A marcha do Castelo, organizada pelo Grupo Desportivo do Castelo, atingiu um feito único em 1983.
Explicam Tânia Correia (Comissão das Marchas 2017), Alexandre Ribeiro (Assembleia e Órgãos Sociais) e Joaquim Duarte (Presidente) que, nesse ano, conquistaram, além do primeiro prémio da classificação geral, os prémios da coreografia, cenografia, musicalidade, canto e figurino.
Se a maioria dos bairros históricos de Lisboa foram povoados por gente que vinha de partes específicas do país e se juntava em comunidades quase regionais (o exemplo verdadeiramente típico é o da Madragoa, com os seus pescadores e varinas vindos de Ovar), no caso do Castelo foi um pouco diferente.
Em 1947, o Castelo era um quartel militar, e a sua tradição, que passou directamente para as marchas, vem daí. Assim, os seus temas, ao longo dos anos, andaram à volta das princesas, dos soldados e das majorettes.
A direcção do clube não discute os critérios de avaliação dos júris mas faz um reparo. “As colectividades perdem noites inteiras em reuniões a discutir regulamentos, que, depois, o júri ignora por completo. Já houve uma marcha que concorreu com cinco músicas, o que não é permitido, e ganhou!”.
Os responsáveis salientam também que o seu figurino, por ser habitualmente baseado em princesas e soldados, é muito mais caro que os outros, embora receba exactamente os mesmos apoios. E acrescentam ainda que, se há marchas que ficam sempre em último ou penúltimo lugar, “é porque não investem muito… Deviam ficar um ano fora do sorteio”.
Sagres – Patrocinador Principal de “Olhares de Lisboa – Marchas Populares 2017”