EXPOSIÇÃO SOBRE CESÁRIO VERDE INAUGURADA NO TEMPLO DA POESIA

O poeta Cesário Verde é considerado um dos pioneiros, precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX, que teve uma casa em Linda-a-Pastora, está a ser homenageado pela Câmara Municipal de Oeiras, que inaugurou uma exposição sobre o poeta no Templo da Poesia, até 23 de abril e incluem um conjunto de atividades presenciais e online, como masterclasses, maratonas de leitura, cursos, espetáculos, exposições e ateliers.

O Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, inaugurou, na sexta-feira, dia 4 de março, a exposição “Cesário Verde – Poeta de Oeiras”, no Templo da Poesia. Esta exposição procura mostrar aos visitantes alguns aspetos da vida e da obra do poeta Cesário Verde (1855 – 1886), implicando uma leitura contemporânea e transversal.

Sabe-se que a grande maioria do espólio documental do poeta terá ardido no incêndio da casa de Linda-a-Pastora, em 1919, o que dificultou a reconstituição da sua vida. Ainda assim, convocam-se alguns elementos iconográficos capazes de permitir uma abordagem contextualizada de Cesário Verde, envolvendo a sua relação com a família, amigos e outros contemporâneos, mas igualmente a sua ligação com a cidade de Lisboa e com a já referida quinta de Linda-a-Pastora, numa perspetiva integradora.

Esta iniciativa integra um vasto programa que visa prestar tributo ao poeta e que decorre até 23 de abril, estando programadas um vasto conjunto de atividades presenciais e online, como masterclasses, maratonas de leitura, cursos, espetáculos, exposições e ateliers.

Cesário Verde criou uma obra inovadora que rompeu com a tradição da época, sendo rejeitada pela crítica e incompreendida pelos seus pares. O seu reconhecimento viria muito depois da sua morte, a partir da edição póstuma de ‘O Livro de Cesário Verde’, com Fernando Pessoa a apelidar Cesário Verde de “mestre” no início do século XX.

P R O G R A M A

Ciclo de Masterclasses Cesário Verde. O sentimento Dum Ocidental – 2 de março a 22 de abril, às 21h30. Local: Auditório do Templo da Poesia. Presencial e online no Facebook Oeiras27


O objetivo do presente Ciclo é tentar perceber o seguinte: porquê ler Cesário Verde hoje? Que tem ele para nos dizer? Que desassossego ainda provoca? Para isso convidamos uma série de autores para refletirmos de que forma é que a poesia de Cesário tem lugar no século XXI, que ecos produziu nos que o continuam a ler e nos que escrevem e o escrevem. A moderação deste ciclo é do Nicolau Santos.

As sessões têm lugar no Auditório do Templo da Poesia em registo presencial e são emitidas online a partir da página de Facebook do Oeiras27.

16 de março – 21h30 – Cesário Verde foi um poeta da cidade? Convidado: Pedro Freitas

23 de março – 21h30 – Cesário Verde foi um poeta do feminino? Convidado: Francisca Camelo

30 de março – 21h30 – Cesário Verde era azul? Convidado: Paulo Campos dos Reis

13 de abril – 21h30 – Cesário Verde tinha olhos de artista? Convidado: Jaime Rocha

22 de abril – 21h30 – Cesário Verde foi um poeta enfermo? Convidado: João Luís Barreto Guimarães

Informações e reservas: Templo da Poesia – 210 977 437/templodapoesia@oeiras.pt ou ana.jardim@oeiras.pt

Curso Breve sobre Cesário Verde

12, 19 e 26 de março – 15h – 17h, de 2 e 9 de abril – 15h – 17h. Local: Templo da Poesia – Sala Pessoa

Este curso pretende, ao longo de seis sessões, ler a poesia de Cesário Verde, partindo da análise de alguns dos poemas mais significativos do seu percurso literário. Essa leitura convocará, sempre que pertinente, aspetos relacionados com o contexto sociocultural em que o poeta viveu, com as vicissitudes da sua edição e com aquilo que é o legado de um poeta que foi cedo considerado mestre e precursor.

Cada uma das sessões terá como ponto de partida a análise atenta de um poema, aconselhando-se a leitura prévia, assim como a aquisição de uma edição da obra poética de Cesário Verde.

