Nesta quarta-feira, 29 de novembro, a Casa do Alentejo, em Lisboa, recebeu a oficialização da candidatura da canção ‘ Grândola, Vila Morena’ a Património Nacional. Esta cerimónia está integrada nas comemorações dos 50 anos do 25 de abril, realizadas pela Câmara de Grândola.
A cerimónia, que teve lugar na Casa do Alentejo, em Lisboa, contou com a presença da Diretora Regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, e de representantes da associação José Afonso. Em simultâneo, também esteve o comandante Carlos Almada Contreiras, que indicou a canção “Grândola, Vila Morena” como senha da operação militar “Fim do Regime”.
Ao mesmo tempo, esteve também presente ainda o cantor Paulo de Carvalho, intérprete da canção “e Depois do Adeus”. Recorde-se que este é outro tema emblemático da Revolução dos Cravos, à semelhança de ‘Grândola, Vila Morena’, interpretado por José Afonso. Esta candidatura a Património Nacional insere-se nas comemorações do Munícipio de Grândola dos 50 anos do 25 de Abril de 1974. O programa foi apresentado pelo presidente daquela autarquia, António Figueira Mendes.
Estas celebrações vão juntar mais de 100 artistas de diversas áreas. O edil, juntamente com Ana Paula Amendoeira, entregou, na Direção Geral do Património Cultural (DGPC), o dossier que contém a proposta de classificação dos registos sonoros de “Grândola, Vila Morena” a Património Fonográfico Nacional. Por sua vez, estes registos dizem respeito à
gravação original do tema, transmitido no programa Limite, da Rádio Renascença, e ainda a interpretação desta música no I Encontro da Canção Portuguesa.
Evento contou com a presença de 50 personalidades
Este evento teve lugar no Coliseu dos Recreios a 29 de março de 1974. A assinatura do protocolo foi presenciada pela Comissária das Celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, Maria Inácia Rezola. Ao mesmo tempo, estiveram ainda cerca de meia centena de figuras da sociedade civil, artística, política, locais e nacionais. De acordo com o presidente da Câmara de Grândola, “celebrar esta data é um imperativo de todos quantos prezam os valores e ideais que Abril nos outorgou. É, ainda mais, num município que ficou para sempre ligado à data mais importante da nossa história coletiva contemporânea”.
António Figueira Mendes acrescentou ainda que Grândola é “reconhecido como um símbolo de resistência contra todas as formas de repressão e de afirmação de um mundo cada vez mais próspero, socialmente justo, inclusivo e fraterno, em que ninguém seja deixado para trás”. O programa das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril neste munícipio alentejano vai juntar diversas personalidades.
Programação especial
Estas, durante todo o ano de 2024, vão associar-se à autarquia numa série de iniciativas. Este programa têm como propósito “consolidar e reforçar os valores de Abril”, prosseguiu o presidente. Alguns dos presentes serão o ilustrador André Carrilho, que criou a imagem gráfica destas comemorações, e ainda os escultores Vhils, Francisco Simões, José Aurélio, Moisés Preto Paulo e João Duarte.
Estes artistas, em conjunto, estão a criar obras de arte em todas as freguesias do concelho. Já ao nível da programação musical, esta ficará a cargo dos músicos Fernando Tordo, Rodrigo Leão, Paulo de Carvalho, Agir, Ana Bacalhau, Capicua, entre outros. Contudo, esta programação contempla ainda várias atividades nas áreas da literatura, cinema, teatro, dança e desporto.
“Hoje, em todo o mundo, graças à eterna e orgulhosa ligação ao 25 de Abril, o nome de Grândola é um símbolo de esperança num mundo de progresso e bem-estar geral, em que a paz prevaleça e em que os direitos humanos sejam respeitados e cumpridos universalmente”, concluíu António Figueira Mendes, durante o evento, que decorreu em Lisboa.