O presidente da Câmara de Lisboa anunciou que vão entregues 100 habitações a pessoas que vivem na rua, ao abrigo do programa «Casa Primeiro».
O acompanhamento é realizado por uma equipa multidisciplinar (técnicos de serviços social, psicólogos, entre outros) que elabora um projeto alternativo com vista à reinserção socioprofissional da pessoa sem-abrigo.
“Queremos que as cerca de 360 pessoas que temos hoje identificadas em situação de sem-abrigo tenham uma resposta de acordo com a sua necessidade e a sua vontade, seja ela uma resposta de habitação como ponto de entrada e de começo para o processo de integração, seja ao nível da saúde, em que muitos dos casos são problemas de saúde mental, ou ao nível de problemas de dependência, seja de álcool, seja de estupefacientes”, realçou o presidente da Câmara de Lisboa.
Por seu turno, o vereador dos Direitos Sociais, Manuel Grilo, salientou que ambicionava tirar todas as pessoas em situação de sem-abrigo da rua até 2021, realçando o papel que tem sido desenvolvido pelas várias associações e instituições no combate a essa situação.
Apesar de estar de acordo com esta ambição de Manuel Grilo, Fernando Medina considerou que «não se vai conseguir ser bem-sucedido em todos os casos”.
“Há casos particularmente difíceis, há casos de pessoas que não querem sair da situação onde estão, aliás, até já por perda de confiança no sistema”, apontou, acrescentando que “há pessoas que estão na rua há mais 10 anos, 15 anos” e que mais dificilmente aceitarão alternativas.
O chefe do executivo municipal reiterou ainda que “o grande desafio nesta área é trabalhar e perceber que cada caso é um caso”. “Não há dois casos iguais. Não há duas pessoas com histórias de vida iguais”, considerou Medina, reforçando que é necessário “trabalhar com cada caso concreto e procurar que cada um tenha uma possibilidade de inserção”.
O autarca ressalvou, porém, que “a ideia de que há um método único e de que se atribui uma casa e o problema está resolvido é um erro, isso não acontece”. Para o presidente da Câmara de Lisboa, é necessário “um acompanhamento personalizado” e caso a pessoa abandone a casa uma ou duas vezes deve ter direito a mais uma oportunidade.
O diretor do departamento dos Direitos Sociais, Paulo Santos, informou na ocasião que, do total de pessoas em situação de sem-abrigo em 2018, 1.967 não tinham casa e 361 encontravam-se sem teto (na rua).