MARCHAS DE ALMADA DESCERAM NOVAMENTE A AVENIDA

Como manda a tradição, as Marchas Populares de Almada desceram, na noite de São João, a Avenida António José Gomes, na Cova da Piedade. Este ano, foram oito as marchas a concurso, a que se juntaram mais três extraconcurso.

O desfile das Marchas de Almada começou por volta das 21h00 com a marcha extraconcurso ‘Os Costinhas’, que apresentaram o tema ‘Brincadeiras de Criança’. O objetivo é trazer, para o espetáculo, as brincadeiras do antigamente, numa era onde reinam os videojogos e o mundo digital e tecnológico. Assim, os ‘Costinhas’ brincam ao São João, de fisga na mão.

Os padrinhos são a psicóloga Patrícia Gonçalves e o administrativo Ricardo Quinzana. As ensaiadoras e coreógrafas são Maria José Ribeiro e Maura Guerreiro, tendo a primeira também sido coordenadora da marcha. A concepção e execução dos arcos é de Mário Farinha e os trajes são de Adelaide Marques e Mónica Marques. Esta marcha apresentou uma marcha inédita, ‘Brincadeiras de Criança’, da autoria de Ângelo Ramos.

A segunda marcha extraconcurso a desfilar foi a da Trafa-Rica, a Marcha Popular Infantil do Projeto Age em Rede Clds 4g. Este projeto trabalha nos territórios da Trafaria, Costa de Caparica, Charneca de Caparica e Sobreda. Era nestas localidades, que, no passado, se instalavam as feiras populares. A Trafa-Rica recorda assim estes momentos tão esperados pelas comunidades.

Os padrinhos são Cláudia Pereira, Assistente Social na Câmara Municipal de Loures, e Miguel Graça, professor de dança. Já Fátima Pinto foi a ensaiadora e coreógrafa da marcha, que contou ainda com a coordenação de Andreia Salgueiro. Os arcos e os trajes ficaram a cargo da equipa do projeto, em conjunto com Teresa Capitão, que confeccionou as roupas. A Trafa-Rica apresentou a marcha ‘Trafa-Rica, Feira de Verão’, com letra de Andreia Salgueiro e Bruno Henriques, com letra cedida pelo Centro Comunitário Pia II.

A seguir, desfilou na Avenida a marcha convidada de São João das Lampas, do concelho de Sintra, e que apresentou o tema ‘De Portugal para o Mundo’.

Oito marchas a concurso

Após as exibições das marchas extraconcurso, seguiu-se a Marcha da Charneca, que abriu a competição com o tema ‘Charneca, Canta-me um Fado’. O fado ouvia-se na Charneca da Caparica, nos pátios dos solares das quintas, onde atuavam os fadistas vindos de Lisboa. No entanto, eram também frequentes os ‘cantos ao fado’, nas tascas e nos botequins.

Os padrinhos desta marcha são os fadistas Cátia Santos e Miguel Ramos. Vanessa Vaz e Diogo Vaz são os ensaiadores e coreógrafos da Marcha da Charneca, que tem como coordenadora Felisbela Correia. Os arcos são de José Almeida e Daniel Oliveira e os trajes também de José Almeida. A marcha inédita apresentada foi ‘Charneca, Canta-me Um Fado’, de Nádia Correia e arranjos musicais de Gilberto Pleno.

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A segunda marcha a concurso foi a Capa-Rica, com o tema ‘De Pregão em Pregão, Aguadeiros e Varina, Um Amor no São João!’. Em 2023, a Capa-Rica celebra as varinas e os aguadeiros, lembrando o amor e a luta diária de gente humilde que fez da sua vida um pedaço de história na Caparica. Por outro lado, o São João e as suas festas eram o momento perfeito para o namorico. A Capa-Rica tem como padrinhos João Carlos Mendes e atriz Mané Ribeiro. Os ensaiadores e coreógrafos são Américo Silva e Marco Mercier e o coordenador da marcha é Pedro Duarte. Os arcos são de Hugo Barros e os trajes de Dino Alves. A marcha apresentada foi ‘De Pregão em Pregão’, de Toy.

