Câmara de Loures lançou a primeira pedra da futura unidade de saúde do Tojal

Foi lançada, esta terça-feira, 30 de janeiro, a 1ªpedra da Unidade de Saúde do Tojal. Esta infraestrutura tem um investimento de três milhões de euros e um prazo de execução de 12 meses. Para além desta unidade, a autarquia tem ainda em construção mais três novos centros de saúde, nomeadamente, na Bobadela, Catujal e Camarate. No total, adiantou Ricardo Leão, presidente da autarquia, estes novos equipamentos representam um investimento de 17 milhões de euros.

A Câmara Municipal de Loures (CML) lançou, esta terça-feira, 30 de janeiro, a primeira pedra da nova Unidade de Saúde de Santo Antão do Tojal. Esta obra conta com um investimento de três milhões de euros, e deverá ser uma realidade dentro de um ano. Esta infraestrutura vai ficar situada junto à Rua Padre Américo e Alameda Arquiteto António Canevari, e irá servir 14 mil utentes. O espaço terá ainda 1390 metros quadrados. Igualmente, terá ainda um piso com várias salas de espera e de tratamento, gabinetes de consulta e de enfermagem,  e irá trazer melhores condições para a população.

Segundo Ana Paroeira, arqueóloga que esteve a acompanhar o projeto, deu-se início, em agosto de 2023, à realização de sondagens arqueológicas. Na sequência destes estudos, encontraram-se um muros e caneiros, que serão retirados para a construção da unidade de saúde. “Este terreno nunca teve arqueologia, não se sabe para que é que era o uso. Sabia-se que eram usados para hortas”, explicou a profissional. Já de acordo com o projetista, Mário Namora, estes terrenos foram visitados em 2014 para verificar as suas condições.

Unidade será construída em formato ‘H’

“Verificámos que este terreno realmente era muito bom” para a futura unidade de saúde, “porque estava junto a uma nova urbanização em fase de conclusão”, acrescentou. Esta infraestrutura será uma Unidade de Saúde Familiar (USF), com “recursos assistenciais partilhados” e ainda uma unidade de cuidados continuados. Ao nível da eficiência energética, irá cumprir com todas as “exigências do PRR”. A entrada será feita virada “para o parque residencial” existente à volta.  A seu desenho será no formato da letra ‘H’. Ou seja, com “dois braços de um lado, dois de outro e uma zona central, que recebe os utentes e os profissionais”, os quais serão distribuídos por quatro alas. Este espaço terá ainda valências como Enfermagem, Pediatria, Medicina Dentária, entre outras, e terá capacidade para oito médicos.

O projeto estabelece que o edifício tenha um piso, de forma a que não seja preciso “existir escadas nem elevadores”. A futura unidade será construída em betão armado, e contará ainda com corredores largos, para permitir a passagem de cadeiras de rodas. Para Laura Silveira, vice-presidente da Administração Regional da Saúde (ARS), este espaço irá permitir “um parque destinado aos cuidados de saúde primários, pensados para a moderna prática da medicina”. “Os novos Centros de Saúde estão pensados para trazer uma maior proximidade às pessoas”, acrescentou ainda. Ao mesmo tempo, considera ainda que a criação de melhores condições será fundamental para “a fixação” dos profissionais de saúde nestas unidades.

Melhores condições ajudam a atrair profissionais

“Acreditamos que é com modernas instalações que podemos ter equipas fixadas a prestar bons cuidados à população”, concluiu a vice-presidente da ARS. Também partilha da mesma opinião o presidente da Câmara Municipal de Loures (CML), Ricardo Leão. Desta forma, o autarca começou a sua intervenção a recordar que a “Saúde é a prioridade máxima” do atual executivo, desde que tomou posse em 2021. Neste sentido, é importante “criar condições e uma boa rede de cuidados de saúde primários no concelho”, bem como “condições dignas para os utentes e profissionais”.

Por isso, prosseguiu, a CML irá realizar um “investimento ímpar, nunca antes realizado” de 17 milhões de euros, destinados à construção de quatro novos centros de saúde. Para além do Tojal, as futuras unidades estão situadas nas localidades da Bobadela, Catujal (que deverá ficar concluído em março) e em Camarate (ainda na fase de projeto). A futura Unidade de Saúde do Tojal tem um custo de três milhões de euros. Deste valor, 2,5 milhões são financiados pelos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Até à conclusão desta obra, os utentes estão a ser atendidos em monoblocos, um investimento municipal de 600 mil euros.

