A cooperação entre as duas regiões metropolitanas – conforme salientou a autarca – incidirá, sobretudo, nas áreas da mobilidade, ambiente, ensino, energia, cultura, biomedicina e aeronáutica, mediante o desenvolvimento de parcerias entre centros de competência e pólos de competitividade de ambos os países.
A promoção dos territórios de Lisboa e Paris no calendário transcultural França-Portugal 2021-2022 será outro dos domínios prioritários de colaboração, adiantou Carla Tavares.
Do ponto de vista da autarca da Amadora, este protocolo vai permitir um reforço efetivo dos laços de confiança entre os parceiros destas duas áreas metropolitanas, sustentado em políticas de coesão territorial e social.
No âmbito do protocolo, as duas áreas metropolitanas pretendem mobilizar os agentes económicos, sociais, culturais e institucionais, visando criar uma malha de atores disponíveis para a constante reflexão sobre o destino e ambição desses territórios, Carla Tavares lembrou que, «é deste diálogo que podem nascer, com maior viabilidade de sucesso, projetos inovadores e inclusivos».
«Portugal e a França tem de estar de “mãos dadas”. A nossa prioridade é consolidar esta parceria», defendeu a vice-presidente da AML, salientando que existem «muitas empresas portuguesas sediadas na Île-de-France, onde também residem e trabalham milhares de portugueses e luso-descendentes».
Já a presidente da Região de Île-de-France, Valérie Pécresse, fez questão de recordar que «a sua região tem parcerias com vários territórios europeus, mas não tinha com a Área Metropolitana de Lisboa», situação que foi agora colmatada.
Após salientar a importância da comunidade portuguesas e dos luso-descendentes, Valérie Pécresse salientou que «a AML é o nosso parceiro natural», reconhecendo que a Île-de-France tem algumas coisas a aprender «com essa instituição regional, nomeadamente nas áreas de transporte, turismo, mobilidade e cultura».
Paris e Lisboa são pólos de atração turística e cultural. Por isso, tem de trocar e partilhar informações e promover programas de cooperação que, essencialmente, contribuam para uma maior inclusão económica e social e, ao mesmo tempo, promover uma melhor qualidade de vida dos seus habitantes.
Um outro aspeto focado pela política francesa foi o do ensino da língua portuguesa. Segundo ela, «existem muitos luso-descendentes que não sabem falar a língua de Camões e, por isso, está a ser criada uma plataforma para o ensino de português, de forma gratuita». Esta aplicação também permite o ensino de francês aos emigrantes que demandem as terras gaulesas.
Autarquias, Embaixada de França e algumas instituições de ensino, cultura e comércio fazem parte do conjunto de entidades que estiveram presentes na cerimónia de assinatura do protocolo de cooperação entre a região de Île-de-France e a Área Metropolitana de Lisboa. O documento foi assinado, pela AML, por Carla Tavares, vice-presidente do conselho metropolitano, e por Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-secretário, e pela Île-de France, Valérie Pécresse, presidente. Do programa, constava ainda uma visita à Startup Lisboa e um momento musical com Hugo Fernandes (violoncelo) e Martin Sued (bandonéon).
A região de Île-de-France abrange as cidades de Paris e Versalhes, entre muitas outras, envolvendo um total de cerca de 12 milhões de pessoas.
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