MODA LISBOA PREOCUPADA COM ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Depois do Pavilhão Carlos Lopes, a Moda Lisboa mudou-se para o Campo de Santa Clara, com vontade de «abrir a cidade aos lisboetas e ao mundo”, dizem Catarina Vaz Pinto, vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa, e Eduarda Abbondanza, diretora da Moda Lisboa.A zona do Campo de Santa Clara, onde acontece a Feira da Ladra, é palco, desde ontem, quinta feira, da 53ª edição da ModaLisboa. A semana de moda lisboeta tem, este ano, o seu epicentro nas Antigas Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento do Exército, onde vão decorrer praticamente todas as apresentações das coleções primavera-verão 2020 de marcas e designers de moda nacionais.

É também neste edifício que vão estar patentes exposições de fotografia e de ilustração da Workstation, a loja temporária Wonder Room e o Check Point, com oficinas e debates.

Ainda que as atenções se concentrem na passerelle, a ModaLisboa não se resume aos desfiles. A edição 53 começou nesta quinta, 10, e a agenda inclui conversas, mesas redondas e um workshop de alfaiataria com entrada grátis

O Palácio Sinel de Cordes, sede da Trienal de Arquitectura, acolhe as apresentações das coleções de jovens criadores (António Castro, Archie Dickens, Cristina Real, Federico Protto, Opiar e Rita Afonso), e no Mercado de Santa Clara decorrem as Fast Talks, nesta edição sobre como pode “o setor da Moda ser responsável por uma mudança de comportamento que acompanhe as urgentes necessidades ambientais do planeta”.

A vereadora Catarina Vaz Pinto, que presidiu à abertura das Fast Talks, lembrou o papel que a moda pode ter na preservação do ambiente, recordando que, no próximo ano, Lisboa vai ser Capital Europeia Verde por causa das «várias medidas que tem assumido no combate às emissões de carbono para a atmosfera».

Do ponto de vista da vereadora da Cultura, existem vários impactos positivos que a indústria da moda pode ter na minimização dos problemas ambientais, nomeadamente através da

Classificadas como uma sessão de conversas rápidas, as Fast Talks, abertas a todos, tem como principal objetivo tentar perceber de que modo pode a indústria da moda ser responsável por uma mudança de comportamentos e atitudes, face aos problemas ambientais que o planeta enfrenta.


Para tal, convidaram-se designers, investigadores e ativistas. «Todos eles, através dos seus projetos, tentam construir um mundo melhor e servem de exemplo para que o façamos também», escreve a organização da ModaLisboa.

Joana Barrios, atriz e apresentadora, é, uma vez mais, a moderadora desta iniciativa, que conta com o designer de moda Alfredo Orobio, Carolina Alvarez-Ossorio, da marca de vestuário Ecoalf (que utiliza matérias-primas recicladas) e Eva Geraldine Fontanelli, fundadora e CEO da Goooders (um agregador de marcas amigas do planeta). Patrick Duffy, fundador da Global Fashion Exchange, é outro dos convidados das Fast Talks.

Da programação da Check Point, a decorrer nas Antigas Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento do Exército, faz parte um workshop de alfaiataria (12-13 out, sáb-dom 11h), sob a orientação de Ayres Gonçalo, da Ayres Bespoke Tailor, que vai ensinar, de forma prática, como tirar medidas, riscar, cortar, coser e provar um casaco.

Nos mini-workshops Responsabilidade: A Diferenciação na Indústria Têxtil Portuguesa (12 out, sáb 14h30-16h45) vai falar-se sobre sustentabilidade. E no domingo, 13, às 14h30, será feita a apresentação do estudo Novas Tendências da Moda, seguida de uma mesa redonda sobre Moda e Tecnologia.

 

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