O padrinho que levou Carlos Mendonça para o teatro

Paulo Vasco, é padrinho de marchas há muitos anos.
O simpático e bem disposto actor Paulo Vasco apadrinha há três a da Ajuda mas já desempenha este tipo de tarefas em marchas desde 1999.

Teve que fazer uma interrupção porque, há quase duas décadas, as peças do Teatro Maria Vitória, e de outras companhias do Parque Mayer, prolongavam-se até Junho. Mas quando estas começaram a estrear e encerrar mais cedo, voltou às lides marchantes, como padrinho da Baixa, durante dois anos.

Depois, apadrinhou Benfica por três anos. Passou, também, a ser padrinho, todos os anos, nas marchas de Almada, que são em Julho, pelo que não interferem com as de Lisboa.

Paulo Vasco é ainda responsável pela entrada do grande Carlos Mendonça no mundo do teatro: Conta que o futuro mestre das marchas se estreou muito cedo, como bailarino de revista, no Teatro Capitólio, em 1964. Mas depois foi para Inglaterra e casou-se…

Quando Paulo o conheceu, Mendonça “tinha um restaurante em Alfama e já trabalhava no mundo das marchas”. O actor desafiou-o para “fazer um espectáculo de Melodias de Sempre, no Teatro Variedades, o que acabaria por acontecer”.

Nos últimos anos de vida do bailarino, figurinista e autor, célebre no teatro e nas marchas, incompatibilizaram-se. Mas Mendonça “tinha uma visão plástica inovadora das marchas. A prova disso é que lhe chamam o Mourinho das Marchas. Tinha ideias novas e revolucionou. Era um bom figurinista. Guardo boas memórias das coisas que decorreram do nosso relacionamento profissional”.

As marchas, por sua vez, “nasceram no Parque Mayer. Foi dali que saiu a sua primeira edição. A Beatriz Costa tinha uma peça no Variedades, em 1932, que era o Arre Burro. Era madrinha de Benfica e exigiu ir montada num burro… E foi!”.


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