Amanhã, 21 de outubro, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior inicia um ciclo de debates que pretendem promover uma reflexão estratégica sobre o passado, o presente e o futuro do centro histórico de Lisboa.
A «Habitação, urbanismo e mobiliário» é o tema do primeiro dos seis debates programados pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, para debater as novas realidades políticas, sociais e económica da zona histórica da cidade, com base na questão nuclear “Que futuro para o centro histórico?”.
Este primeiro dos seis debates previstos, a terminarem no dia 24 de novembro, vai ser moderado pelo antigo vereador da Câmara Municipal de Lisboa, Vasco Franco, e tem como oradores os arquitetos Bruno Soares e Pascal Gonçalves, que irão refletir e «pensar o futuro, lembrando os 3 mil anos de história deste território».
Segundo a Junta de Freguesia, estes debates pretendem: «pensar este espaço central, face à grande e pulsante metrópole com quase 3 milhões de habitantes. Pensar os projetos e as empresas, neste local de permanente comércio e dinamismo. Pensar as pessoas e os seus habitats, que são as que sustentam estes espaços todos os dias», porque «as novas realidades exigem novas políticas, bem como uma ampla reflexão e participação, havendo interesses legítimos e conflituantes entre si e existindo, também, perspetivas diferentes para o desenvolvimento futuro».
Este ciclo de debates propõem-se procurar pontes e, sob a coordenação global da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, encontrar soluções para o território da freguesia de Santa Maria Maior , o mais central da cidade-metrópole de Lisboa, onde se «fez parte significativa da história da cidade e do país».
«As mudanças que se têm sucedido por toda a cidade têm sido aqui sentidas a um ritmo particularmente intenso, provocando efeitos e reações consideravelmente paradoxais», justifica a autarquia para lançar este ciclo de debates, tendo em conta que o Centro Histórico de Lisboa foi palco de uma profunda intervenção, sobretudo dirigida para as dinâmicas de reabilitação urbana, para um fortíssimo reforço da oferta turística, e ainda uma maior oferta cultural.
Este processo – explica a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior – possibilitou uma recuperação muito significativa de edifícios abandonados e em situação de risco, a par de um investimento no espaço público, muitas vezes de qualidade. No entanto, esta renovação à tanto tempo merecida e esperada, deu-se em paralelo com uma deslocação de comércios, empresas e instituições para outros locais da metrópole, com o sistemático fecho de lojas e de associações históricas, e com uma perda contínua de residentes. A perda de residentes constitui não só uma realidade grave quando é feita por pressões não desejadas, mas também o empobrecimento de uma identidade e património que se pretendem vivos e não congelados no tempo.
Por outro lado, a crise originada pela pandemia acentua estas questões, ao fragilizar alguns impactos positivos que as mudanças suscitaram e ao agravar alguns dos impactos negativos que se sentiam.
Por todos estes motivos, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior decidiu suscitar este ciclo de debates, porque novas realidades exigem novas políticas, bem como uma ampla reflexão e participação.
Os debates decorrem em formato webinar através da plataforma Zoom e também serão transmitidos em direto nas plataformas da Junta de Freguesia (YouTube e Facebook), com possibilidade de participação através de submissão de comentários no período de discussão previsto em cada debate.
CICLO DE DEBATES
21 de outubro
Tema: Habitação, urbanismo e imobiliário
Moderação: Vasco Franco
Oradores confirmados: Arq.º Bruno Soares e Pascal Gonçalves (Libertas)
27 de outubro
Economia e emprego
Moderação: Mário Vale
3 de novembro
Qualidade de vida e coesão social
Moderação: Ana Elisa Costa Santos
10 de novembro
Cultura e identidade
Moderação: Maria Calado
17 de novembro
Mobilidade e espaço público
Moderação: Mário Alves
24 de novembro
Governo, participação e associativismo
Moderação: João Seixas