LISBOA VAI TER NOVA RESIDÊNCIA PARA ARTISTAS

Projectada pelo arquitecto Carrilho da Graça, a futura residência de artistas, a ser construída em terrenos da Câmara de Lisboa, terá 80 quartos, metade dos quais para residência permanente de artistas e um auditório com 100 lugares.

A pensar nos artistas a quem a vida “trocou as voltas”, a Mansarda é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que pretende estender a mão a todos aqueles que dedicam ou dedicaram a sua vida à arte e aos palcos.

Várias caras conhecidas do mundo dos espectáculos, nomeadamente Rui Veloso, Sérgio Godinho, Fernanda Serrano, entre outros, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, estiveram presentes, ontem, na inauguração do escritório da Associação Mansarda, um espaço cedido pela autarquia no n.º 6 da rua Mário Cesariny, em Lisboa, e que tem como objetivo ajudar os nossos artistas. Na ocasião foi anunciado que irá nascer na capital uma Residência, com a assinatura do arquiteto Carrilho da Graça, para todos aqueles que dedicam a sua vida à arte e aos palcos.Esta residência irá nascer em terrenos que serão cedidos pela câmara de Lisboa. O local estará praticamente fechado, no entanto, ainda não foi revelado.

“É para mim inequívoco que não cumprimos ainda com muita gente. Com muitas pessoas que são hoje o corpo fundamental da reprodução da nossa cultura, da criatividade, da inovação”, disse o presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, no evento de apresentação da Mansarda. “São vidas fascinantes que são muitas vezes precárias, sujeitos à falta de rede”, notou.O projecto de arquitectura da residência será da autoria de Carrilho de Graça, que disse estar “ansioso” por começar a trabalhar nele. O edifício terá também espaço para uma área de actividades, no qual se destaca um auditório de 100 lugares, que terá programação cultural regular, e cujas receitas irão reverter para a gestão da IPSS.A associação Mansarda é uma IPSS e resulta de um grupo de amigos de diversas áreas do conhecimento (Patrícia Vasconcelos, Rui Horta, Jorge Salavisa, Camané, Rui Cardoso Martins, Henrique Cayatte, José António Pinto Ribeiro, Anabela Mota Ribeiro, entre muitos outros) que trabalha já há vários anos para a criação de uma residência para artistas. Já que, segundo os seus fundadores, “os criadores e todos aqueles que diariamente dedicam a sua energia à arte e aos palcos estão, tantas vezes, entre os mais frágeis e desprotegidos da nossa sociedade. O objetivo é que a Mansarda possa ajudar os artistas nos momentos em que a vida lhes troca as voltas (conhecemos tantos casos de atores e escritores que perderam o emprego, viveram pelas ruas, acabaram na miséria…), que lhes dê casa mas também um ombro amigo (verdadeiro antídoto para a solidão) e favoreça uma interação entre jovens e mais velhos, para que estes últimos, que já nos deram tanto, possam envelhecer ativamente e com dignidade”.Esta associação nasceu no dia 25 de Novembro de 2014. Com a assinatura dos seus 23  Fundadores  deu o primeiro passo para a constituição de um projeto social que pretende enriquecer a vida dos que se dedicaram ou dedicam à cultura, nomeadamente, às artes performativas. Um desafio lançado por Patrícia Vasconcelos a um grupo de cidadãos ligados ao mundo da cultura que, como ela, acreditam que faz falta na nossa comunidade um projeto que permita aos artistas nacionais terem um espaço, uma casa onde gerações interagem, onde conhecimento e experiência se partilham, onde possam permanecer em atividade até mais tarde, onde o talento não seja esquecido, mas antes valorizado.A ideia acabou mesmo por tomar forma e agora, passados cinco anos, a Mansarda foi, esta quinta-feira, apresentada​  e começaram a dar-se os primeiros passos para a concretização desta residência permanente ou temporária de pessoas que tenham estado ligadas às áreas da língua, arte e cultura portuguesas, sobretudo às artes performativas, onde se quer promover a interacção de gerações, da criação artística e a partilha com outras instituições.

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