JÁ ESTÁ INAUGURADO O AUDITÓRIO JOSÉ DE CASTRO, EM PAÇO DE ARCOS

Foi inaugurado, esta quinta-feira, dia 27 de abril, o Auditório José de Castro, na União de Freguesias de Oeiras, São Julião da Barra e Paço de Arcos. O espaço localiza-se no antigo quartel dos Bombeiros de Paço de Arcos e tem capacidade para 115 espectadores.

Por outro lado, como frisou o presidente da Câmara Municipal de Oeiras (CMO), Isaltino Morais, o Auditório José de Castro era um desejo antigo da população de Paço de Arcos, há pelo menos 33 anos. O espaço, com 424 metros quadrados, custou à autarquia cerca de dois milhões de euros, e pretende estar “ao serviço da população”.

O autarca disse ainda, na sua intervenção, que “a política da Câmara de Oeiras é construir equipamentos que correspondem às necessidades da população”. No mesmo sentido, reforçou que Oeiras “é diferente dos outros concelhos”, na medida em que procura ter equipamentos culturais em todas as freguesias do concelho. O edil admitiu, que é intenção da autarquia continuar a apostar em edifícios desta natureza em todo o concelho.

“A descentralização é muito importante e os cidadãos apropriam-se destas salas”, acrescentou Isaltino Morais. O Auditório José de Castro surge em homenagem a este ator, nascido em Paço de Arcos em 1931. Por outro lado, vai ao encontro da política do munícipio em atribuir nomes de artistas residentes em Oeiras, a diversos espaços culturais do concelho.

Este espaço junta-se a assim aos Auditórios Municipais Eunice Muñoz, Ruy de Carvalho,  Lourdes Norberto, e Pátio do Enxugo. O concelho conta ainda com os Teatros Amélia Rey Colaço e Independente de Oeiras.

Espaço terá o futuro Centro de Saúde Mental a funcionar no 1ºpiso

No entanto, o presidente da CMO explicou que o espaço “não é nem um centro cultural nem um teatro, mas sim um auditório capaz de receber diversas atividades”. Isaltino Morais recordou que esta sala “esteve para nascer na Patrão Lopes e chegou mesmo a ter projeto. Contudo, surgiu a oportunidade de construir o novo quartel dos Bombeiros de Paço de Arcos, e este espaço espaço ficou vazio”.

Desta forma, e como o local não iria ter grande utilidade, ressalvou o autarca, aproveitou-se o mesmo para criar este novo espaço cultural. O primeiro piso será dedicado ao futuro Centro de Saúde Mental do concelho, e que será inaugurado em breve.

Dirigindo-se ao Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e que marcou presença nesta cerimónia inaugurativa, Isaltino Morais reforçou que, em Oeiras, “não nos importamos com quem deve realizar as obras”, sejam elas responsabilidade do Estado Central ou da autarquia. Contudo, ressalvou que a aposta da CMO na cultura já trouxe alguma progressão a algumas coletividades do concelho, que já “são financiadas pelo Ministério da Cultura”.


No mesmo sentido, e “imbuído pelo espírito do 25 de abril”, o edil sublinhou que “inaugurar este auditório é também celebrar a expressão do poder local, uma conquista de Abril. Caso contrário, não seria possível estarmos aqui”. Por fim, Isaltino Morais salientou que “este é um dia feliz para todos, e cumprimos mais uma promessa feita”. José de Castro, falecido em 1977, começou a sua carreira no grupo cénico do Clube Desportivo de Paço de Arcos, tendo passado por salas como o Teatro Maria Vitória ou o Teatro Nacional D. Maria II.

Oeiras está a construir sala para mais de mil espetadores em Linda-a-Velha

Por isso, “não há melhor homenagem a um ator do que dar o seu nome a um auditório”, reforçou o presidente da CMO. Ao mesmo tempo, o autarca adiantou que está em curso a construção de uma grande sala de espetáculos, com capacidade para mais de 1000 espectadores, em Linda-a-Velha. “Esperamos conseguir apoios dos fundos comunitários”, atirou Isaltino Morais, que considera que “Oeiras está um bocadinho fora do circuito destes apoios, exceto na habitação”.

O Auditório José de Castro foi uma obra que ficou totalmente a cargo da Câmara de Oeiras, e “será agora entregue à comunidade de Paço de Arcos”, concluiu o autarca. Desta forma, reforçou, “os cidadãos passam a ter mais um espaço que vai contribuir para o seu enriquecimento”.

Aumentar a aposta das autarquias na cultura

Esta inauguração contou ainda com dois momentos musicais, levados a cabo pela Filomúsica Ensemble e pelo Coro de Santo Amaro de Oeiras. Para Pedro Adão e Silva, “é uma enorme alegria em inaugurar mais um espaço cultural” no país. O Ministro da Cultura, na sua intervenção, lembrou que é preciso “aumentar o número” destes espaços no país, porque “a cultura potencia o espírito de comunidade”.

Para o ministro, existem três responsabilidades associadas à cultura: “a comunidade, a memória e a partilha”. A primeira diz respeito à formação de públicos e aumentar o acesso ás artes e o número de artistas em Portugal. Por outro lado, a memória “não é apenas homenagear os grandes nomes da cultura, mas também perpetuar a nossa identidade coletiva”. Já a partilha está relacionada com a divisão da responsabilidade entre o Ministério da Cultura, os privados e as autarquias.

Desta forma, Pedro Adão e Silva considera que é preciso “dividir esforços entre as três entidades e captar fontes de financiamento variadas”. Só assim é que se consegue “tornar o tecido cultural mais robusto e autónomo”, sublinhou. Neste sentido, o ministro realçou que é com muito gosto que assiste “a muitas autarquias a investirem na cultura”.

Por outro lado, lamentou, ainda existem outras “que ainda não se comprometem com esta área, ao contrário de Oeiras”. Neste sentido, Pedro Adão e Silva lembrou que o Orçamento de Estado para 2023, na área da Cultura, contempla um reforço de 23%, face a 2022, e por isso, espera que haja cada vez mais autarquias a apostar neste setor.

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