OEIRAS INAUGURA UNIDADE MÓVEL DE RASTREIO DE CANCRO DA MAMA

O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, inaugurou ontem, 3 de março, a Unidade Móvel de Rastreio ao Cancro da Mama, junto ao Centro de Saúde de Paço de Arcos, tendo prometido que a autarquia vai ceder instalações para a criação de uma delegação da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Em Portugal, com 5 milhões de mulheres, foram diagnosticados em 2020 cerca de 7.000 novos casos de cancro da mama e 1.800 mulheres morreram com esta doença. O exame clínico e a mamografia são meios essenciais para um diagnóstico precoce do cancro da mama. A prevenção é a melhor forma de combater esta doença e, por isso, a Liga Portuguesa Contra o Cancro e a Câmara Municipal de Oeiras inauguram ontem, quinta-feira, a Unidade Móvel de Rastreio ao Cancro da Mama em Paço de Arcos, junto ao Centro de Saúde.

Esta iniciativa – que pretende não só um diagnóstico precoce, descobrindo tumores muito pequenos, muitas vezes não palpáveis, assim como tratamentos menos mutilantes e menos traumatizantes e uma sobrevida livre de doença e global mais longa – reveste-se de «relevante importância, uma vez que promove a saúde através da literacia e controlo de fatores de risco e permite a identificação de lesões precursoras de situações malignas ou estádios iniciais da doença, através do diagnóstico precoce e com a utilização de técnicas terapêuticas menos agressivas melhorando os resultados de saúde», salientou Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras, sublinhando que, nestas doenças, «mais vale prevenir do que remediar».

Acompanhado pelo presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Francisco Ferreira, pelo presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, IP, Luís Pisco, e pelo presidente do Conselho Clinico e de Saúde do ACES Lisboa Ocidental e Oeiras, Rafic Nordin, Isaltino Morais defendeu que «estes rastreios têm, como objetivo, aumentar o sucesso do tratamento da doença oncológica, diminuir os números de morbilidade e mortalidade, apresentando-se como um instrumento de enorme importância no combate ao cancro e diminuição dos gastos com tratamentos».

O presidente da autarquia oeirense, que prometeu ceder instalações para a fundação de uma delegação da Liga Portuguesa Contra o Cancro no concelho, fez questão de referir que a Câmara de Oeiras «têm feito tudo aquilo que lhe é possível no campo da saúde, independentemente das competências de quem deve ou não fazer esses melhoramentos», dando como exemplo a construção de Centros de Saúde.

Para Isaltino Morais, esta iniciativa pode auxiliar, também, a combater o «desleixo que as pessoas têm com a saúde», dando como exemplo o seu caso pessoal: «até apanhar o Covid era um pouco desleixado com a minha saúde. Agora, tomo todas as precauções preventivas para evitar a doença». E, é por isso, que o autarca apela às pessoas, principalmente às mulheres, para não se «descuidarem com a saúde» e façam o rastreio ao cancro da mama, porque «isso é importante para despistar muitas situações».

Por seu turno, o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Francisco Ferreira, apesar de reconhecer que existe muito por fazer na prevenção do cancro, realçou que, em 2020, a Liga investiu 1.191.509 euros na aquisição de medicamentos, próteses, transporte para consultas e tratamentos, e alimentação dos doentes mais carenciados, realizou 166.667 mamografias em 30 unidades móveis e 7 fixas, efetuou 9.575 consultas e acompanhou 1.496 doentes, no âmbito do programa de consulta de psico-oncologia. Em 2021, a Liga efetuou 350 mil mamografias.


Na perspetiva do presidente da Liga, estas iniciativas permitem que «não sejam as senhoras que vão à consulta, mas sim a consulta que vai às senhoras», facilitando a prevenção da doença.

Segundo explicou a Liga Portuguesa Contra o Cancro «assume-se como uma entidade de referência nacional no apoio ao doente oncológico e família, na promoção da saúde, na prevenção do cancro e no estímulo à formação e investigação em oncologia, regendo-se pelos valores da sensibilidade, equidade, ética, respeito, responsabilidade, transparência e compromisso».

Já o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Pisco, assegurou que, no âmbito do Programa de Rastreio do Cancro da Mama, Oeiras foi integrado neste Programa, através da realização de rastreio do cancro da Mama com recurso a Unidade Móvel, salientando a colaboração existente entre a ARS e a Câmara Municipal de Oeiras, que «tem sido muito frutuoso».

A Unidade Móvel de Rastreio ao Cancro da Mama estará em funcionamento no Município de Oeiras até ao dia 6 de junho, de segunda a sexta-feira, das 09h20 às 13h, e das 14h às 17h40, nos seguintes locais:  23 de fevereiro a 19 abril – Paço de Arcos (junto ao Centro de Saúde) e de 21 de abril a 6 de junho – Linda-a-Velha (junto ao Centro de Saúde).

O rastreio destina-se a mulheres com idade entre os 50 e 69 anos, que tenham recebido a convocatória realizada pela LPCC, com data, local e hora agendada e que preencham ainda os seguintes critérios: não apresentem qualquer alteração na mama (assintomática); não tenham próteses mamárias; não realizaram mastectomia; nunca tiveram cancro da mama; não tenham feito mamografia há menos de 6 meses; tenham entre 45 e 50 anos, desde que já tenham iniciado o programa de rastreio do cancro da mama.

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