ESCOLAS ENCERRADAS EM OEIRAS

Câmara Municipal de Oeiras decidiu encerrar todas as escolas do concelho, esta terça-feira, devido ao mau tempo que se abateu na área da Grande Lisboa. O Presidente da câmara de Oeiras, Isaltino Morais, pede aos encarregados de educação que vão buscar os filhos e pede que o Governo inicie rapidamente a requalificação da ribeira de Algés, que recebe águas dos concelhos de Sintra e Amadora, para evitar as cheias.

A Câmara Municipal de Oeiras encerrou todas as escolas do concelho, esta terça-feira, devido ao mau tempo que afeta a região da Grande Lisboa. Isaltino Morais recomenda à população que “fique em casa”, uma medida fundamental para garantir a segurança de todos. O presidente de autarquia relembrou as circunstâncias “excecionais” que se vivem por estes dias, lembrando que as pessoas podem ser “surpreendidas por uma enxurrada”.

Em declarações à SIC Notícias, o presidente da autarquia, Isaltino Morais, revelou que pediram “aos encarregados de educação que, dentro do possível, possam ir buscar os filhos, particularmente os mais pequenos, porque, de acordo com as informações que temos, a situação pode agravar-se”.

“As pessoas saíram de casa normalmente, apesar de todos os apelos, mas o trânsito começa a ficar caótico e, se por ventura, a situação de pluviosidade se agravar, obviamente que à hora de ponta a situação realmente agrava-se e pode haver problemas de segurança. Perante isso, é importante que, até à hora de almoço, seja possível recolher as crianças e todos os mais velhos. O nosso objetivo é garantir todas as condições de segurança se houver o agravamento do estado do tempo”, realçou o autarca.

Além do encerramento das escolas, a Câmara Municipal está a mobilizar “todos os meios para rapidamente resolver o problema”, sublinhou Isaltino Morais, recordando que este mesmo trabalho poderá ter de ser repetido dentro de 3/4 horas.

Segundo Isaltino Morais, Algés voltou a ser uma das zonas mais afetadas pelo mau tempo desta noite, com 449 inundações assinaladas até agora, o que obrigou ao realojamento de 3 familias. A autarquia informou, entretanto, que a Baixa de Algés, no concelho de Oeiras, está hoje de manhã “intransitável” devido às fortes chuvas registadas durante a noite. Estão também intransitáveis “a Avenida Marginal entre o Dafundo e Algés, a estrada 117, que liga Queluz de Baixo a Carnaxide, e a EN250 entre Barcarena e Queijas”, indica o município numa nota divulgada na sua página de Facebook, pedindo que os condutores tenham “a máxima cautela nas demais estradas do concelho”.

Para evitar as cheias em Algés, Isaltino Morais reclama a regularização da Ribeira de Algés, conhecida pelas inundações em períodos de chuvas fortes. O alargamento da ribeira, cuja obra a Câmara de Oeiras está disponível para comparticipar, em conjunto com o Estado, irá “minimizar o efeito das cheias na baixa de Algés, visto a capacidade de suportar a água é maior e se houver cheias serão de 150 em 150 anos», acrescentou o líder do executivo de Oeiras.


Isaltino Morais lembra que, devido à localização geográfica de Oeiras, o concelho é atravessado pelas águas que aí são geradas, mas também pelas “águas que vêm dos territórios localizados a Norte (Sintra e Amadora)”.

“Decorrente deste facto e da pluviosidade e produção de águas domésticas naqueles territórios, há um efeito cumulativo de águas no território de Oeiras. A infraestrutura do concelho de Oeiras resistiu e suportou a intempérie dos últimos dias. O que sobrecarregou a infraestrutura foram as águas que vieram dos outros concelhos: da Amadora, sobrecarregando a ribeira de Algés, e Sintra (Massamá), sobrecarregando a ribeira de Tercena”, refere.

A ribeira de Algés recebe, acrescenta o autarca, não apenas as águas da zona oriental do concelho, mas também as águas da Amadora e de Monsanto, bem como Tercena, cuja água acumulada na zona da rotunda é toda preveniente de Massamá, no concelho de Sintra.

Por isso, Isaltino Morais sublinha que “não pode ser o município de Oeiras a suportar a infraestrutura para receber as águas dos concelhos vizinhos”, e, desse modo, reclama “a duplicação da ribeira de Algés”, lembrando que “o projeto existe há anos”. Na perspetiva do autarca, que se mostrou disponível para comparticipar financeiramente a obra, os Ministérios das Infraestruturas e do Ambiente devem assumir a realização imediata desta obra de regularização da ribeira de Algés.

No entanto, na perspetiva do autarca, é necessário criar “um Plano Diretor Regional ou Intermunicipal, uma vez que perante problemas supramunicipais que afetam não apenas o território de Oeiras, mas todo o território da Área Metropolitana de Lisboa”.

 

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