PROJETOS BIP/ZIP 2019 PROMETEM AGITAR LISBOA

Os 44 projetos da nova edição da Energia BIP ZIP, através da qual a Câmara de Lisboa financia iniciativas de desenvolvimento local, começam hoje, 8 de outubro, a ir para o terreno.

Hoje, no Centro Comunitário do Bairro Alfredo Bensaúde (Rua Costa Malheiro, Lote B04), em Lisboa, foram apresentadas 10 dos 44 projetos da nona edição do programa Energia Bip Zip.

Numa cerimónia, onde esteve presente a secretária de Estado para a Igualdade e Cidadania, Rosa Monteiro, a vereadora da Habitação e Desenvolvimento Local, Ana Paula Marques, foram divulgadas as 10 propostas para a zona oriental da cidade.

A vereadora Ana Paula Marque, após considerar que o «Bip Zip é uma forma de construir a cidadania, combater a xenofobia e promover  a coesão e a inclusão social», revelou que, entre outras ideias de desenvolvimento local, «surgiram propostas de estratégias» para evitar o abandono escolar dos mais novos, mas também para fazer formação e incluir os idosos em processos digitais, ou ensinar compostagem, agricultura biológica.

«O caminho faz-se caminhando». Esta foi a frase mais empregue durante a primeira das cinco sessões de assinatura de protocolos – nomeadamente na zona oriental, zona norte, centro histórico, zona ocidental – que vão acontecer entre o Município de Lisboa e os parceiros BIP ZIP nesta 9ª edição do programa municipal, já considerado pela Comunidade Europeia uma referência internacional e um exemplo a difundir «em nome» de estratégias para o desenvolvimento local das cidades.

A secretária de Estado Rosa Monteiro e a vereadora Paula Marques, assim como a presidente da Junta de Freguesia dos Olivais, Rute Lima, foram unânimes em considerar que este programa permite uma maior aproximação entre os poderes públicos e as populações e, essencialmente, contribuem para «uma maior inclusão social, ao mesmo tempo que promovem a cidadania.

Melhorar e transformar a vidas das pessoas são, na perspetiva dessas duas responsáveis, os grandes objetivos deste programa que, em 9 anos, «mexeu» com mais de 140 mil habitantes, implementou 354 projetos, promovidos por 625 parceiros e realizou 2.213 atividades.


Para Paula Marques, o BIP/ZIP «é um instrumento de vida pública, de sinergias locais” e este projeto vem “juntar vontades e vozes críticas à família BIP/ZIP que se foi alargando às várias organizações da cidade, às pessoas que trabalham no terreno».

Servir a comunidade

Nesta edição do programa tem como lema «servir a comunidade», participam 135 entidades (49 promotoras e 86 parceiras) que vão promover cerca de 300 atividades em 53 territórios BIP/ZIP – Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária na cidade de Lisboa.

Esta edição, à semelhança das anteriores, visa dinamizar parcerias e pequenas intervenções locais de melhoria «dos habitats» abrangidos, através do apoio a projetos locais que contribuam para o reforço da coesão sócio territorial do município de Lisboa.

O montante total de apoio municipal para estes 44 projetos é de 1.6M€ (497.273 € no ano de 2019 e de 1.160.299 € no ano de 2020), a que se junta ainda o valor de 523.025 €, angariado pelas próprias parcerias. No total, são 2.1M € ao serviço das comunidades dos territórios de intervenção prioritária, em áreas consideradas mais importantes pelas próprias comunidades.

O Programa BIP-ZIP – Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária de Lisboa, criado em 2011 pela autarquia como um instrumento de política pública municipal, destina-se exclusivamente a apoiar atividades e projetos a desenvolver nos Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária inscritos na Carta dos BIP/ZIP de Lisboa, aprovada pela Assembleia Municipal.

A dinamização de projetos pensados para e pelas comunidades locais, suprindo as suas necessidades a diversos níveis, podendo concorrer as forças locais e a própria comunidade, é o objetivo deste programa, com consequências diretas em termos de empregabilidade, formação, atuação, nos domínios da saúde, educação, junto dos idosos, jovens desempregados, ou de grupos vulneráveis.

Projetos para para todos…

A Livraria Solidária de Carnide, A Avó Veio Trabalhar ou a Rede de Artes e Ofícios de Lisboa são algumas das iniciativas mais mediáticas oriundas de edições passadas do mundo BIP/ ZIP.

Por outro lado, Paula Marques, vereadora com os pelouros da Habitação e Desenvolvimento Local, revelou: «nesta edição, existe uma concentração de projetos apresentados e aprovados na freguesia de Marvila. Mas também é natural, porque houve uma grande mobilização por parte das organizações locais e das comunidades».

Entre elas está a “Ópera Connosco, Marvila!”, da Associação Plateia Protagonista, que vai dotar alunos do 3.º ciclo com as competências artísticas e técnicas necessárias para a criação de uma ópera. A imagética deste trabalho será influenciada pelos espaços e memórias locais coletivas, num espetáculo final que contará com cinco cantores profissionais e um pequeno ensemble de instrumentistas.

Do outro lado da cidade, na Estrela, vai nascer um «arquivo vivo de sementes», na forma física e digital, uma iniciativa que integra o projeto «Germinar um banco de sementes», da Associação Margens Simples. Além de um repositório físico, estará associada ao banco uma plataforma digital para pesquisa e requisição de sementes

para os adeptos da economia circular: aos interessados, é enviado um envelope de sementes e mais um outro vazio que deverá ser devolvido com os frutos da produção, cumprindo o objetivo de disseminação.

Também o Projeto Alkantara viu uma nova candidatura aprovada, apesar de ainda andar no terreno com o seu BIP/ ZIP «Casal Ventoso Sempre», que tem levado várias expressões da arte urbana a esta zona da cidade, e entre 11 e 13 de outubro promove uma Festa de Arte Urbana no Bairro da Cabrinha. Agora apresentou “Casal Ventoso – Fazemos Acontecer”, mais focado na dinamização comunitária e cidadania e que deixará também um legado físico no território: dois espaços para rastreios, uma unidade móvel de saúde e mesmo um espaço para workshops e realização de debates.

Projetos apresentados

Hoje, foi a vez de serem apresentados os seguintes projetos: Bensaúde vai à Escola», da associação Mulheres sem Fronteiras; Oriente a Circular, Associação Mulheres sem Fronteiras; BioEscolas – Alimentação Biológica, Associação Portuguesa de Agricultura Biológica; Redes Sociais Saudáveis, Associação de Inter-ajuda de jovens Eco-estilistas; Marvila é para Todos, Associação Salvador; Espelho Meu, Associação Viver em Sociedade; Desde pequenino se faz o figurino, Associação de Reformados do Bairro do Condado, Marvila; Spot mais por menos, Centro Social Paroquial São Maximiliano Kolbe; Ópera Connosco, Marvila, Associação Plateia Protagonista; Constuir Acessos sem Restrições, Cooperativa de Serviços e Solidariedade Social; e Pessoa Jovem Ativa, European Association of Young Educators Nenhum campo encontrado.

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