“SE NÃO APOIARMOS AS PESSOAS, O QUE ANDAMOS CÁ A FAZER?”

O prémio do Jacinto é o grande momento.

O ponto alto dos bailes que Carlos Alberto, presidente da Sociedade Filarmónica Alunos de Apolo, organiza para alegrar, alimentar e entreter os idosos de fracos recursos económicos.

Os bilhetes de preço simbólico habilitam estes casais que sonham na pista de dança para um sorteio mensal. Quem ganhar recebe 70 euros, quem fica em segundo recolhe 20 euros e o terceiro leva 10 euros.

“Não consegue imaginar a afluência ao baile no dia do sorteio. E a felicidade, quando uma dessas pessoas ganha o primeiro prémio: ‘Ai, senhor Carlos Alberto, isto faz tanto jeito!’”.

Carlos Alberto diverte-se, de forma respeitosa e saudável, com os pequenos ciúmes e rivalidades que dividem os pares dançantes com idades à volta dos 80 anos. Mas esta é também uma forma de socialização e inclusão destas pessoas antigas e carentes, o seu momento de convívio, fantasia e felicidade.

“Se não formos assim, se não apoiarmos estas pessoas, então o que é que andámos cá a fazer?”, pergunta.

Carlos Alberto recorda os tempos em que as colectividades funcionavam dessa forma. “Os seus directores estavam em cima das necessidades, ajudavam. Hoje ninguém apoia. Ninguém quer saber”.

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