Começaram a ser entregues, ontem, as casas que marcam o início do realojamento dos moradores do bairro da Cruz Vermelha. Ao todo, serão 130 habitações, sustentáveis e amigas do ambiente, num investimento global do município de 11 milhões de euros.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa e a vereadora com o pelouro da Habitação, Paula Marques, estiveram presentes no momento que marcou o início do realojamento de proximidade dos moradores do bairro da Cruz Vermelha, na zona da Alta de Lisboa, que passam das antigas casas para as novas, construídas de raiz.
Assim, as primeiras chaves foram entregues ontem, dia 9 de junho, a famílias já residentes no bairro, que passaram das antigas casas para as novas.
A operação de construção, «uma das mais exigentes», acentuou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, é «o maior projeto de um bairro feito pela Câmara de Lisboa, de uma só vez, e com o maior investimento: 11 milhões de euros.»
Segundo Fernando Medina, com este investimento «pretendeu-se assegurar a dignidade da habitação». Em boa hora, sublinhou o presidente da Câmara de Lisboa, «tomamos esta decisão e lançamos este projeto de construção, com altos padrões de qualidade».
De facto, como fez questão de referir, «as novas habitações são sustentáveis e amigas do ambiente já que dispõem de aproveitamento de água das chuvas, aquecimento solar de águas quentes, hortas individuais, boa exposição solar e tipologias evolutivas».
Além disso, o espaço público na envolvente conta com um parque infantil, acessibilidade pedonal universal, acesso a transportes públicos e recolha centralizada e separativa de resíduos (eco-ilhas).
Espírito comunitário
Já a vereadora Paula Marques, após salientar que esta entrega de habitação significa uma nova vida para as populações, defendeu que a Câmara de Lisboa teve a preocupação «de manter a vizinhança e reconstruir o espírito comunitário das pessoas que há mais de 40 anos viviam no velho Bairro da Cruz Vermelha».
Aliás, a eventual perca do espirito comunitário foi, de certa forma, colocada em causa pelo morador Rafael Barreto, presidente de uma associação local, que chamou a atenção para a possibilidade das pessoas «perderem a sua identidade como bairro», porque: «quem vive no bairro são pessoas, e não números, que até aqui tem vivido em comunidade»
Por seu turno, para os presidentes das Juntas de Freguesias do Lumiar e de Santa Clara, respetivamente Pedro Alves e Maria Graça Ferreira, este investimento veio «dar uma nova visibilidade a esta zona mais periférica de Lisboa». Ambos congratularam Fernando Medina por ter «posto mãos à obra» e ter edificado este empreendimento municipal.