UNIÃO ZOÓFILA ALERTA PARA ARMADILHAS NO PARQUE DO VALE DO SILÊNCIO

Um utilizador do Parque do Vale do Silêncio, nos Olivais, deparou-se, na semana passada, com a presença de uma armadilha feita com pão, envolto em pele de origem animal, palitos e parafusos. Para além do Parque do Vale do Silêncio, é recorrente surgir este tipo de artefactos noutros locais públicos da cidade.

Segundo Dulce Monteiro, voluntária da União Zoófila ao Olhares de Lisboa, estas armadilhas têm como alvo, sobretudo, os cães que passeiam nestes parques, mas podem também atingir outras espécies, tais como gatos, esquilos ou aves. Para além do caso relatado no Vale do Silêncio, a União Zoófila (UZ) também recebeu, há poucos dias, a denúncia de “pessoas que deixam bolas de ténis com veneno à porta de prédios onde residem pessoas com cães”, nas zonas de Tercena e Massamá. O objetivo, é, segundo a mesma associação, “chamarem a atenção dos cães e assim lhes poderem provocar danos”.

Ainda de acordo com a UZ, os autores destas armadilhas, em grande parte dos casos, não são identificados, “por ausência de flagrante delito”, mas deixa alguns conselhos para os donos de animais, tais como “atenção redobrada e manter o cão na trela”. Contudo, “se pretender soltar o cão, deve dar uma volta pelo parque com ele antes de o soltar”, avisa ainda a União Zoófila, acrescentando ainda que os donos devem também “treinar e ensiná-los para que não recolham nada do chão”.

Ao mesmo tempo, a associação aconselha ainda a que todos os donos de animais “perguntem aos restantes utilizadores se detetaram algo digno de alerta” e que “denunciem sempre a presença destas armadilhas às autoridades”. Se um animal apanhar algo, os donos devem ainda “retirar de imediato porque nunca sabemos o que pode ser”, acrescenta a UZ.

No entanto, esta situação não é recente. Em 2018, recordou a UZ, houve o caso de um morador na Ajuda que encontrou, num parque público, vários bocados de pão, cravados com pregos.

A União Zoófila foi fundada em 1951, e é uma das associações animais mais conhecidas do país, focando-se essencialmente na proteção dos animais domésticos abandonados, negligenciados e vítimas de abuso em Portugal. A UZ é também uma associação de utilidade pública administrativa sem fins lucrativos, que acumula o estatuto de ONGA- Organização não Governamental Ambiental – e de Entidade Coletiva de utilidade pública.

Não tem apoios estatais, sobrevivendo apenas com o dinheiro resultante do pagamento das quotas dos seus sócios e dos donativos. Esta associação situa-se em Sete Rios, e atualmente alberga centenas de cães e gatos, vítimas de abandono e maus-tratos. Desde 2005, a UZ já resgatou cerca de 4469 cães e 3359 gatos. Ainda nos mesmos 17 anos, já foram adotados, nesta associação, 3304 cães e 2850 gatos.


 

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