O presidente da Câmara de Lisboa quer um novo sistema de passes sociais com custos mais baratos. Fernando Medina pede que seja inscrito no Orçamento do Estado um novo sistema de passes sociais com um custo máximo de 30 euros dentro da cidade e 40 euros por mês em todos os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML), acreditando que o novo tarifário dará um incentivo às pessoas que todos os dias entram na cidade de carro para que passem a usar os transportes públicos.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e da Área Metropolitana de Lisboa, esta medida terá um custo de cerca de 65 milhões de euros por ano, abrangendo os 18 municípios, isto é, uma população de 2 821 876 habitantes, segundo os Censos de 2011, distribuídos por 17 cidades, 18 municípios e 118 freguesias.
O presidente da câmara da capital considera que a proposta “incentiva e melhora as condições para as cerca de 700 mil pessoas que hoje já estão integradas no sistema de passes intermodais, mas sobretudo integra no sistema 900 mil pessoas que estão de fora”.
A aceitação desta proposta está dependente do BE e do PCP. Em declarações ao Diário de Notícias, Isabel Pires, deputada do Bloco de Esquerda, lembra que o partido, «seja na Assembleia da República seja na Assembleia Municipal, propôs a uniformização dos vários passes sociais que existem e baixar o preço para o utente para chamar mais pessoas». A proposta, de resto, faz parte do acordo entre PS e BE na câmara de Lisboa.
Por seu turno, Gonçalo Tomé, do comité central do PCP, diz que esta medida de Medina «vai ao encontro da proposta e dos interesses dos comunistas».
Já para as empresas transportadoras, «o tarifário está razoavelmente adequado à sustentabilidade do sistema». Segundo Luís Cabaço Martins, presidente da ANTROP – Associação Nacional de Transportes Rodoviário de Pesados de Passageiros: «Se a área metropolitana de Lisboa entende que devemos ter um tarifário diferente, cabe-lhe repor o diferencial».
«A medida pode ser interessante para captação da procura. Só temos de concordar com uma metodologia que sustente o sistema», considera, acrescentando que é preciso conhecer a proposta.
Por outro lado, acrescenta, “se houver um abaixamento dos preços, que leve a um aumento da procura, isso também tem de ser equacionado, pois levará a um aumento de autocarros, mais motoristas, mais manutenção”.
A área metropolitana de Lisboa, com competência sobre as concessões rodoviárias a partir de 2019, concordou em ter um operador global com o mesmo sistema de bilhética e de tarifários. O custo total, entre novo sistema de tarifário e autocarros, deve ser de 150 milhões.