Está inaugurado finalmente o Funicular da Graça

Foi inaugurado, esta terça-feira, 12 de março, o Funicular da Graça, um equipamento que faz a ligação entre a Mouraria e a Graça. Este é um projeto que já vinha desde 2009, com a obra a ser iniciada em 2016, mas a sua conclusão foi sendo adiada devido a achados arqueológicos, à pandemia da Covid-19 e à guerra na Ucrânia. O investimento é da Câmara de Lisboa, que gastou cinco milhões de euros nesta obra.

Já é possível ir da Mouraria à Graça de uma forma cómoda e rápida. Esta terça-feira, 12 de março, foi inaugurado o Funicular da Graça. Este é um sistema de transporte que liga a Rua dos Lagares até ao Miradouro Sophia de Mello Breyner Andresen, em frente à Igreja da Graça. Este sistema circula em numa via única e dedicada, constituída por carris e com dois pontos de paragem no início de cada trajeto. Para já, será gratuito para todos os utilizadores até maio. A partir dessa altura, a viagem será cobrada, excepto aos portadores do Passe Navegante, que o poderão usar neste equipamento. “Estamos a acertar pormenores, tendo em consideração o que já é praticado noutros equipamentos similares”, sustentou o presidente da EMEL, Carlos Silva, no final da visita.

O funicular tem capacidade para transportar 14 pessoas e o seu funcionamento é assegurada pela EMEL. “Esta é uma obra que a EMEL se empenhou desde o início, houve bastantes percalços pelo caminho, entre achados arqueológicos, que demoraram anos a resolver, até depois a Covid-19 e a guerra na Ucrânia, que interrompeu as cadeias de abastecimento de peças”, disse ainda o presidente da EMEL aos jornalistas presentes. Estas descobertas arqueológicas estavam relacionadas com a muralha da Cerca Fernandina, o que obrigou a suspensão das obras em 2016. A empreitada foi retomada em 2021 e concluída no final de 2023. O funicular foi adquirido pela EMEL a uma empresa internacional.

Projeto foi apresentado em 2009

“Temos aqui um bom exemplo de uma obra que serve a mobilidade, os cidadãos de Lisboa, o turismo e, particularmente, quem aqui vive”, acrescentou. O projeto esteve a cargo dos arquitetos João Favila e João Simões. A dupla liderou o projeto, inserido no Plano Geral de Acessibilidades Suaves e Assistidas à Colina do Castelo. Este foi apresentado em 2009 pela CML, na altura liderada por António Costa. “É com muito agrado que tenho ouvido elogios à obra do funicular e às vantagens que estas populações vão ter na acessibilidade ao Castelo”, prosseguiu Carlos Silva. O funicular da Graça pertence a um conjunto de infraestruturas geridas pela EMEL, e que permitem melhorar a acessibilidade às zonas históricas da cidade.

Alguns exemplos são as Escadinhas da Saúde, no Martim Moniz, ou o Elevador da Sé. A inauguração do funicular da Graça contou ainda com a presença do presidente da CML, Carlos Moedas, que referiu que “este é um momento muito bonito”. Aqui, agradeceu ainda aos presidentes das juntas de São Vicente e Santa Maria Maior, Natalina Moura e Miguel Coelho, respetivamente, mas também ao vice-presidente da CML, Filipe Anacoreta Correia, que assumiu o compromisso de concluir esta obra desde “o primeiro momento, em 2021”. Moedas lembrou que o projeto estava inicialmente previsto para ser gerido pela Carris. Contudo, a autarquia quis concluí-lo “o mais rápido possível”, e isso só podia ser feito com o apoio de “uma empresa como a EMEL”.

Equipamento é grátis para portadores do Passe Navegante

“É um momento histórico para a cidade”, prosseguiu o presidente da CML, que recordou que, entre a Rua da Palma e a Graça já houve um elevador semelhante “há 120 anos”. “Quero agradecer a todos aqueles que me antecederam. A vida autárquica é mesmo assim, os ciclos muitas vezes são longos e depois há ou não a capacidade de concluir as coisas”, reconheceu Carlos Moedas. Na sua perspetiva, a inauguração deste projeto “foi um desatar de nós”. “Deixamos marca na nossa cidade, uma marca de todos os que trabalham todos os dias na nossa cidade”. Para o presidente, é “normal” que os turistas paguem para utilizar este equipamento.

“Eles têm de ajudar a cidade e a minha visão sobre o turismo é essa, que se consiga realmente conjugar os interesses. Os que vêm de fora têm mais poder de compra, podem pagar e vão pagar”, sustentou Carlos Moedas. “Vamos continuar a trabalhar”, concluiu o autarca, que manifestou ainda a sua “felicidade” pela conclusão da obra, que custou cinco milhões de euros. “Desde 2009 que os lisboetas esperavam” por este projeto, vincou o edil lisboeta. Neste funicular, poderão circular animais de estimação e bicicletas, e o mesmo irá funcionar entre as 09h00 e as 21h00. A periodicidade média de circulação é de cerca de 10 minutos, e encontra-se preparado para a utilização por pessoas com mobilidade reduzida.


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