O Selim – Banco de Bicicletas é um novo projeto lisboeta de incentivo à mobilidade suave e à economia circular. Instalado no Mercado de Arroios, recolhe, repara e empresta bicicletas a quem delas precisa para se deslocar na cidade.
Arrancou hoje, 29 de setembro, sob o slogan «Precisa de uma bicicleta? O Selim empresta», o projeto SELIM com a primeira sessão de entrega de bicicletas, na loja SELIM, no Mercado de Arroios, com o objetivo de responder às necessidades de transporte da população, disponibilizando uma alternativa com baixo risco de transmissão de COVID-19 e promotora da mobilidade ativa.
As bicicletas doadas, depois de reparadas, são atribuídas a título de empréstimo a longo prazo, por um valor simbólico de 10 euros, ou cedência permanente.
Hoje, foram entregues as primeiras 12 bicicletas do Selim – Banco de Bicicletas, desenvolvido pela Cicloda – Associação Oficina da Ciclomobilidade, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Arroios. O projeto foi pensado para quem vive, estuda ou trabalha em Lisboa, que não tem bicicleta.
A funcionar na freguesia de Arroios, a Cicloficina é um coletivo que ensina, de forma voluntária, as pessoas a arranjar a sua própria bicicleta, em vez de irem à oficina e pagar o custo da reparação. «Disponibilizamos bicicletas à comunidade há mais de dez anos. Sabíamos que a Câmara Municipal de Lisboa tinha bicicletas que recolhe na rua. Decidimos fazer a proposta de pegar nesse material, repará-lo e pô-lo funcional, para o devolver à população», explica Nuno Pinhal.
Promoção da economia circular e da mobilidade suave
Lançado no dia 18 de setembro, o Selim já recebeu cerca de 100 candidaturas a este programa que, como explicou o vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa, Miguel Gaspar, «junta duas componentes da política municipal: a economia circular e a mobilidade sustentável».
«Estamos a falar de um projeto que entrega bicicletas a quem não tem e que pretende deslocar-se utilizando um velocípede, contribuindo para diminuição das emissões de CO2», salientou Miguel Gaspar, sublinhando que «todas as medidas que possam ajudar a promover o uso da bicicleta são bem-vindas e inserem-se na política de mobilidade para a cidade».
Para Margarida Martins, presidente da Junta de Freguesia de Arroios, este meio de transporte, além de contribuir para a diminuição da poluição, tem o potencial de «atender às necessidades da maioria das pessoas nas suas deslocações diárias», permitindo-lhes assim deixar o carro na garagem.
Do ponto de vista de Margarida Martins, um dos aspetos importantes deste projeto é que ele visa «dar à população uma alternativa de transportes, devolvendo bicicletas aos interessados em utilizarem este meio para se deslocarem».
Neste momento, as bicicletas que estão a ser disponibilizadas têm uma caução simbólica de dez euros, para promover a responsabilização de quem as recebe. São bicicletas sem mudanças (single speed), com quadro rebaixado, luz de dínamo magnético, travões de tambor e um cestinho para acomodar o que eventualmente for preciso nas deslocações diárias para o trabalho ou para a escola. Os extras, como cadeados, campainhas, descansos ou refletores, não estão incluídos. Se devolver a bicicleta, recebe metade da caução de volta. «Não estamos a contar que isso aconteça, a ideia é promover o seu uso e estimular a economia circular – estamos a pegar em bicicletas que estavam literalmente no lixo, abandonadas», justifica Nuno Pinhal.
Ciclovia até ao Areeiro pode ser alterada
Em declarações a Olhares de Lisboa, o vereador Miguel Gaspar respondeu a algumas críticas de comerciantes e moradores da Av. Almirante Reis sobre a ciclovia que passa nessa artéria e que se vai prolongar até ao Areeiro.