O Museu do Aljube inaugura no dia 10 de maio, uma exposição sobre prisões, subordinada ao tema: «Quem é que já viu uma prisão do lado de dentro?» Mais tarde, nos dias 23 e 24, realiza-se uma conferência internacional “Prisões em Portugal e na Europa» .
O Museu do Aljube Resistência e Liberdade, que albergou, entre 1928 e 1965, uma prisão política do Regime do Estado Novo, recebe esta que é a segunda mostra deste projeto. A primeira teve lugar em 2017, no Centro Português de Fotografia (localizado na antiga no Cadeia da Relação do Porto) e o trabalho apresentado valeu ao fotógrafo Luís Barbosa o prémio de melhor trabalho de fotografia de 2017, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).
Paralelamente ao seu espólio permanente, o Museu apresenta agora esta exposição de fotografias contemporâneas e históricas de prisões portuguesas que estará patente até 29 de setembro.
A Professora Maria José Moutinho Santos, da Universidade do Porto, realizou a investigação nos arquivos nacionais e selecionou, entre várias centenas de fotografias, imagens documentais, algumas delas particularmente impressionantes.
A exposição dos dois fotógrafos oferece uma visão cruzada sobre estabelecimentos prisionais portugueses, dos maiores aos mais pequenos, de prisões que remontam a 1880 às inauguradas em 2014, de prisões masculinas e femininas até às prisões destinadas aos jovens.


As fotografias históricas traduzem uma representação das prisões do passado e das respetivas condições de vida.
Prisões em Portugal
Ainda no âmbito desta exposição, vai decorrer no Museu do Aljube na universidade de Lisboa, nos dias 23 e 24, a conferência internacional «Prisões em Portugal e na Europa: Regimes de detenção e monitorização do regime prisional» com especialistas nacionais e internacionais, procurando refletir sobre o sistema prisional português.
O edifício do Aljube, palavra de origem árabe que significa poço sem água, cisterna, masmorra ou prisão, antes de ser Museu foi uma prisão. Primeiro cárcere eclesiástico, depois prisão de mulheres acusadas de delitos comuns até ao final da década de 1920 e prisão política durante o Estado Novo até ao seu encerramento em 1965.