Na Casa da Pesca em Oeiras, monumento nacional há vários anos ao abandono, já começaram as obras para o proteger e reabilitar. A Câmara assinou um acordo de cedência com o Estado que prevê que a autarquia fique responsável pelo património da antiga Estação Agronómica Nacional por mais de 40 anos.
O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, fazendo jus ao adágio popular de «Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura» …. conseguiu, ao fim de quase 20 anos de luta, que o Ministério da Agricultura «passa-se para gestão camarária» a Casa da Pesca, a Cascata do Taveira e o Pombal, integradas no conjunto monumental da Estação Agronómica de Oeiras.
Atualmente, estas instalações encontram-se vedadas ao público, abandonadas, degradadas e em risco de ruína. Vários painéis de azulejos do conjunto da Casa da Pesca foram roubados, bem como outras peças ornamentais de grande valor histórico e cultural.
O estado de degradação do Património do Estado no concelho de Oeiras é uma grande preocupação para o Município, que há muito que reclamava a transferência da gestão destes imóveis, no sentido de os reabilitar, preservar e colocar à disposição das pessoas.
Nesse sentido, o Município assinou também um protocolo, com o Ministério da Defesa, com vista à manutenção e dinamização para fruição pública do Forte do Areeiro, onde será instalado, em breve, o Centro de Interpretação da Barra.
Este espaço monumental, que agora passou para a gestão municipal, é um sítio que guarda histórias antigas, do tempo da monarquia: era ali, no tanque fronteiro, que D. Maria I costumava pescar. E não é por acaso que constitui um dos conjuntos mais interessantes da arquitetura de veraneio, do século XVIII. Inserida numa propriedade com 130 hectares, a Casa da Pesca foi mandada construir pelo Marquês de Pombal, quatro anos depois do terramoto de 1755, numa época em que passaram por Lisboa vários artistas plásticos e arquitetos, que colaboraram na reconstrução da Baixa Pombalina.
Mas agora está tudo preparado para avançar com o projeto de reconstrução, tendo alguns trabalhos de limpeza já sido iniciados. Ao todo, a Câmara vai investir oito milhões de euros na recuperação do conjunto monumental – onde se inclui a Casa da Pesca – e em intervenções no complexo, que irão beneficiar também o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), com sede no local.
Ricamente decorada com azulejos e estuques, a Casa da Pesca integra a quinta que pertenceu ao Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo e, segundo Isaltino Morais, a autarquia vai «reabilitar, preservar e colocar à disposição das pessoas» este património classificado como Monumento Nacional desde 1940.
No anfiteatro da Cascata do Taveira, Isaltino Morais anunciou que, no próximo ano, vai voltar a convidar a população para ver «o estado em que as obras se encontram» e, em 2021, vai realizar um espetáculo comemorativo do 263º aniversário do município de Oeiras.
O presidente da Câmara de Oeiras, que recordou que o primeiro espetáculo de Amália Rodrigues, após o 25 de abril, foi efetuado na Cascata do Taveira, frisou que vão ser realizadas várias atividades culturais naquele espaço que, em principio, vai ser inaugurado em 2023.
Tanto os historiadores como Isaltino Morais chamaram a atenção dos visitantes para o estado de degradação dos tetos da Casa das Pescas, o roubo de vários azulejos da Cascata do Taveira e da Casa das Pescas.
Ligar jardins de Oeiras
Isaltino Morais anunciou, por outro lado, que a autarquia «sonha» em criar o maior parque de jardins do país, «ligando» todos os jardins de Oeiras a Caxias. Neste momento, a edilidade já adquiriu vários terrenos que lhe permitem ligar, praticamente, todos os jardins em 240 hectares de terreno.