Inaugurada a primeira clínica de proximidade no Bairro do Armador

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) inaugurou, esta quinta-feira, 29 de fevereiro, a primeira clínica associada ao projeto ‘Lisboa + Saúde’, que tem como objetivo proporcionar atendimento médico e de enfermagem aos munícipes dos bairros municipais da cidade. Este projeto será estendido, ainda este ano, a mais quatro bairros municipais de Lisboa.

Já abriu a primeira clínica de proximidade do projeto ‘Lisboa + Saúde’, que pretende levar, de forma gratuita, cuidados médicos aos residentes dos bairros municipais da cidade. O primeiro espaço fica na freguesia de Marvila, no Bairro do Armador. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, esteve presente na inauguração da primeira clínica. Esta conta com dois gabinetes de atendimento e será gerido em parceria com os Serviços Sociais da autarquia (SSCML) e a empresa municipal GEBALIS.

Esta clínica agora inaugurada no Bairro do Armador irá dar resposta a cinco mil utentes. “É um projeto muito importante para a cidade, que se junta ao Plano de Saúde 65+, ao qual já aderiram 12 mil lisboetas, mas era preciso estar nos bairros”, referiu Carlos Moedas, durante uma visita ao espaço. Para além das consultas médicas e de enfermagem, esta clínica disponibiliza ainda consultas de Nutrição. “Este projeto está nos bairros municipais de uma maneira simples, com um médico, uma enfermeira e uma nutricionista”, explicou o presidente aos jornalistas no final da visita.

Autarquia ainda está a estudar quais os próximos bairros que irão receber o projeto

“Temos 66 bairros municipais em Lisboa”, reforçou o autarca, sublinhando que a Saúde é uma das prioridades do seu mandato e que, por isso, “é importante continuar a trazer um médico, um enfermeiro, um nutricionista, para perto das pessoas”. A ideia será estender esta iniciativa para outros bairros municipais da cidade. Para já, a CML prevê abrir mais quatro clínicas semelhantes noutros quatro bairros, mas ainda não sabe quais serão. “Temos agendado mais quatro centros, mas ainda não escolhemos, estamos a analisar, até porque é um projeto piloto, temos várias ideias, de várias freguesias, e começámos em Marvila, porque entendemos que o Bairro do Armador precisava muito de ter aqui um médico e uma enfermeira”.

“É um trabalho extraordinário, com o esforço da Gebalis e dos SSCML”, disse ainda o presidente da Câmara de Lisboa. Estas clínicas de proximidade vão contar com o apoio dos médicos dos SSCML. “Temos aqui uma equipa extraordinária, e eu estou muito contente de estar aqui hoje”. “É mais uma grande realização da nossa ambição para Lisboa. Tenho estado neste bairro, muitas vezes, com o senhor presidente da Junta de Freguesia [José António Videira]”, acrescentou ainda o autarca, no discurso de inauguração da clínica. “As grandes prioridades que tenho, na CML, passam pela Habitação e pela Saúde”, reforçou ainda.

Centro irá dar resposta a cinco mil residentes

O presidente da Câmara de Lisboa disse ainda que é “necessário resolver o problema da Saúde” no concelho. “Só na região de Lisboa, temos um milhão de utentes sem médico de família e isso não pode ser. Estamos aqui para mudar e para conseguir resolver o problema. Começámos com o Plano de Saúde 65+ para todas as pessoas com 65 anos ou mais”, prosseguiu ainda Moedas, lembrando que houve uma grande adesão a esta medida na freguesia de Marvila. “Mas não chegava. Nós não temos os médicos de família, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), como deveríamos”, disse ainda o edil, reforçando a necessidade de “estar presente nos bairros”.

“Há muitas pessoas que não conseguem consulta no centro de saúde e podem vir aqui, rapidamente, resolver o problema. Até mesmo situações de emergência. Temos aqui forma de dar um ponto de sutura ou fazer uma pequena intervenção”, exemplificou ainda Carlos Moedas. “Muitos destes moradores o pediam. O que queremos agora, é ter um plano para os bairros. Começamos aqui no Bairro do Armador, onde residem quase cinco mil pessoas e que podem vir aqui ao médico”, acrescentou o presidente. Neste espaço, será ainda possível pedir receitas médicas e prescrições para a realização de exames, da mesma maneira como no centro de saúde.

Complementar o Serviço Nacional de Saúde

As consultas funcionam às segundas, quartas e sextas-feiras, entre as 09h00 e as 17h00, e podem ser marcadas presencialmente ou através do telefone.  “Venham aqui marcar a vossa consulta, é gratuita”, apelou o presidente, lembrando que este “é um trabalho conjunto com o SNS. Eu não quero substituir, quero complementar”. Sobre as critícas dos vereadores da CDU, que acusam este projeto de ser uma medida popularista, Carlos Moedas respondeu que “os problemas do SNS são do Governo. Os meus problemas são as pessoas. As pessoas não têm médico, eu dou médico”.


“Eu acredito no Serviço Nacional de Saúde. Tudo o que faço é com o SNS e a ARS”, frisou o presidente da Câmara de Lisboa, lembrando ainda que, “só neste mandato, já inauguramos cinco centros de saúde, um deles aqui em Marvila”. No total, a autarquia já investiu 21 milhões de euros nestes equipamentos, a que se somam mais 41 milhões até 2027. “Falo de muitas coisas que são importantes, mas o mais importante são aqueles que estão aqui e vivem aqui”, reforçou. “Venham cá, porque aqui têm um médico, uma enfermeira e uma nutricionista”, concluíu Carlos Moedas, agradecendo ainda o trabalho das vereadoras Filipa Roseta e Sofia Athayde, responsáveis, respetivamente, pelos pelouros da Habitação e dos Direitos Humanos e Sociais, respetivamente.

Autarquia vai investir 70 mil euros por ano neste projeto

“O Lisboa + Saúde vai trazer mais vida ao bairro. Vejo aqui um grande contentamento das pessoas”, referiu ainda o autarca, adiantando que esta medida representa um investimento municipal de 100 mil euros, referentes às obras de requalificação do espaço. “Isto mostra que é possível mudar a vida das pessoas com muito pouco. É um investimento muito barato, e terá ainda um investimento anual à volta dos 70 mil euros”. Este valor refere-se aos custos com o funcionamento deste equipamento, incluíndo os materiais e os salários dos funcionários. “Gosto muito de investir em pequenas coisas, e que são tão grandes para a vida das pessoas”, reforçou.

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