É a primeira vez que um festival de música está a utilizar água reciclada. Está a acontecer no Rock in Rio Lisboa, que decorre até ao próximo fim de semana no Parque da Bela Vista, e permitirá a rega de uma parte do recinto.
Trata-se de um projeto-piloto que envolve várias entidades, entre as quais a empresa Águas do Tejo Atlântico, a Câmara Municipal de Lisboa e a própria organização do Rock in Rio Lisboa. Em concreto, a iniciativa integra-se em três frentes: no plano de eficiência hídrica da autarquia (integrado numa estratégia abrangente dirigida ao fecho do ciclo urbano da água da cidade), no Compromisso para a Sustentabilidade do Festival Rock in Rio e na estratégia “Água +” da Águas do Tejo Atlântico.
Para João Matos Fernandes, “é importante ter estas boas práticas”. Presente na apresentação do projeto à comunicação social, o Ministro do Ambiente deu conta da necessidade de reutilizar a água.
“Temos mesmo de consumir menos água e usar aquela que está à nossa disposição”, afirmou. E sublinhou o facto do público-alvo do Rock in Rio fazer parte de “uma faixa etária com maior disposição para aprender estas práticas”.
João Matos Fernandes lembrou ainda que “Portugal é reconhecido por várias organizações como o segundo país da Europa mais comprometido com as alterações climáticas”.
Também parceiro desta iniciativa é a Câmara Municipal de Lisboa. O vereador do ambiente José Sá Fernandes destacou o contributo financeiro da autarquia para uma “experiência piloto num festival sustentável”.
E sublinhou: “deve ser o primeiro festival do mundo no qual se reutiliza água para rega”.
Por sua vez, Roberta Medina afirmou que “a reutilização de águas faz todo o sentido”.
A responsável pela organização do Rock in Rio disse que “ser mais sustentável dá muito trabalho, mas não significa que custe mais dinheiro”. Na sua opinião, “muitas vezes significa economia de recursos financeiros”.
“O Parque da Bela Vista é a nossa paixão”, revelou Roberta Medina, sustentando que “é um privilégio um parque verde de 200 mil metros quadrados no centro da cidade”.
A diretora do festival de música acrescentou que agora “o parque tem infraestruturas para que os lisboetas desfrutem do parque em permanência”.
Segundo as Águas do Tejo Atlântico, “a utilização de águas residuais tratadas contribui para uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos hídricos, constituindo um benefício como fonte de água alternativa para usos não potáveis”.
“Este projeto piloto baseia-se na utilização de Água Reciclada, produzida pela Fábrica de Água (ETAR) de Beirolas, gerida pela Águas do Tejo Atlântico, cuja qualidade é assegurada por um processo de tratamento adequado para fins de rega, em segurança e eficiente condições de utilização, garantido a proteção da saúde humana e ambiental”, adianta a empresa.
Como benefícios a longo prazo deste projeto-piloto destacam-se a conservação dos recursos hídricos, os benefícios económicos e ambientais relativamente a outros métodos de descarga, a disponibilidade de água em quantidade e qualidade suficiente e adequada, a redução da utilização de fertilizantes devido à presença de nutrientes nos efluentes e a redução da procura do abastecimento de água potável.