VINHOS DE LISBOA SÃO «UMA RICA POMADA»

Hoje foi dia de vindima na Vinha de Lisboa. As uvas apanhadas no Parque Vinícola de Lisboa, em Marvila, junto ao Aeroporto, são das castas Arinto, Tinta Roriz e Touriga Nacional e vão encher cerca de 15 mil garrafas do já premiado vinho “Corvos de Lisboa”.

Logo pela manhã, como manda a tradição, trabalhadores, convidados e o vereador Sá Fernandes, de tesoura na mão, lançaram-se à empreitada de apanha manual das uvas do Parque Vinícola de Lisboa, utilizadas na produção do já conhecido vinho de Lisboa, «Os Corvos de Lisboa», que é esmagado e tratado na Casa Santos Lima, em Alenquer.

Esta casa agrícola é responsável pela produção de cerca de 40% de todo o vinho certificado da Região de Lisboa e é uma das principais exportadoras de vinho português, revela o seu administrador, José Luís Santos Lima Oliveira da Silva.

O resultado desta 3ª vindima, espera o vereador Sá Fernandes, será «uma boa pomada». Apesar das condições climatéricas, este ano, não terem sido as mais apropriadas, Sá Fernandes mostra-se convicto que este é, seguramente, «o melhor vinho do mundo, até porque tem associada a marca Lisboa».

Sá Fernandes, que recordou a existência de mais de mil talhões de hortas comunitárias na capital, salientou a importância da produção do precioso néctar em toda a região vitivinícola de Lisboa, que oferece, para lá da cidade, uma extensa área de enorme beleza a ser visitada. «Tudo isto é património para os lisboetas e turistas, que temos de valorizar», realçou o vereador, revelando, entre outras novidades, que Lisboa vai ter um pomar, alargar o número de hortas comunitárias e, provavelmente, aumentar a vinha de Marvila.

Cadaval, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Torres Vedras são alguns dos concelhos que, sublinha, «põem o nome de Lisboa no mundo inteiro em mais de quarenta milhões de mesas», pois todas as garrafas que produzem têm o nome da cidade e da região inscrito. Um nome que «vai dar ainda mais corpo a este vinho», diz com convicção, defendendo que «os vinhos da Região de Lisboa são de grande categoria».

Lisboa – Capital Verde


Esta vinha lisboeta, como salienta Sá Fernandes, além de «ser um bom exemplo de boas práticas ambientais», permite «encorpar» à estratégia desenvolvida de promoção das hortas e de criação de espaços verdes, no âmbito de «Lisboa Capital Verde Europeia 2020», e, ao mesmo tempo, mostrar que «nem todo o espaço verde tem que ser um jardim, existindo zonas que podem ser produtivas, servir para a educação ambiental ou ter um efeito simbólico muito grande, particularmente neste caso, na região vitivinícola de Lisboa».

Uma cidade do futuro, ambiental e sustentável tem que se preocupar também com esta dimensão da sustentabilidade, frisa, adiantando que «a câmara fez mais 250 hectares novos de área verde», o que permitiu à edilidade ser «Capital Verde Europeia», em 2020.

O vereador lisboeta afirma que «devem existir muito poucas capitais no mundo, senão nenhuma que têm uma região vitivinícola a vinte minutos de distância como nós temos», acrescentando: «No que diz respeito à relação preço-qualidade, esta deve ser provavelmente a melhor região vitivinícola do mundo; é imbatível».

Três hectares de vinha

Com cerca de três hectares, que se encontravam «abandonados», o Parque Vinícola de Lisboa resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal e a Casa Santos Lima, iniciada em 2014 e insere-se na estratégia de diversificação de tipologias de espaços verdes da autarquia, servindo ainda uma vertente pedagógica, com visitas de estudo de crianças e adultos.

Em 2018, os vinhos «Os Corvos de Lisboa», foram distinguidos com a medalha de ouro do Concurso de Vinhos de Portugal, da ViniPortugal.

José Luís Santos Lima reconhece que, a vinha de Lisboa reflete as preocupações ambientais, tais como a agricultura sustentável e a procura pelos produtos autênticos, representativos de cada região. O administrador da Casa Santos Lima defende que «o objetivo será sempre encontrar formas sustentáveis de cuidar da vinha, preservando o meio em que ela se insere e o futuro das atividades».

Austrália, Estados Unidos da América, Brasil e Escandinávia, absorvem cerca de 90% da produção da marca, já disponível também em diversas superfícies comerciais nacionais.

Do espaço, com vista para o aeroporto Humberto Delgado, saem vinhos das castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Arinto.

 

 

 

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