Beira-Mar de Almada e Trafaria também desfilaram

Por sua vez, a terceira marcha a desfilar foi a do Beira-Mar de Almada, com o tema ‘Almada, 50 Anos de Magia’. Foi neste concelho que, em tempos passados, passaram Fenícios, Celtas, Romanos e Árabes, mas é a partir do século XIX que Almada começa a ganhar uma nova vida, com a aposta na indústria naval ou corticeira. Em 1973, é elevada a cidade e ganha um novo fôlego até aos dias de hoje. Os padrinhos são os atores João de Carvalho e Rute Rocha.

Os ensaiadores e coreógrafos são Hugo Barros e Sara Brandão e as coordenadoras da marcha Tânia Correia e Patrícia Faria. Os arcos são de Hugo Barros e Sara Brandão e os trajes de Glória Penetra. O Beira-Mar de Almada apresentou a marcha inédita ‘Parabéns Cidade de Almada’, com letra Nuno Nazareth Fernandes e música de Carlos Alberto Moniz.

De seguida, entra a Marcha da Trafaria, com o tema ‘Da Trafaria às Descobertas’. Com este tema, pretende-se lembrar os marinheiros que, há muitos séculos atrás, atracaram no porto da Trafaria. Ao entardecer, era na Trafaria que se avistavam as velas das caravelas a chegar. Os padrinhos da marcha são o casal de influenciadores digitais Jéssica Antunes e Rui Figueiredo. O ensaiador e coreógrafo é José Carlos Mascarenhas e a coordenadora da marcha Sandra Neves.

A concepção dos arcos é de João Esteves e José Carlos Mascarenhas e a sua execução ficou a cargo de Miguel Caldeira, Pedro Lopes e Rui Rosendo. Os trajes foram desenhados por Aldina Jesus e costurados por Vilma Lísis. Por fim, a execução dos adereços ficou sob responsabilidade de Miguel Caldeira, Nuno Oliveira, Pedro Lopes e Rui Rosendo. A marcha inédita apresentada foi ‘Trafaria às Descobertas’ de Joana e Carlos Carlos Dionísio.

Mais marchas a concurso

A quinta marcha a desfilar na Avenida António José Gomes foi a do Centro Comunitário Pia II. O tema apresentado foi ‘Almada vive Por Inteira os Anos 70’, fazendo uma viagem até a esta década, que foi revolucionária na cultura, nas artes e na sociedade, tanto no país como em Almada. Os padrinhos desta marcha são a atriz Adriana Ventura, e o ator e professor Sérgio Alves. Os ensaiadores foram Kelly Nacamura e Érika Miranda e Miguel Ribeiro o coreógrafo e coordenador da marcha.

Já os arcos são de Cátia Durão, João Marques e Bruno Varela e os trajes foram confecionados por Cátia Durão e executados por Beatriz Velhinho e Lígia Garrido. A marcha inédita apresentada foi ‘A Marchar ao Som dos Anos 70’, com letra de Maria Ramalho e música de Luís Henrique da Silva.

O Pragal foi a sexta marcha a descer a avenida e este ano apresentou o tema ‘Pragal – Uma Janela Sobre o Tejo’. É nesta localidade que existe uma janela virada para o Tejo. É nela que vemos, o retorno dos golfinhos ao Tejo, de onde, em tempos, partiram, para demorar a voltar. Os padrinhos da Marcha do Pragal são os fadistas Rafa Gomes e João Amiano. José Pacheco é o ensaiador e coreógrafo da marcha, coordenada por Ana Ferreira.

