Empregando cerca de 80 mil pessoas, 57 empresas assinaram o Pacto de Mobilidade Empresarial para a Cidade de Lisboa, que permitirá soluções de mobilidade mais seguras, eficientes e sustentáveis. Todos querem a redução do uso do carro individual.
Sob o mote «catalisar a liderança empresarial para transformar a mobilidade nas cidades», o pacto pretende agregar empresas e outras instituições, incluindo autarquias, com o objetivo de melhorar e transformar ativamente a mobilidade de uma cidade, prevendo-se que este projeto se estenda a outras cidades do país.
Entre as várias medidas previstas, uma delas refere-se ao uso da «liderança empresarial para promover e executar soluções de mobilidade urbana sustentável – soluções que devem contribuir para reduzir emissões e os níveis de poluição, promover uma maior eficiência económica e ambiental e, ao mesmo tempo, contribuir para melhorar a experiência urbana de quem vive e visita as cidades».
Objetivos prioritários
Estas medidas visam atingir quatro objetivos: em primeiro lugar, cumprir metas ambientais, contribuindo para reduzir as emissões de CO2 (pelo menos 50% de redução em 2030 em comparação com os níveis de 1990) e o nível de poluentes, ao mesmo tempo que se melhora a qualidade do ar; em segundo, tornar as cidades mais inclusivas, desenvolvendo planos de mobilidade que garantam soluções de mobilidade sustentáveis e acessíveis a todos os colaboradores das empresas aderentes ao pacto; e o terceiro objetivo visa a eficiência, através da promoção de parcerias, incentivos e plataformas digitais que permitam, por exemplo, que todos tenham tempos de viagem casa-trabalho mais curtos, com maior conforto e menos despesa. E, por fim, a segurança, através da promoção de comportamentos mais responsáveis, alinhados com políticas públicas e com o objetivo de «zero mortos» nas estradas.
Envolver trabalhadores e promover o teletrabalho
Falando na cerimónia de assinatura do pacto, que decorreu no Museu da Carris, o vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar, defendeu que este é um «documento de ações concretas», destacando a eletrificação das frotas, a oferta de pacotes de mobilidade para os funcionários e a criação de «condições para que as pessoas acedam ao local de trabalho nestes modos ativos». As medidas têm de «abranger todos os trabalhadores», sublinhou o vereador.
Entre as várias ações que podem ser desenvolvidas pelas empresas no âmbito deste pacto e que poderão contribuir para alterações de comportamento dos cidadãos em relação ao meio ambiente, estão, por exemplo, a promoção de veículos elétricos em frotas empresariais, aumento do número de carregadores em parques públicos, privilegiar os carros elétricos em estacionamentos mais limitados, incentivar reuniões à distância, oferecer aos trabalhadores créditos de mobilidade partilhada (para bicicletas, scooters e outros meios), agravar custos de estacionamento para veículos que não sejam elétricos ou de uso partilhado ou oferecer passe de transportes públicos, entre muitas outras.
O vereador da Mobilidade realçou ainda que a cidade assumiu o compromisso de se reunir de forma regular com estas empresas, de modo a discutir «o problema da mobilidade na cidade de Lisboa».
Do ponto de vista do autarca, esta «não é uma agenda pacífica, aceite e fácil de implementar», porque colide com os hábitos instalados. Fernando Medina afirma: «A ambição de qualquer pessoa não é o transporte coletivo. A ambição de qualquer pessoa é ter mesmo o espaço para o seu carro individual».
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