercado Abastecedor da Região de Lisboa, pelo município de Loures e pelo Parque de Ciência e Tecnologia “Nova Madan Parque”, contando atualmente com mais de 50 sócios e parceiros, públicos e privados, entre os quais se encontram algumas das maiores referências no mercado agroalimentar e logística nacional – como é caso da Gelpeixe, a Kilom ou a transportadora Luís Simões, entre muitos outros.

O desenvolvimento de um “ecossistema de inovação” para o concelho de Loures permite criar um ambiente favorável à inovação e ao desenvolvimento tecnológico, promovendo a competitividade e o investimento estruturante, em clusters com forte representatividade e potencial de crescimento no território e “algumas delas já com presença no mercado internacional”.

O “Loures Inova”, nascido em 2015 e instalado no MARL, é um polo de inovação vocacionado para os clusters “agroalimentar e logística”, com a aposta no acolhimento e suporte de projetos de base tecnológica que potenciem a renovação do tecido empresarial do concelho.

António Pombinho, chefe de gabinete do presidente da câmara de Loures e um dos responsáveis do “Loures Inova” salienta que já se registaram 60 novas startups, algumas tornaram-se independentes em poucos meses e outras estão em fase de integração no mercado, e sublinha ao OLHARES DE LISBOA que este projeto nasceu da necessidade de “haver um verdadeiro sistema de inovação em Loures”, criando um ambiente favorável à inovação na área económica.

Não obstante a importância inequívoca da incubadora de novas empresas, António Pombinho sublinha que a génese do projeto pretende, também, ser um polo de apoio e de incentivo à inovação nas empresas já existentes.

“Desde o primeiro momento, pensámos que seria importante criar um centro de inovação de startups, mas não era a única coisa a fazer, pois nós temos um universo de 20 mil empresas (no concelho) e todas elas precisam de inovar permanentemente, sob o risco de ficarem de fora do mercado. Definimos prioridades para o projeto. Nesta primeira fase, vamos priorizar os setores agroalimentar, os transportes e a logística, que são setores fundamentais e fortíssimos em Loures – por alguma razão a Unilever resolveu fazer investimentos de dezenas de milhões de euros para desenvolver projetos novos no concelho.

Segundo António Pombinho, a associação responde que a associação, cujo nascimento oficial está dependente da aprovação do Tribunal de Contas, vai dizer aquilo que a economia de Loures precisa para inovar, nomeadamente as parcerias que precisam de ser criadas e que a “Loures Inova” pretende ajudar a criar novas empresas, “mas também aquelas que já estão sedeadas em Loures: as pequenas, médias e as grandes”.


No fundo, “estamos a contribuir com respostas adequadas às necessidades da economia local”, até porque “a economia de Loures não é igual à de Sintra ou da Amadora, por exemplo.

O responsável refere alguns exemplos práticos do trabalho já desenvolvido: “Uma empresa do setor agroalimentar queria produzir uma pasta de queijo com determinadas características e não sabia quem os poderia ajudar. Contactou a “Loures Inova” para indicar quem eram os peritos na área. Promovemos o contato com o Politécnico de Leiria, que era a instituição com a melhor inovação nesta área e o resultado foi muito positivo”, concretiza.

António Pombinho reforça que está a ser feito, estando em fase de conclusão, “um investimento volumoso no MARL”. Trata-se de uma cozinha industrial onde as empresas e as startups podem desenvolver e testar os seus produtos e as suas criações inovadoras. Para além da cozinha industrial, será criado em espaço comercial onde os produtos que são ali desenvolvidos possam ser colocados no mercado. “Ou seja, para além de ter salas de incubação de startups, vamos ter espaços de desenvolvimento dos seus produtos e onde os possam lançar no mercado”.

O “Loures Inova” dispõe ainda de espaços de incubação física e virtual. A mentoria é um fator a que António Pombinho atribui uma especial importância, considerando “diferenciador” ter empresários, académicos e profissionais qualificados a acompanhar os projetos, bem como um conjunto de consultores de primeira água que “colaboram com as grandes empresas em Portugal”.

O responsável acredita que, com estas medidas, Loures “vai ser o centro de excelência nacional do setor agroalimentar”.

A grande “horta” de Lisboa

António Pombinho não antevê um futuro radioso para um país sem capacidade produtiva (de bens essenciais). “Portugal tem de ter capacidade produtiva. Não há nenhum país desenvolvido que viva exclusivamente do turismo, ainda não inventaram um modelo.”.

E quer que Loures esteja na liderança de um movimento de vanguarda, anotando que a opção estratégica de Loures “é desenvolver o setor produtivo”, pois a região de Lisboa precisa de ter mais produção e “nós estamos motivados para ser um centro de produção da capital”.

E prossegue: “o setor agrícola de Loures respondeu bem. E nós queremos ter capacidade produtivo neste setor estratégico de desenvolvimento. Queremos ser um município que está a dar prioridade ao investimento no setor produtivo”.

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