CML está a construir mais três novos centros de saúde e a requalificar outros três

De acordo com Ricardo Leão, esta foi “uma solução temporária para dar melhores condições aos utentes do concelho de Loures”. No entanto, salientou que, para além da população, esta medida foi também importante para dar “melhores condições de trabalho” aos profissionais de saúde. Assim, considera, “para além das questões remuneratórias, é também importante garantir boas condições de trabalho” aos profissionais de saúde. “Com os monoblocos, as condições melhoraram”. Os monoblocos dizem respeito a um conjunto de contentores, onde os utentes serão atendidos temporiamente até a nova unidade ficar pronta. Para já, foi “possível contratar mais dois médicos” para exercer funções neste centro de saúde temporário. Atualmente, estão três profissionais ao serviço, mas espera-se captar mais.


“O investimento em novos centros de saúde vai possibilitar a escolha dos médicos”, reforçou o presidente da CML, que se mostrou convicto, que, desta forma, os profissionais optem por trabalhar no concelho. Contudo, para além da construção destes três novos centros de saúde, estão ainda destinados mais três milhões para a requalificação de outras três unidades que estão em más condições. Estas unidades ficam, nomeadamente, em Sacavém, Santo António dos Cavaleiros e Loures.

Unidade serve os utentes do Tojal e de Fanhões

Ainda neste estabelecimento, está prevista a construção de uma nova cobertura, para que “os pais e as crianças possam entrar na escola em condições”. A esta obra, junta-se ainda a requalificação do quartel do Zambujal, um investimento de 130 mil euros. “Estamos empenhados em dar melhores condições de vida à população do concelho e melhores condições de trabalho”, concluiu Ricardo Leão, que espera inaugurar a futura Unidade de Saúde do Tojal em janeiro de 2025. Este espaço serve os utentes da União de Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal e da Freguesia de Fanhões.

Para Jorge Simões, presidente da Junta de Fanhões, esta futura unidade “era uma grande ambição” da população, que era atendida no primeiro piso de moradia sem elevador, portanto, sem condições de acessibilidade para os utentes com mobilidade reduzida. “Há décadas que a população sonhava com este espaço”, acrescentou o autarca, lembrando que a concretização deste projeto resulta de “uma luta muito antiga da Comissão de Utentes”. “Desejo que a obra corra com todo o sucesso e que os médicos estejam aqui presentes”, concluiu Jorge Simões. Para o autarca, a criação de boas condições de acesso à saúde “é um direito e uma obrigação moral do Governo” e das autarquias.

Desejo antigo da população

Por seu turno, o presidente da União das Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal, João Florindo, considera que este “foi um projeto bem desenvolvido”. Sobre o lançamento do mesmo, o autarca disse que este era “um grande dia para a freguesia”, uma vez que é a realização de uma “velha aspiração da população”. João Florindo disse ainda que, quando foi eleito pela primeira vez, em 1989, “já sentia a necessidade de ter um equipamento condigno que servisse os interesses da população”. O autarca lembrou que a futura unidade de saúde foi ainda um processo que “se iniciou com a disponibilização de um terreno na Quinta da Meia Laranja”.

No entanto,  a ARS disse, na época, que não existiam condições para avançar com a nova unidade, tendo o processo se arrastado por vários anos. O presidente da União de Freguesias parabenizou ainda o atual executivo por ter instalado os monoblocos, de forma a dar melhores condições à população. “Naturalmente que nós podemos ter um edifício muito grande e muito bom, com muitas valências e funcionalidades”, considerou o autarca.  Porém, “se não tivermos pessoas e profissionais de saúde, não resulta”. Por isso, mostrou-se esperançoso de que, com a nova Unidade de Saúde do Tojal, seja possível “mais profissionais para servir os interesses da nossa população”.

Educação é outra das prioridades do executivo da CML

Por fim, João Florindo deixou ainda uma palavra à Comissão de Utentes, pela forma “como têm tratado dos assuntos e dos levar às entidades competentes. Esta comissão, já existe há muitos anos e está sempre do lado da solução e não do problema”, considera. Para o autarca, esta era “a maior necessidade” da freguesia, embora ainda existam outras por concretizar. Esta inauguração contou ainda com uma atuação do polo de Bucelas da Academia dos Saberes e a colocação de uma cápsula do tempo.

Ainda de acordo com Ricardo Leão, “queremos continuar a fazer aquilo que nos propusemos quando nos candidatamos”. Contudo, o edil ressalva ainda que, para além da Saúde, também a Educação é outra das prioridades máximas do atual executivo. Desta forma, relembrou que estão ainda previstos “2,5 milhões de euros para a nova Escola do Zambujal e mais 250 mil euros para a construção de um polidesportivo” neste espaço. Também estão destinados mais “140 mil euros para a criação de melhores acessos à Escola da Manjoeira”, com “zonas de acalmia” de tráfego rodoviário e “passadeiras novas”.

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