A reposição de um milhão de metros cúbicos de areia nas praias da Costa, em época balnear, vai causar algum incomodo aos frequentadores dessas praias. Mas esta é a única altura do ano em que se pode efetuar esta operação.
O reforço de um milhão de metros cúbicos de areia nas praias da Costa de Caparica e de São João, em Almada, no distrito de Setúbal, implica um investimento de 6,3 milhões de euros. A empreitada de alimentação artificial se estende desde a Costa de Caparica até à Cova do Vapor, utilizando «um milhão de metros cúbicos de areias retiradas pelas dragas da Administração do Porto de Lisboa do canal da barra sul, na entrada do Estuário do Tejo», revelou o ministro do Ambiente.
O ministro Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, presidiram no sábado,no Kontiki Bar, em S João da Caparica, à cerimónia de lançamento do concurso para a intervenção, a decorrer entre junho e outubro e que terá um custo total de 6,3 milhões de euros, dos quais 4,1 milhões serão suportados pela Agência Portuguesa do Ambiente, três milhões pelo fundo do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR) e 2,2 milhões pela Administração do Porto de Lisboa.
«A empreitada tem como objectivo providenciar maior protecção às pessoas e à propriedade contra os fenómenos de galgamento oceânico e, ainda, minimizar os efeitos negativos causados pelos temporais sobre essa linha de costa. Permite também proteger do ponto de vista ambiental e estratégico e aumentar a capacidade recreativa e balnear das praias», referiu Vítor Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa de Ambiente.
A intervenção abrange, de acordo com o ministro do Ambiente, 3,8 quilómetros de linha de costa, estando previsto que as obras se iniciem em junho e terminem em outubro, o que vai, certamente, causar alguns incómodos aos banhistas que frequentem essas praias.
A empreitada foi aprovada na quinta-feira passada, em Conselho de Ministros, mas já tinha sido anunciada em 27 de Novembro de 2018, quando o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, visitou a praia de São João da Caparica.
Inês de Medeiros recorda que « alimentação artificial das praias tem como objetivo a proteção da costa contra o desgaste e destruição provocados pela erosão, assim como a melhoraria das condições balneares das praias do concelho».
Inês de Medeiros mostrou-se «satisfeita com a intervenção» porque os veraneantes que visitarem a Costa da Caparica vão «encontrar praias com mais areia» contribuindo assim para a qualificação deste destino turístico.
Recuperação de dunas
A presidente da Câmara de Almada fez questão de salientar que, a par desta operação de reposição de areias , está a avançar o programa para a restauração do ecossistema dunar da praia de São João da Caparica, a estância balnear do concelho que mais erosão sofreu após as tempestades do inverno de 2017 e primavera de 2018.
De recordar que, a Câmara Municipal de Almada e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) assinaram, a 27 de novembro, um contrato de cooperação para o restauro do ecossistema dunar na Praia de São João da Caparica, localizado em terrenos hídricos.
O objetivo é, através da intervenção nesta praia, assegurar a manutenção do projeto municipal ReDuna, lançado em 2014, que visa o reforço da proteção natural das dunas, evitando a erosão costeira.