Antigos e atuais funcionários das fábricas de Água de Alcântara, Beirolas e Chelas comemoraram, quarta-feira, em Chelas, a passagem do 30º aniversário destas três antigas ETARs, tendo sido ainda anunciadas obras de requalificação na ETAR de Chelas. As Fábricas de Água (ETAR) de Alcântara, Beirolas e Chelas estão a comemorar 30 anos de atividade em 2019 e marcaram uma rotura com o passado no que refere às condições de recolha, tratamento e devolução das águas residuais tratadas na cidade de Lisboa, salientou o presidente das Águas do Tejo Atlântico, António A. Corte-Real Frazão.
Passados 30 anos, «há uma ténue memória do que eram as cidades portuguesas no que concerne às infraestruturas de tratamento de águas residuais, nomeadamente na cidade de Lisboa e poucos se lembrarão das condições ambientais do rio Tejo nessa época», refere um comunicado das Águas do Tejo Atlântico.
Hoje, como afiança o presidente desta instituição, após realçar a grande aposta feita pela Câmara Municipal de Lisboa no tratamento de águas residuais, «damos como adquirido a qualidade ambiental da nossa cidade, do rio Tejo e da nossa costa. No entanto, não devemos esquecer o caminho que foi percorrido e os desafios que foram necessários ultrapassar para atingir o atual nível de eficiência, qualidade e dar resposta a uma sociedade cada vez mais exigente».
Estas três infraestruturas são responsáveis pelo tratamento de forma ambientalmente segura, de águas residuais de cerca de 1.2 milhões e tratam em média cerca de 282.500 m3 por dia e estão entre as maiores Fábricas de Água existentes em Portugal, recordou António Frazão, sublinhando o papel desempenhado por antigos responsáveis por esta entidade, como o coronel José Veiga e o Eng.º Rui Godinho, e também a engenheira Mariana Grilo, de 86 anos, responsável do projeto da ETAR de Chelas.
Conforme salientou, «feito este caminho que nos trouxe até aqui, temos de olhar para o futuro, tendo como ponto de partida a economia circular e as alterações climáticas e, nesse sentido, a Tejo Atlântico delineou uma estratégia que tem como objetivo apostar nos “produtos” das suas Fábricas de Água, como são a água+, água reciclada com grande potencial de uso na rega de espaços verdes, na lavagem de ruas, na agricultura e na industria».
Outra grande aposta centra na eficiência energética, como é o caso da produção de energia verde, térmica e elétrica, a partir dos processos de tratamento de lamas em algumas Fábricas.
As lamas são outro “produto” com grande potencial de aplicação na agricultura, considerando que alguns solos portugueses são deficitários em matéria orgânica, elemento que faz parte integrante do referido produto.
Requalificar
Aproveitando «a deixa» do presidente das Águas do Tejo Atlântico, Hugo Xambre, administrador, anunciou que vão ser realizadas obras de requalificação em Chelas. «Vamos fazer um grande esforço para controlar a libertação de mau cheiro, tapando alguns órgãos e melhorando alguns agentes de tratamento», afirmou Hugo Xambre.
De acordo com o administrador das Águas do Tejo, esta intervenção é encarada com «enorme expectativa», dadas algumas queixas da população da freguesia em relação à libertação de maus cheiros.
«Esta obra de reabilitação irá ter para a comunidade um impacto muito positivo, pois visa a eliminação dos problemas identificados por todos. Todos nós que aqui vivemos e trabalhamos sabemos que vivemos com alguma frequência com maus odores», disse.
A obra, que implicará um investimento de 4.800 mil euros, prevê uma cobertura verde, ecológica, porque o futuro «do bom ambiente da cidade de Lisboa também passa pelas fábricas de Água».
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Olhares de Lisboa nº 9 - Caderno Mobilidade