MEDINA VISITA MAIOR CENTRO DE VACINAÇÃO E APELA AO CIVISMO DOS LISBOETAS

O cancelamento dos Santos Populares «é uma decisão sensata e avisada nesta fase da pandemia em que é preciso evitar aglomerações», salientou Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, durante uma visita que efetuou, hoje, ao maior Centro de Vacinação Covid-19 de Lisboa

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e o vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador do plano de vacinação, visitaram hoje, 3 de junho, o maior Centro de Vacinação Covid-19 de Lisboa, que entrou em funcionamento na segunda-feira no Pavilhão 1 do Estádio Universitário, na Av. Prof. Egas Moniz, frente ao Hospital de Santa Maria.

Com 38 postos de vacinação e um horário de funcionamento entre as 9h00 e as 19h00, este centro tem uma capacidade de inoculação diária estimada de 3000 vacinas, a necessária para dar resposta a esta fase do plano, salientou Fernando Medina, revelando que este centro vai permitir «preparar-se o processo de vacinação do grupo etário entre os 30 e os 40 anos.

O autarca lembrou que, a vacinação dos utentes daquela zona da cidade convocados pelo Agrupamento de Centros de Saúde, bem como de um grande número de agendamentos online, é agora feita neste centro. Os Centros de Vacinação Covid até agora em funcionamento no Pavilhão 3 do Estádio Universitário e nas instalações da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica foram desativados no domingo passado.

Por seu turno, o vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador do plano de vacinação, salientou que, diariamente, estão a realizar-se em todo o país 90 mil inoculações, lembrando que existe «um processo de vacinação e monitorização de todos os que tomam a vacina».

Gouveia e Melo garantiu que «há vacinas e logística para resolver todos os problemas de vacinação», sublinhando que «ninguém vai ficar sem tomar a vacina». Segundo o vice-almirante Gouveia e Melo, apenas 2% das pessoas convocadas pelo Serviço Nacional de Saúde se recusaram a vacina».

Para o vice-almirante existem três grandes focos: salvar vidas, como já foi referido; «salvar a tropa que vai combater», ou seja, os profissionais de saúde; e ainda a libertação da economia e da população. Para isso, é preciso vacinar a população no maior número e o mais rapidamente possível a população.

Centro de Enfermagem Queijas

«Se tudo correr bem, no início de agosto teremos 70% da população vacinada. No fim de agosto, já estaremos a vacinar pessoas com 20 anos, portanto, o processo já estará na sua fase final», sublinhou, adiantando ainda que este mês vão ser vacinadas por dia, em média, 100 mil pessoas. Mas, caso seja necessário, e com mais horas de trabalho diárias, o país poderá ter capacidade de vacinar 120 a 140 mil pessoas por dia.

Medina apela ao sentido cívico dos lisboetas

Por outro lado, em resposta às perguntas dos jornalistas, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa disse, durante a vista a este Centro de Vacinação, que a decisão de proibir qualquer arraial durante os Santos Populares «era a que se impunha e foi tomada em consciência».

«Foi a decisão que tomámos e creio que era a decisão que se impunha. É uma decisão que, como imagina, nenhum presidente de câmara gostaria de tomar, gostaríamos, aliás, de poder dar outra notícia à cidade, mas tomamos esta decisão em consciência», salientou o autarca, defendo que a eventual realização de algum tipo de evento deste tipo «aumentaria significativamente os riscos de propagação da pandemia».

Medina apelou para que as pessoas reduzam ao máximo os comportamentos de risco e que cumpram com o distanciamento social e o uso de máscara. «Nós ainda não vencemos esta pandemia e se é verdade que os impactos da pandemia sobre os mais vulneráveis, sobre o sistema nacional de saúde, são hoje menores do que aqueles que eram em janeiro/fevereiro, é também verdade que os impactos sobre o funcionamento da economia continuam bem reais», afirmou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, referindo que não teme um retrocesso da capital no processo de desconfinamento, uma vez que o único risco inerente é o de não avançar para a próxima fase.

Mas, pelo sim pelo não, o presidente da Câmara de Lisboa garante que as entidades de fiscalização estarão atentas a eventuais ajuntamentos ilegais de festejos dos Santos Populares. Os arraiais estão proibidos, mas, garante Fernando Medina, a Polícia Municipal e a PSP farão «o seu trabalho» para evitar atropelos às regras. «Procuraremos articular para que esse trabalho corra bem no conjunto».

A Polícia Municipal vai controlar, refere, as zonas mais sensíveis, junto da restauração e coletividades, para assegurar o cumprimento das normas. Medina lembra que a restauração só pode funcionar até às 22h30 e pede «a responsabilização individual», porque «não podemos esperar que haja um polícia atrás de cada cidadão».

Contudo, como afirmou, «é evidente que numa cidade da dimensão de Lisboa, tudo exige um alto grau de sensibilização e de responsabilização individual. Não podemos esperar que haja um polícia atrás de cada cidadão. Isto não é imaginável numa sociedade democrática. A democracia só funciona bem se todos tivermos um grau de consciência cívica».

Questionado sobre se receia que Lisboa possa regredir no desconfinamento, Fernando Medina lembra que, para que haja uma regressão, o município de Lisboa tem de estar num patamar superior a 240 novos casos por 100 mil habitantes por mais de duas semanas consecutivas. «Lisboa não chegou a esse patamar, estamos todos a apoiar as instituições da saúde no sentido de massificação mais abrangente de testes para podermos mais rapidamente detetar os casos», salientou.

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