As festas de Lisboa não se vão realizar na data tradicional, podendo ser adiadas para outubro ou setembro. As coletividades com marchas populares só têm uma certeza: vão ser ressarcidas do dinheiro que já investiram nas marchas.
A decisão final tem estado a ser adiada, enquanto não se conhecer a evolução da pandemia, afirmou a Olhares de Lisboa um assessor da Câmara Municipal de Lisboa
Por seu turno, Pedro Franco, da Associação de Coletividades do Concelho de Lisboa, defende que «as festas de Lisboa e as marchas populares devem ser adiadas para o próximo ano», lembrando que, «mesmo que esta situação do Covid-19 esteja resolvida, não existem condições para realizar as marchas em junho, até porque não tem sido realizado ensaios».
Contudo, como lembra a Associação de Coletividades, o presidente da Câmara de Lisboa já deu resposta a uma das questões que preocupava as coletividades: o pagamento das despesas já efetuadas.
João Ramos, do «Movimento Marchas Unidas», confirma: «o presidente da Câmara de Lisboa já assumiu a posição de pagar os acordos que estão firmados com as coletividades. Por isso, essa questão é uma não questão». Independentemente disso. João Ramos considera, a Câmara só deve pagar as despesas entretanto realizadas, desde que estejam devidamente comprovadas».
Segundo esse responsável associativo, «ainda é cedo para se tomar uma posição sobre o adiamento ou cancelamento das festas. Perante essa possibilidade, João Ramos afirma: «as marchas populares estão disponíveis para fazer as apresentações em qualquer altura».
A mesma posição é assumida pela marcha do Alto Pina que já informou «as restantes colectividades que se encontra disponível para cooperar com a Câmara Municipal de Lisboa e com a EGEAC – Empresa de Gestão e Equipamentos e Animação Cultural, em qualquer momento que o Município solicite.»
Segundo Pedro Jesus, presidente da Assembleia Geral do Ginásio do Alto Pina, «caso o panorama melhore, as Festas de Lisboa têm condições para ainda se realizarem este ano.
Aliás, na perspetiva deste responsável, caso as festas se realizem este ano, «poder-se-ia encarar a hipótese de as efetuar em outubro, 21 anos passados sobre a morte de Amália Rodrigues que, como é do conhecimento geral, era o tema das festas de Lisboa de 2020». Essa ideia, da autoria de Paulo Julião, tem sido «anunciada» através das redes sociais.
«As Festas de Lisboa e as Marchas Populares são o momento de maior alegria e de exaltação da cidade», por isso defende: «achamos que as marchas devem realizar-se este ano, mesmo que seja em setembro».
Concurso das sardinhas
Entretanto, a EGEAC decidiu prolongar por mais um mês o Concurso Sardinhas Festas de Lisboa’20. Assim, em tempo de quarentena, que podemos e devemos ficar em casa, a EGEAC prolongou até 30 de abril este concurso, aconselhando os participantes a «aproveitarem a sala, o quarto, o escritório e até mesmo a cozinha ou a despensa lá de casa para desenhar uma sardinha. A liberdade para criar é total, não há um tema e não há desculpas: Desenha uma sardinha. Sem espinhas!… em casa».
Nesta 10.ª edição vamos distinguir 10 sardinhas e desta vez as vencedoras serão eleitas pelo artista plástico Ricardo Ramos (que assina como Xico Gaivota e tem desenvolvido obras com lixo recolhido nas praias), pela radialista e apresentadora de televisão Inês Lopes Gonçalves e pelo escritor, realizador, ilustrador e músico Afonso Cruz que se juntam a Jorge Silva (o Pai da Sardinha) para eleger os vencedores do concurso geral.
Os vencedores recebem um prémio no valor de 1.500€.