MEDINA ASSINA MAIOR COMPRA DE SEMPRE DA HISTÓRIA DA CARRIS

Mais de 20 anos depois, a Carris volta a comprar elétricos articulados, que fazem a carreira 15E, mais do que duplicando a atual frota deste serviço, num investimento de 43 milhões de euros, foi hoje referido por Fernando Medina, durante a cerimónia de assinatura do contrato de compra de veículos elétricos para a Carris.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, assinou hoje, nas instalações da Carris, em Santo Amaro, o contrato de aquisição de 15 elétricos articulados e lançou o concurso público para aquisição de 30 autocarros elétricos para a frota da Carris, num investimento total de 60 milhões de euros, incluindo 16 postos de carregamento duplo.

O autarca lisboeta, que fez questão de lembrar que «há 4 anos o Estado entregou as chaves da Carris ao município, estima que o primeiro autocarro elétrico seja entregue em novembro deste ano e os restantes ao longo de 2022. Assim, o primeiro veículo será entregue 22 meses após o início do contrato, sendo os restantes 14 nos nove meses seguintes. Os 15 elétricos articulados vão responder à expansão da carreira 15E. O atraso no prolongamento deste percurso, de Santa Apolónia ao Parque das Nações, e ainda de Algés para a Cruz Quebrada, adiou a vinda destas unidades para este ano. Entre 2023 e 2024 também vão chegar dez elétricos históricos.

«Mais de 20 anos depois, a Carris volta a comprar elétricos articulados, que fazem a carreira 15E, mais do que duplicando a atual frota deste serviço, num investimento de 43 milhões de euros», acrescentou Fernando Medina, recordando que a Carris tem previsto o investimento de um montante de 215,7 milhões de euros entre 2021 e 2024, que será «parcialmente financiado por recurso a financiamento comunitário, a financiamento no Plano de Recuperação e Resiliência, e quando se verificar necessário a financiamento bancário».

Do ponto de vista de Fernando Medina, o reforço da oferta da Carris superou as previsões da empresa do ano passado – em 2020, previa terminar este ano com 726 unidades. Mas, até 2024, está prevista a compra de mais 325 novos autocarros, num investimento de 65,9 milhões de euros, incluindo dez veículos a hidrogénio.

Contudo, apenas em 2022 a transportadora espera recuperar o número de passageiros que tinha antes da pandemia, prevê o plano de atividades e orçamento da empresa rodoviária de Lisboa, citado pelo presidente da Câmara de Lisboa.

Todavia, na lista de compras enumerado pelo autarca também há 25 autocarros mini, movidos a gasóleo, que vão servir, sobretudo, as carreiras de bairro. Os restantes oito veículos que vão chegar ainda neste ano resultam de encomendas de 2020 que ficaram por entregar, por causa da pandemia que, entretanto, assolou o país.


Desta forma, a frota da Carris deverá contar com um total de 741 autocarros no final deste ano, mais 26 do que em 2020, refere o documento. O abate das unidades mais antigas e poluentes explica o crescimento mais reduzido do parque da transportadora – a idade média dos veículos vai cair dos 10,4 para 9,6 anos, justificou Fernando Medina que quer uma «Carris mais amiga do ambiente».

Aumentar a oferta

Tanto Fernando Medina, como Tiago Farias, administrador da Carris, estão empenhados em reforçar a oferta da rede da Carris, para evitar que as pessoas tragam os seus veículos para Lisboa.

Tiago Farias, que fez questão de salientar que a Carris está a cumprir o seu 150º aniversário ao serviço da cidade de Lisboa, adiantou que, em 2020, foram contabilizados 83,32 milhões de passageiros com bilhete, uma redução de 36,3% face aos 134,81 milhões registados em 2019. As receitas das viagens caíram para 48,3 milhões, praticamente metade dos 90 milhões de euros.

No entanto, revelou que apenas em 2022 é que a Carris espera ter mais passageiros do que no ano anterior à pandemia (134,8 milhões). Em 2021, estimam-se 128,3 milhões de utentes, para receitas totais de 110 milhões de euros; no ano seguinte, prevêem-se 141,9 milhões de utilizadores, para um encaixe financeiro de 118,9 milhões de euros.

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