A concepção dos arcos foi de Leonor Rodrigues e José Pacheco e a sua execução ficou a cargo de José Pacheco, que também colaborou na concepção dos trajes, juntamente com Leonor Rodrigues. As roupas fora executadas por Aldina Jesus. José Pacheco também compôs a música e letra da marcha inédita, intitulada ‘Pragal – Uma Janela Sobre o Tejo’.

Homenagem a Luís Morais (Coimbra)

Por sua vez, a penúltima marcha a desfilar na avenida foi a Marcha da Costa da Caparica, com o tema ‘Nem Seria de Outra Maneira’. A Costa já se vestiu de Marinheiros, foi Fadista e Rainha de Arraiais. Nesta noite de São João, celebrou o amor ao mar e às suas gentes. Esta marcha prestou ainda uma pequena homenagem a Luís Morais (Coimbra), antigo ensaiador da Costa da Caparica, falecido em 2022. Contudo, para além das Marchas de Almada, colaborou também com algumas marchas lisboetas.

Os padrinhos da Marcha da Costa da Caparica são os atores Patrícia Ribeiro e Filipe Salgueiro. O ensaiador e coreógrafo é Rúben Coutinho e a coordenadora Cristiana Câmara. Os arcos são de Américo Grova e os trajes de Ana Marques. A marcha inédita apresentada foi ‘Viva a Costa da Caparica’, de Joana e Carlos Dionísio.

Cova da Piedade encerrou o desfile

Por fim, o desfile terminou com a Marcha da Cova da Piedade – SFUAP. O tema apresentado foi ‘A Roupa Branca nas Mãos das Lavadeiras’. O objetivo é recordar que, em tempos, existiu, no antigo Largo da Romeira, “uma indústria” de lavagem de roupas nas charcas. Esta atividade surgiu devido à escassez de água em Lisboa, de onde os homens recolhiam as trouxas de roupa e levavam-nas até à Margem Sul, onde as lavadeiram lavavam e estendiam as roupas.

Os padrinhos são os cantores Carla Ribeiro e Telmo Miranda. Já o ensaiador e coreógrafo é José Nunes. Andreia Nunes é a coordenadora da marcha, que conta com os arcos de Gina Caeiro e dos Procasy Design. Os Trajes foram executados por Júlia Santos. A Marcha da Cova da Piedade apresentou a marcha inédita ‘Nas Mãos de Uma Lavadeira’, de Flávio Gil e Luís Moreira da Silva.

Marchas voltam a desfilar no pavilhão no próximo sábado

Após o desfile desta sexta-feira à noite, as oito marchas a concurso voltarão a mostrar o seu valor no Complexo Municipal dos Desportos “Cidade de Almada”, no próximo dia 1 de julho, sábado. Todas as marchas levam 40 marchantes (20 pares). Na Avenida, desfilam sobre a Grande Marcha de Almada que, em 2023, tem o tema ‘O Santo Desceu do Trono’ e uma marcha inédita. No entanto, no pavilhão, irão apresentar uma terceira marcha, inédita ou não.

Após a prestação do próximo sábado, será conhecida a marcha vencedora das Marchas de Almada 2023. No ano passado, foi a Marcha da Charneca quem conquistou o troféu. Contudo, há ainda classificações para os segundos e terceiros lugares, bem como para as categorias Prémio Avenida; Prémio Cenografia; Prémio Coreografia; Prémio Figurino; Prémio Musicalidade e Prémio Letra.

Cinco elementos no júri

O júri da edição deste ano é composto por: Joana Pitanga (cenografia); Inês Coimbra (coreografia); Arminda Moisés Coelho (figurinos); João Afonso (música) e Bruno Frazão (letra). Por outro lado, será ainda este coletivo que irá apreciar cada uma das marchas na sua globalidade.

Pode ver ou rever os vídeos das exibições das Marchas de Almada na página de Facebook ‘Olhar Almada‘ e as imagens desta noite especial no Instagram ‘Marchas Populares de Almada‘.

 

 

 

 

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