OS DE BABA, UMA ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA E DE CAUSAS SOCIAIS

Há 35 anos, mais propriamente a 25 de dezembro de 1984, um grupo de jovens residentes na Estrada de Chelas que, em comum, tinham a paixão pelo desporto, criaram o Grupo Desportivo Os de Baba. Aguardando por uma sede própria que lhes permita desenvolver o seu trabalho associativo, nomeadamente nas vertentes desportiva e social, a Associação Desportiva Os de Baba tem, ao longo de 35 anos, pautado a sua atividade «por uma entrega total» ao desporto e às ações sociais.

“Começamos a entrar em torneios de futebol salão, conquistamos vários”, revela Vítor Machado, diretor desta associação desportiva, nomeadamente na Casa Pia, na Pontinha, na Tuna Excelente, no Clube Oriental de Lisboa e no Ateneu da Madre de Deus.

Mais tarde, “na época de 1990/91, com o patrocínio de duas empresas, participamos pela primeira vez no campeonato nacional da terceira divisão de futebol salão e fomos campeões nacionais”, sublinha Vítor Machado. “Fomos também vencedores da zona sul e sagramo-nos vice-campeões da taça de honra. Na época de 1991/92, decidimos abrir vagas a jogadores de outras zonas de Lisboa e da margem sul. E no fim do campeonato, subimos à primeira divisão”.

“Como a Federação impunha para competir a nível nacional uma equipa de formação, fizemos um protocolo com o Ateneu da Madre de Deus para termos uma equipa de formação Esperanças que se estendeu a equipa sénior e voltamos à 3ª divisão. onde fomos novamente campeões nacionais.

Mas, como lembra este dirigente associativo, no início, por falta de uma sede própria, o “ponto de encontro dos elementos de Os de Baba era num café, na estrada de Chelas. Todavia, como o proprietário precisava de espaço, que estava reservada às taças do clube, estas foram distribuídas pelos atletas e, mais tarde, tivemos que abandonar o café”.

Em 2015 “Os de Baba” legalizam-se e passam a ser Associação desportiva “Os de Baba”

Apesar das suas boas prestações desportivas, esta associação debate-se com algumas dificuldades financeiras. Segundo o seu dirigente: “para entrarmos num campeonato nacional, precisamos de mais patrocínios e mais apoios. E isso custa muito à nossa associação. Vivemos das quotas dos sócios, do apoio de alguns comerciantes e da Junta de Freguesia do Beato. Se não fosse isso, não conseguíamos”.


Contudo, apesar das dificuldades, conseguem participar em diferentes torneios, como “torneio nacional de futebol de rua, em Braga (segundo classificado), com a equipa de futsal feminino”.

A vertente social

Para além da prática desportiva, Os de Baba começaram a dedicar-se a causas sociais. “Para nós é uma parte importante da nossa atividade e com o apoio da Junta de Freguesia do Beato, temos dado muito ênfase e apoio à freguesia na área social, nalgumas atividades em que a junta nos solicitava apoio”, sublinha este responsável.

Um dos exemplos desta vertente social passa pela organização do torneio de veteranos de futsal, todos os anos no dia 1º maio, “para ajudar crianças com vários problemas patológicos. Nomeadamente, com cancro, paralisia cerebral, entre outros. As verbas e aquilo que nós angariamos no torneio, é enviado para essas crianças.

Na área social Os de Baba apoiam “algumas instituições de solidariedade social, designadamente através de alimentos. Apoiamos a Vida e Paz e a Cais.

Nesta vertente social, Os de Baba também apoiam outras atividades como o apoio a idosos. “Já fizemos  algumas vezes no teatro Ibérico o Dia Internacional do Idoso, em articulação com a Junta de Freguesia do Beato. Fizemos vários espetáculos de teatro de variedades musical e demos um lanche a cada idoso. Mas o importante foi juntar pessoas que às vezes têm muita solidão e que precisam deste apoio e carinho”, destaca Vítor Machado.

Uma das iniciativas mais marcantes para os sócios é “a festa de natal para os filhos dos sócios. É algo pelo qual nós temos um carinho muito especial. Juntamos os sócios e as suas famílias, com um espetáculo simpático, damos prendas aos nossos sócios e filhos de sócios”.

Sede ainda em espera

Recentemente o movimento associativo da freguesia teve uma reunião com o presidente da Câmara, Fernando Medina, revela o diretor de Os de Baba. “Um dos assuntos que falámos foi o de termos um espaço para a nossa sede”.

Esta situação é muito importante para esta associação desportiva porque necessita de um espaço próprio para desenvolver a sua atividade. Atualmente “desenvolvemos o trabalho associativo em casa dos elementos da direção”, onde é tratado o expediente. “Sem sede é complicado recebermos os sócios e os pais das crianças.”

Para exibir o espólio desta associação dispõe de “um espaço, que partilhamos com os escuteiros do Beato, onde guardamos as fotografias, taças e medalhas”.

“Esperemos que seja para breve a sede que nos foi prometida, eventualmente na Madre de Deus”, revela Vítor Machado. “Numa reunião que tivemos com o vereador do desporto, Carlos Castro, foi-nos dito que iríamos ter a nossa sede”, adianta.

Cultura e recreio

“Na área da cultura e recreio já fizemos vários eventos, definidos num plano de atividades que definimos no final de cada ano”, sublinha este responsável.

Por exemplo, “fizemos dois Festival de Cavaquinhos, um encontro de coros e cantares, proporcionando assim, momentos únicos na freguesia. Nós não gostamos de estar a copiar o que os outros fazem. Gostamos de ser originais”.

Para as crianças “organizamos a marcha infantil, que teve um grande sucesso. Este ano, realizou-se o quarto Festival de Marchas Infantis, em que, pela primeira vez, participou a nossa marcha, que foi muito bem-sucedida e muito acarinhada pela junta de freguesia”.

A partir de uma ideia original recriaram “os pregões saloios dos anos 60 e adaptamos às crianças. Tivemos um menino de quatro anos como mascote à pescador, pregões apregoados pelas nossas meninas e meninos”. Neste Festival “tivemos aqui sete marchas e a presença da Voz do Operário, que é uma marcha que desfila na avenida da Liberdade”.

Segundo Vítor Machado “a junta de freguesia assegurou, para os próximos anos, o apoio à nossa marcha infantil”.

“Também participamos com a marcha infantil em Belém, a 15 de junho, e até o vereador do desporto nos deu os parabéns e, inclusivamente, tivemos que repetir o desfile, porque as pessoas quiseram ouvir os pregões pela segunda vez”, conclui.

Ainda este ano, “a associação vai participar numa grande gala de fados, organizado pela Associação das Coletividades do Concelho de Lisboa”. Os de Baba vai estar representada por duas fadistas, que irá atuar em três locais diferentes, em outubro e novembro. E, finalmente, participa na gala final que se realiza nos Paços do Concelho”.

Mas o próximo grande evento organizado por esta associação vai ocorrer a 28 de setembro. Será o 1º Grande Festival da Açorda e da Música. “Vai haver a apresentação de diferentes instrumentos musicais como os cavaquinhos, as concertinas e as gaitas de foles. Este evento vai decorrer na mata da Madre de Deus e já temos a confirmação de vários grupos musicais. No final do festival haverá um repasto”, conclui o diretor de Os de Baba.

“Os de Baba” treinam num espaço na Mata da Madre de Deus, num polidesportivo, cedido pela Junta de Freguesia do Beato”.

 

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