Orientadores: Joana Meirim (3 sessões) e Fernando Cabral Martins (3 sessões). Duração total do curso: 6 sessões (2 horas cada). Número total de participantes por sessão: 25 – sujeito a inscrição

12 de março – 15h – 17h. Sessão 2 (Joana Meirim) – “Contrariedades”. “Contrariedades” é o grande poema português sobre poesia. Nele o poeta prefere o rigor dos seus alexandrinos e despreza as modas do comércio literário, mesmo que isso implique pouca ou má publicidade. Nele figura também uma engomadeira, doente e votada ao desprezo. Mas afinal quem é o mais coitado deste poema?

19 de março – 15h – 17h. Sessão 3 (Joana Meirim) – “Num bairro moderno”. Com 22 anos apenas, Cesário escreve “Num bairro moderno” e a imprensa desdenha falando em “poesia da hortaliça”. Também nele se destaca a figura pouco poética da vendedora de fruta, que recebe a ajuda do poeta no transporte da sua giga. Será esta “pobre caminhante” a musa inesperada que lhe permite ter visões de artista?

26 de março – 15h – 17h. Sessão 4 (Fernando Cabral Martins) – “Cristalizações”. Escrito em 1878, um ano depois de “Num bairro moderno”, é um poema que parece de teor realista, composto por motivos e personagens citadinas. No entanto, retira do apuro formal que é marca da sua arte, bem como da originalidade dos seus processos, novas versões da realidade.

2 de abril – 15h – 17h. Sessão 5 (Fernando Cabral Martins) – “O Sentimento dum Ocidental”. Este poema é de importância maior para a poesia portuguesa, embora a crítica do seu tempo não lhe ligue nenhuma. Tendo sido publicado em 1880, no quadro das celebrações do tricentenário da morte de Camões, constitui, entre muitas outras coisas, o avesso perfeito de um canto épico.

9 de abril – 15h – 17h. Sessão 6 (Fernando Cabral Martins) – “Nós”. O último poema que Cesário publica, em 1884, de matriz autobiográfica, refere a vida no campo da família Verde, refugiada de uma Lisboa assolada pela doença. Aí comparecem os temas da vida bucólica, da memória, do tempo, da ilusão, da metamorfose, num tom absolutamente singular, situado entre a nostalgia e o entusiasmo.

MARATONA VERDE

21 de março – 14h – 22h. Local: Auditório do Templo da Poesia

No Dia Mundial da Poesia terá lugar, no Auditório do Templo, uma Maratona da Leitura sobre o Cesário Verde. O objetivo desta iniciativa é celebrar e festejar este grande poeta que fez de Oeiras e do mundo a sua casa e que está representado no Parque dos Poetas.

Ao invés de se fazer uma leitura integral da poesia de Cesário Verde, é apresentada uma proposta que antologia um conjunto de poemas, cartas, apreciações críticas/ensaísticas ou verbetes biográficos que componham um retrato de Cesário Verde, capaz de seduzir novos leitores para redescoberta da sua obra.

Esta Maratona decorre sob a direção de Paulo Campos dos Reis.

Informações e reservas: Templo da Poesia – 210 977 437

templodapoesia@oeiras.pt ou ana.jardim@oeiras.pt

Espetáculo “O Cesário Não Está Verde

23 de abril | 21h30

Local: Auditório do Templo da Poesia

Presencial e online no Facebook Oeiras27

Portugal, sempre ouvimos dizer, é um país de poetas. Também e ainda bem. Mas nenhum tão improvável como Cesário Verde (1855 -1886).

Em tom provocador, o título deste espetáculo pretende ser uma chamada de atenção para a importância da sua obra, curta por força das circunstâncias, já que o poeta morreu de tuberculose aos 31 anos. Ao vivo, o ator André Gago e o letrista e jornalista Nuno Miguel Guedes (ambos membros da Lisbon Poetry Orchestra) irão propor, através dos poemas e de diálogo, dar a conhecer uma escrita e visão poética absolutamente moderna.

Ficha Técnica

André Gago – Voz

Nuno Miguel Guedes – Voz

Fernando Pinto do Amaral – Voz

Francisco Ramos – Violino

Fernando Sá – Violino

João Paulo Gaspar – Viola d’arco

Tiago Rosa – Violoncelo

Alexandre Cortez – Conceção do espetáculo e vídeo arte

Sara Braz Ferreira – Som

João Quintela – Iluminação

Miguel Berger – Produção executiva

Entrada Livre

Informações e reservas: Templo da Poesia – 210 977 437

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