A CGD «entregou» ontem, segunda-feira, à Câmara de Lisboa o Jardim da Caixa, situado na Av. João XXI, no âmbito do programa de abertura ao público de diversos espaços verdes e de lazer, no ano em que Lisboa exibe o galardão de Capital Verde Europeia.
Abriu hoje ao público, no âmbito da programação Lisboa Capital Verde Europeia, o Jardim da Caixa Geral de Depósitos, localizado no edifício sede do Banco, na Av. João XXI, numa cerimónia que contou com as presenças do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, do vereador do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia, José Sá Fernandes, do presidente do Conselho de Administração da CGD, Rui Vilar, e do presidente da Comissão Executiva, Paulo Macedo.
A abertura deste espaço «inseriu-se na associação» do banco público ao compromisso Lisboa Capital Verde Europeia 2020, afirmou Rui Vilar, lembrando que «esta parceria com a Câmara de Lisboa faz parte da política de responsabilidade social da Caixa e contribui para o usufruto, por parte da população, de mais um espaço verde e lazer». Desta forma, a Caixa assume «a sua responsabilidade em termos de cidadania empresarial».
Convidado por Cavaco Silva para construir o edifício sede da CGD (reunindo num único espaço uma «vintena de serviços» do banco público), Rui Vilar explicou que, esta iniciativa «completa» um ciclo iniciado «nos anos 90», recordando que a instituição, desde o início, «afetou uma grande parte do edifício à cultura (Culturgest)».
Do ponto de vista de Rui Vilar, a partir de agora, «Lisboa passa a dispor de mais um espaço de lazer e de cultura», o que pode ser interpretado «como um sinal de futuro, onde possamos voltar a conviver sem máscaras».
Desenvolvimento sustentável
Por seu turno, o presidente da Comissão Executiva, Paulo Macedo, salientou que a «devolução» deste espaço à cidade, demonstra «as preocupações ambientais da CGD» e, também, o compromisso da instituição com o «desenvolvimento sustentável». De facto, como anunciou Paulo Macedo, a CGD aderiu esta segunda-feira aos princípios do BCSD Portugal (Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável), de forma a contribuir para que País construa um modelo de desenvolvimento baseado em cinco ideias fundamentais: promoção do desenvolvimento sustentável e inclusivo, promoção do crescimento, busca da eficiência, na gestão dos recursos naturais e financeiros de que Portugal dispõe, reforço da resiliência, através da integração das políticas públicas e da iniciativa privada, em processos colaborativos e o reforço da cidadania corporativa, através do fortalecimento da responsabilidade social.
Para Paulo Macedo, esta decisão da CGD «não representa apenas um gesto simbólico», significa mais um passo «na abertura da Caixa ao exterior», afirmando-se como «um espaço público» que convida «todos a visitarem as suas obras de arte, nomeadamente as esculturas de Júlio Pomar e Júlio Resende no jardim, e outras obras no interior do edifício».
Já na perspetiva de Fernando Medina, presidente da autarquia lisboeta, a «entrega» deste jardim vai permitir «transformar uma das avenidas mais árida e dura de Lisboa num espaço mais humano, com bastante fruição, num contínuo verde que transforma por completo a forma como se vive a cidade».
Segundo Fernando Medina, «este é mais um contributo que a CGD dá à cidade de Lisboa», abrindo «um portão» para as «pessoas fruírem» e «assumirem como seus os jardins da Caixa».
A adesão da CGD ao Compromisso de Promoção do Desenvolvimento Sustentável, iniciativa pioneira da Câmara de Lisboa, é – do ponto de vista de Fernando Medina – mais um sinal positivo da vontade da Caixa se abrir ao exterior, preocupando-se com questões ambientais, com os meios suaves de mobilidade e com a necessidade de se criar uma nova organização do trabalho, privilegiando o teletrabalho.
Uma cidade mais verde
Para Fernando Medina, quando chegarmos ao fim desta pandemia, é prioritário optarmos «por uma cidade verde e mais sustentável, sem congestionamentos de trânsito e com mais mobilidade».
Anteriormente, o vereador Sá Fernandes tinha defendido a necessidade de uma cidade mais verde e menos poluída, revelando que no jardim da Caixa «vai nascer um espaço de café», onde as pessoas possam conviver, porque é necessário «dar mais espaço às pessoas para poderem sociabilizar, após a pandemia do Covid-19».
Fazendo parte da lista «das inaugurações surpresas de jardins em Lisboa», este espaço – defende o vereador do ambiente – «vai fazer a ligação entre a cultura e o lazer», ligando a programação da Culturgest à da Câmara Municipal de Lisboa, nomeadamente à do Palácio das Galveias».
Sá Fernandes, que elogiou o papel de Paulo Macedo na «entrega» deste espaço à Câmara, anunciou que o último jardim a ser entregue à Câmara será o da Gulbenkian, neste momento em obras de ampliação. É, por isso, que Sá Fernandes afirmava: «estava prometida a inauguração de um jardim surpresa todos os meses, a promessa está a cumprir-se dentro das limitações pandémicas e ainda durante o mês de junho, no dia 18, foi inaugurado o Jardim da Biblioteca Nacional. Agora, chegou o Jardim da Caixa Geral de Depósitos, na Avenida João XXI, seguindo-se o Parque do Monte das Perdizes e o Viveiro da Quinta da Pimenteira, ambos em Monsanto. Para breve está também agendada a inauguração do Jardim da Casa do Arco, junto às Amoreiras, e depois o Jardim da Quinta da Alfarrobeira».
A circulação, pelo interior do jardim da CGD, faz-se através de caminho pedonal, que vai da zona alta a nascente, à zona baixa a poente, ligadas por uma escada, que permite vencer a diferença de cotas existente entre a Rua Cidade de Bucareste e a Rua Arco do Cego. O Jardim da Caixa, entre as freguesias da Av. Novas e do Areeiro, está aberto entre as 09h00 da amanhã e as 21h00, durante o verão, encerrando às 17h30 no inverno.