DECLARAÇÕES DURANTE A GALA DE FADOS DAS COLETIVIDADES | Pedro Franco tenta solução para Ginásio do Alto do Pina

“Não podemos deixar fechar uma coletividade centenária”, defendeu Pedro Franco, presidente da Associação das Coletividades do Concelho de Lisboa (ACCL), sobre o eventual encerramento do Ginásio do Alto do Pina, responsável pela marcha daquele bairro.

À margem da Gala Final da Grande Festa do Fado das Coletividades, que decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Franco garantiu ao Olhares de Lisboa que ele próprio tomou a iniciativa de solicitar uma reunião urgente com a vereadora do espaço social, encontro esse que poderá acontecer esta semana.

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Segundo o dirigente, “há uma eventualidade de haver uma cedência de um espaço, que poderá não ser no Alto do Pina, mas um pouco mais afastado”.

Recorde-se que o Ginásio do Alto do Pina se debate com problemas na sede da coletividade, que se encontra em precário estado de conservação.

Pedro Franco lembra que “há muitas coletividades em situações idênticas”, principalmente depois da nova Lei das Rendas: “as pessoas e associações não têm dinheiro para pagar estas rendas astronómicas que estão a pedir”.

O presidente da ACCL destaca por exemplo o caso do Grupo Dramático e Escolar “Os Combatentes”, uma coletividade centenária que “já fechou portas”. Ou a Academia Recreio Artistico, “que poderá fechar” devido à falta de capacidade para suportar a renda.

GALA

Foram vinte e um os fadistas que subiram ao palco no Salão Nobre da Câmara de Lisboa para a Gala Final da Gala Final da Grande Festa do Fado das Coletividades.

 

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A iniciativa promovida pela ACCL recebeu mais de 70 inscrições, tendo sido selecionados os melhores intérpretes para a grande final.

Segundo Pedro Franco, o Prémio Divulgação do Fado, atribuído pela Fundação Amália em 2014, trouxe par a associação maior responsabilidade.

“Esta galas, que se realizam em outubro e novembro, servem para lançar novos valores do fado, que é a nossa filosofia”, explica.

O dirigente considera que há muita qualidade nestes “jovens amadores”, mas que “ainda têm de trabalhar muito”. Mas está certo de que “daqui vão sair grandes fadistas do futuro”.

O anfitrião da gala também usou da palavra: “fizemos aqui uma homenagem às coletividades e a todas as pessoas que, durante todo o ano, dedicam muito da sua vida e vivem a cidade através destas associações”, salientou Fernando Medina.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa é da opinião que “as coletividades são uma grande fonte de cidadania, participação e de alma da cidade de Lisboa, e que esta gala tem também esse propósito”.

 

O autarca quis também prestar uma homenagem ao Fado, que “não é só um símbolo do passado, mas também símbolo de tanta gente jovem que hoje o canta como a sua forma de estar na vida e como forma de afirmação da cidade de Lisboa.

ACCL

Fundada em abril de 2002, a ACCL conta já com cerca de 400 coletividades associadas. Envolve muita gente”, sustenta Pedro Franco.

O presidente dá conta que a direção “tenta ajudar as instituições em várias frentes”, mas mostra-se “preocupado com o futuro das coletividades”.

Para além da escassez nos apoios, o receio prende-se também no facto “dos próprios dirigentes terem de se formar para dirigir uma coletividade”.

Ou seja, “agora as coletividades são praticamente empresas” e quem as lidera “tem de saber fazer protocolos, orçamentos”, entre outros procedimentos. “São pessoas que necessitam de formação”, diz.

Neste sentido, “a associação disponibiliza gabinetes de formação em várias áreas, em parceria com a Confederação Nacional de Coletividades”.

 

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