Hoje, pela primeira vez, desde a 1ª República, um ministro, João Matos Fernandes, inaugurou um bebedouro público – o primeiro de 200 – «instalado» pela EPAL e CML na Avenida da Liberdade.
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, é provavelmente o primeiro alto dignatário de Estado, desde a primeira República, a inaugurar um bebedouro público em plena Avenida da Liberdade, em Lisboa. Com esta atitude, o ministro pretendeu demonstrar a importância «de uma boa política de gestão de água» e a necessidade de valorizar este recurso e, por isso, nada melhor que «uma inauguração» com uma figura do Estado para sensibilizar as pessoas para os problemas ambientais existentes.
A importância deste bebedouro público foi salientada pelo ministro João Pedro Matos Fernandes que, acompanhado pelo vereador do Ambiente da Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, e pelo presidente da EPAL, José Sardinha, inaugurou, nesta manhã chuvosa de segunda feira, o primeiro de um conjunto de 200 modernos e inclusivos bebedouros preparados para serem utilizados por crianças, adultos, pessoas com mobilidade reduzida e animais de estimação.
Implicando um investimento à EPAL de cerca de 400 mil euros, os bebedouros, cuja manutenção compete à Câmara Municipal de Lisboa, vão ser instalados, nos próximos dois anos, em vários locais da cidade, adiantou o presidente da EPAL, José Sardinha.
O projeto «Bebedouros de Lisboa» resulta de uma parceria entre a EPAL, a Câmara de Lisboa e o Geota e visa a promoção do uso da água da torneira e a preservação do ambiente e sustentabilidade do planeta, contribuindo para a boa gestão da água na cidade, aspeto muito valorizado na distinção de Lisboa como Capital Verde Europeia 2020, como fez questão de salientar o vereador José Sá Fernandes.
A nova Rede de Bebedouros permitirá o livre acesso ao consumo de água da rede pública de forma acessível, gratuita e facilitada a todos aqueles que o desejem fazer, e oferece a possibilidade de fazer o refill de garrafas reutilizáveis, contribuindo para a diminuição da utilização de plásticos.
A instalar, numa primeira fase, durante este ano, os equipamentos terão na sua maioria a dupla valência de poderem assegurar o fornecimento de água a pessoas e também a animais, em particular cães. O modelo misto, com um bebedouro superior para os humanos e um junto ao solo para os bichos, terá 26 unidades colocadas, em sítios como Avenida da Liberdade, Rio Seco (Ajuda), Parque da Bela Vista, Parque Urbano dos Olivais, Parque Urbano da Quinta das Flores ou na Ciclovia Ribeirinha, em locais como Santa Apolónia, Doca de Santo Amaro ou a Estação Fluvial de Belém. Prevê-se ainda colocação de quatro novos bebedouros simples para pessoas (dois no Rio Seco; um no Jardim Amália, no topo do Parque Eduardo VII; e outro no Parque da Bela Vista) e dois para animais (um no jardim da Torre de Belém e outro na Ribeira das Naus). Além disso, proceder-se-á à adaptação e colocação de mais de uma dúzia de bebedouros para uso dos animais.
Para todos os «que estão em Lisboa»
O presidente da EPAL, José Sardinha, «anfitrião» deste ato inaugural, além de ter feito um balanço aos 150 anos de funcionamento da empresa, fez questão de salientar que «os novos bebedouros públicos onde moradores e turistas poderão beber água, contam inclusive com uma funcionalidade acrescida, a de permitir também matar a sede aos seus animais de estimação, tendo sublinhado que esta empresa pública está «no centro do desenvolvimento da cidade de Lisboa e também à volta de Lisboa. Sem água não há desenvolvimento e nós, há 150 anos, que prestamos um serviço de qualidade à cidade».
O responsável pelo pelouro do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia, após sublinhar que a água é o «grande problema do século XXI», salientou que «os bebedouros fazem parte do serviço público que a Câmara, o Geota e a EPAL prestam de fornecer água potável de qualidade a todos os habitantes e a quem visita Lisboa».
Reabilitação de chafarizes
Depois de alertar para a necessidade de se adaptar Lisboa às mudanças climáticas, que vão originar inundações e períodos de escassez de água, o vereador Sá Fernandes referiu que a Câmara Municipal de Lisboa e a EPAL também vão efetuar a reabilitação de vários chafarizes da cidade. Assim, até 2022, estão previstas intervenções de conservação e restauro nos chafarizes das Janelas Verdes (freguesia da Estrela), Mãe d’Água à Praça da Alegria (freguesia de Santo António), Rato (freguesia de Santo António), Carmo (freguesia de Santa Maria Maior) e Santo António da Convalescença (freguesia de São Domingos de Benfica).
Desta forma, a Câmara Municipal de Lisboa e a EPAL pretendem fazer renascer alguns dos mais icónicos chafarizes da cidade e instalar 200 novos bebedouros em Lisboa.
O Chafariz das Garridas ou de Benfica e o Chafariz do Intendente são os dois bebedouros que entraram em 2020 com nova cara. Mas nos próximos dois anos, a empresa municipal vai restaurar mais 16 por toda a cidade.
Já o ministro do Ambiente, que também realçou a importância da EPAL «na construção da cidade», realçou que este é um projeto importante por três ordem de fatores: «valorização da água, porque sabemos que ela é um bem escasso e tem de ser bem gerida; a necessidade de uma rede deste tipo se impor, porque é fundamental na diminuição da utilização de garrafas de plástico de água; e, por último, pela dimensão e relevância que tem nas infraestruturas da EPAL».
Fazendo questão de salientar que «é com muito gosto que inauguro este bebedouro», o ministro Matos Fernandes defendeu que «a perspetiva do governo para o ambiente passa pelas novas formas de utilizar este recurso».
À semelhança do ministro do Ambiente, Patrícia Tavares, vice-presidente da Geota, considerou que o uso dos bebedouros vai ajudar a combater o plástico. Pois, «as pessoas vão passar a beber diretamente» da fonte.
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