Além da Pfizer, está previsto que Portugal receba várias outras vacinas ao longo de 2021. Hoje, chegaram mais 70 mil doses da Pfizer, estando prevista a sua aplicação em lares de idosos. Mas, seguindo a estratégia europeia, o país vai diversificar as encomendas para reduzir o risco de atrasos.
São mais 70.200 doses de vacinas para a Covid 19 que Portugal recebeu hoje. A ministra da Saúde revela que estão previstas mais 79 mil entregas em cada uma das quatro semanas de janeiro, anunciando que, no início de janeiro, começam a ser vacinados utentes de lares e cuidados continuados integrados. A identificação das estruturas está a ser concluída. Mas não haverá vacinação nas unidades com surtos ativos.
No entanto, no âmbito da estratégia delineada pela União Europeia, Portugal vai diversificar as encomendas, estando previsto que a próxima vacina a chegar é a da Moderna, que começou a ser administrada nos Estados Unidos antes do Natal. Ainda falta a luz verde do regulador, mas a autorização está prevista para dia 6 de janeiro e a distribuição poderá começar três dias depois.
Segundo a ministra, os lares de idosos e unidades de cuidados continuados vão receber parte das vacinas contra a covid-19 que Portugal vai receber no mês de janeiro. Marta Temido acompanhava o segundo dia de vacinação no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, adiantou que se as farmacêuticas cumprirem as datas de entrega, o plano traçado pelo Governo prevê a inoculação da população destas estruturas no início de 2021.
«Estimamos ter 79.950 entregas em cada uma das quatro semanas de janeiro. É, aliás, uma quantidade semelhante à que recebemos por duas vezes em dezembro. Aquilo que temos estimado é que essas doses possam já ser utilizadas para administração a estruturas residenciais para pessoas idosas – seja aos profissionais, seja aos utentes. Também a algumas unidades da rede de cuidados continuados integrados. Esse é o plano previsto», revelou a ministra da Saúde, explicando que a vacinação será aplicada nas estruturas sem surtos ativos.
Entretanto, em entrevista à TSF, Diogo Serra Lopes, secretário de Estado da Saúde, foi mais detalhado, apontando para o dia 4 de janeiro como a meta para o início de vacinação em lares de idosos e unidades de cuidados continuados. E, tal como a ministra, procurou deixar claro que esta previsão assenta no cumprimento das datas de entrega previstas pela farmacêutica: «O que está previsto neste momento – e depende sempre de qual é a data de chegada dos lotes – é que se inicie na semana de 4 de janeiro. O dia exato dependerá sempre da chegada das doses».
«Chegaram hoje (segunda-feira) a Portugal cerca de 70 mil vacinas. Esta entrega, que já se materializou em parte para o Aeroporto do Porto e no Serviço e Serviço de Utilização Comum dos Hospitais na região Centro, irá agora ser distribuída para a continuação do processo de vacinação em mais hospitais do SNS e nas primeiras unidades de cuidados de saúde primários. Aguardamos o transporte que se espera que seja direto para o arquipélago dos Açores e Madeira. Estes são os primeiros momentos de um processo que, pelo seu significado, não queremos deixar de partilhar com todos», finalizou Marta Temido.
Rangel transporta vacinas
Por seu turno, a Rangel Logistics Solutions, operador logístico com 40 anos de experiência em transporte e logística, selecionada pelo Governo de Portugal como um dos parceiros no transporte da vacina da Covid-19, assegura que tudo irá decorrer normalmente, recordando que esta operação está a cargo da Rangel Pharma, unidade do grupo, com mais de 10 anos de experiência no transporte e armazenamento de medicamentos.
«Estamos muito honrados e orgulhosos por fazer parte deste momento histórico, toda a equipa da Rangel está completamente envolvida e entusiasmada com esta iniciativa. Estamos a contribuir com o nossa estrutura e conhecimento, para ajudar a erradicar esta pandemia de Portugal e do mundo, é uma missão para salvar vidas», afirma Nuno Rangel, CEO da Rangel Logistics Solutions.
Operador logístico licenciado pelo Infarmed, a unidade Pharma da Rangel, expediu em 2019 mais de 112 milhões de unidades de medicamentos, e entregou mais de 460 mil encomendas ao cliente final, incluindo entregas de produtos farmacêuticos que carecem de temperaturas específicas de conservação.
Desde que o tema “vacina” surgiu como solução para a Covid-19, e sendo a logística um fator chave de sucesso, a Rangel Pharma, iniciou de imediato um processo interno de alinhamento de equipas e processos. Em termos operacionais, do lado da Rangel estavam garantidas todas as condições para que esta fosse uma operação bem-sucedida, ficando apenas a aguardar a aprovação da mesma, o que veio a acontecer.
Na primeira operação de transporte, a empresa utilizou veículos específicos para o transporte de medicamentos, com temperatura interior controlada e nos quais está incorporada uma tecnologia da Rangel que permite controlar permanentemente essa temperatura.
«Trabalhamos 24h por dia para encontrar soluções no sentido de mitigar os impactos negativos do Coronavírus no transporte internacional. Além de muitos transportes que fizemos de carga aérea, contratámos diretamente 8 aviões charters que fizemos chegar da China a Portugal, alguns destes aviões como é o caso do Antonov 124 um dos maiores aviões do mundo. Transportamos ventiladores, máscaras, e todo o tipo de material de proteção individual. Depois quando chegaram a Portugal houve a necessidade rececionar, triar, montar kits de vários equipamentos e distribuir pelos vários armazéns e hospitais do país», recordou o mesmo responsável.
A unidade Pharma é o operador logístico farmacêutico líder em Portugal, com umas das maiores redes de temperatura controlada e com capacidade para continuar este esforço e manter as cadeias de abastecimento críticas em movimento durante este período sem precedentes.